Zerozero
·12. April 2025
À boleia dos génios criativos

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·12. April 2025
O Santa Clara vendeu cara a derrota, especialmente num grande trabalho tático na 1ª parte, e mostrou o porquê de ser a grande sensação desta edição do campeonato, mas o Sporting, à boleia do génio dos seus criativos, venceu por 0-1 nos Açores. Os leões passam, à condução, para a liderança do campeonato.
Depois de perder a liderança do campeonato, o Sporting tinha pela frente um difícil teste nos Açores, frente ao Santa Clara. Do lado açoriano, o técnico Vasco Matos fazia três mexidas no onze inicial, onde o destaque era a presença de seis defesas e nenhum ponta de lança. Do lado leonino, por sua vez, Rui Borges mexia nos alas e dava a titularidade a Fresneda e Maxi Araújo, mas o grande destaque era a presença de Pote no banco de suplentes
A presença de três laterais no onze inicial trazia algumas incógnita para o lado do Santa Clara. Vasco Matos surpreendeu, colocou Diogo Calila na esquerda, Lucas Soares na direita e Matheus Pereira no miolo, ao lado de Daniel Borges e Pedro Ferreira. Poderia pensar-se que o objetivo seria criar uma linha de seis defesas quando sei bola, mas não. A estratégia passou por dar mais um elemento de pressão no miolo, sobrepovoando o corredor central.
Ora, o Sporting teve muitas dificuldades para contrariar isto. A pressão açoriana foi muito bem conseguida, intensa e com grande entreajuda, e os leões foram demonstrando claras dificuldade de ligação no último terço. Com Gyokeres muito bem «tapado» por Luís Rocha e seus ajudantes, a aposta passou quase sempre por explorar os alas com bolas longas, mas o forte vento que se foi sentindo nos Açores não ajudou a desenvolver essas tentativas.
Do outro lado, o Santa Clara mostrava-se atrevido na transição, apostando na velocidade dos avançados Gabriel Silva (muito trabalhador na pressão) e Vinícius Lopes. Ainda tentaram alguns remates de longe, mas a sua melhor chance surgiu numa bola parada. Rui Silva esteve bem.
Perante a tal falta de criatividade no último terço e incapacidade de contrariar o plano adversário, o Sporting foi investindo em remates de longa distância e aí criou as suas melhores chances. Contudo, Gabriel Batista estava bem entre os postes. O leão deixava a desejar nos Açores.
O Santa Clara tentou voltar a entrar pressionante na 2ª parte, mantendo a filosofia (de sucesso) demonstrada até então, mas o Sporting mostrou que tem intervenientes de um nível altíssimo e, ao primeiro erro adversário, marcou: aos 50', Trincão ganhou a bola no meio campo, aproveitou algum despocionamento e desmarcou Geny Catamo na direita da área, que atirou cruzado para o aguardado golo inaugural.
Com este golo, o jogo mudou. O Santa Clara viu-se obrigado a procurar ter mais bola na sua posse, foi apostando nas suas alas e isso abriu o jogo, dando mais espaço aos criativos do Sporting para «abrir o livro». Geny e Trincão continuaram a aparecer nesta fase e o português foi sendo o principal distribuidor de jogo para os colegas - Catamo teve, pouco depois, nova boa chance.
Mais confortáveis na partida, os leões até chegaram a voltar a festejar aos 70', por Diomande, na sequência de um grande cruzamento, de livre, de Debast, mas o lance acabou invalidado por fora de jogo de 13 centímetros e os Bravos Açorianos ganhavam nova vida para a ponta final.
Vasco Matos foi tentando dar vida à equipa com opções mais ofensivas, mas, aí, o Sporting mostrou também a maturidade defensiva necessária. Os leões foram gerindo bem o jogo, Rui Borges promoveu o regresso de Pote - cinco meses depois - e os campeões nacionais acabaram a celebrar nos Açores - embora com alguma confusão e expulsões após o apito final -, saltando, à condição, para a liderança do campeonato. A pressão fica do lado do Benfica.