
Calciopédia
·2. Oktober 2025
A Juventus cedeu empate ao Villarreal e adiou sua primeira vitória na Liga dos Campeões

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·2. Oktober 2025
A Juventus, na Espanha, pela segunda rodada da Champions League 2025-26, amargou o seu quarto empate consecutivo nesta temporada. O adversário da vez foi o Villarreal, mais um dos algozes recentes em palcos europeus da Velha Senhora. Após virar o confronto depois de um primeiro tempo assustador, os bianconeri cederam o 2 a 2 aos mandantes já nos minutos finais. Mais uma vez, um doce tirado da boca juventina, e com direito à lei do ex.
Após um empate heroico contra o Borussia Dortmund na estreia do torneio continental, a Juve ainda deixou escapar pontos contra Verona e Atalanta. Agora, pecou em, mais uma vez, não conseguir segurar os três pontos nos instantes derradeiros. A tônica dessa equipe de Igor Tudor, desde a Copa do Mundo de Clubes até aqui, é a mesma: um bom primeiro tempo seguido de uma péssima segunda etapa. Às vezes o contrário e, ainda mais raramente, ocorre a constância, seja ela positiva ou negativa. No estádio de La Cerámica, não foi diferente. O digno segundo tempo do time, até a casa dos 85, não apaga os preocupantes 45 minutos iniciais do duelo.
Algumas mudanças na escalação juventina foram feitas, a começar por Perin, que teve seus primeiros minutos disputados na temporada. Kalulu, Gatti e Kelly, novamente, foram os titulares, com Bremer sendo poupado. Cambiaso, inicialmente pela direita, Locatelli, McKennie e Cabal fechavam a segunda linha. Mais à frente, o trio ofensivo foi formado por Koopmeiners e Yildiz em suporte a David.
Logo no início, o Villarreal percebeu que suas melhores investidas viriam pelo lado esquerdo juventino. Pépé conseguia arrancar contra Cabal e Kelly com relativa facilidade, tanto que, aos 6 minutos de jogo, o ala colombiano já seria advertido com cartão amarelo, ao tentar conter o avanço do atacante marfinense. Aos 13, o mesmo Pépé tabelou com Mikautadze na entrada da área e finalizou após conduzir com alguma liberdade, parando em um bom corte de Gatti.
Gatti surpreendeu ao emendar bicicleta e marcar golaço para os bianconeri (Arquivo/Juventus FC)
Os planos de Tudor se esvaíram logo após esse lance. Ao cruzar uma bola, Cabal sentiu a coxa e deu lugar a João Mário. Naturalmente, o português se posicionou do lado direito, enquanto Cambiaso inverteu sua faixa de campo. Apenas um minuto depois, aos 17, o experiente Parejo encontrou Mikautadze partindo em velocidade. O camisa 9 perdeu a posse, porém, Pépé estava atento, recuperou a jogada e encontrou o atacante georgiano sozinho na área. Gatti e Cambiaso não conseguiram acompanhar o jogador, até então caído, e ele mesmo finalizou, sem chances para Perin. 1 a 0 para os anfitriões.
A Juventus, precisando reagir, ainda viu o Submarino Amarelo chegar com perigo mais uma vez. Pedraza avançou com muita liberdade pelo lado do campo, entrou na área e finalizou com força. Perin conseguiu desviar e ainda contou com a trave. No contra-ataque deste lance, McKennie encontrou Yildiz, que finalizou em cima do zagueiro. A bola voltou para o norte-americano que, de cabeça, viu Tenas, goleiro do Villarreal, responder à defesa de Perin instantes antes. Era a injeção de ânimo que os bianconeri precisavam – porém, ocorreu o oposto.
Enquanto para o time de Marcelino García Toral sobrava confiança e tranquilidade, a Velha Senhora não se encontrava nos passes, arrancadas e nem mesmo na energia esperada de uma equipe atrás no placar. O que se via era um David isolado, um trio de zaga muito imaturo, tanto na defesa quanto na criação das jogadas, e um Koopmeiners totalmente disperso. A Juventus cedeu a posse em diversas ocasiões por não se entender em campo. Quem chegou com perigo novamente foram os mandantes, já aos 42 minutos, Pépé, mais uma vez, conduziu e encontrou Gueye na outra ponta. O camisa 18 passou para Buchanan, e o ex-Inter viu Perin impedir o que seria o segundo gol do jogo.
Para a segunda etapa, Tudor sacou Koopmeiners e lançou Conceição. O impacto foi imediato. Logo com dois minutos em campo, o camisa 7 encontrou David sozinho na área e, sem marcação, o canadense não conseguiu carimbar a bola e perdeu uma chance de gol cristalina, que faria muita falta no final.
Se a primeira parte tinha sido um pesadelo em criação, dois minutos depois, aos 48, a Juventus cobrou um lateral no setor ofensivo. Lá estava Kelly, que resvalou de cabeça e encontrou Gatti. O zagueiro italiano, goleador em alguns momentos decisivos, emendou uma bicicleta perfeita, surpreendendo não apenas Tenas, mas todos ali presentes, e empatou o confronto. Um golaço que, junto da presença de Conceição, reviveu os italianos.
Conceição entrou bem no segundo tempo e ajudou a Juventus a conquistar uma virada temporária sobre o Villarreal (Getty)
Aos 55 minutos, Chico interceptou um passe de Parejo para Renato Veiga, cortou para o meio e virou o jogo para a Juventus: 2 a 1 no placar e, após o desastre, novamente o time de Tudor havia voltado para a partida de forma improvável. Os bianconeri até poderiam ter ampliado a vantagem. McKennie encontrou David na área e o atacante até se saiu melhor do que na chance anterior, porém, parou no travessão. Pouco após essa jogada, Tudor tirou o amarelado Cambiaso e o exausto Yildiz, e colocou Rugani, também estreante na temporada, e Adzic, respectivamente. Pouco depois, de forma tardia, Vlahovic também entraria no lugar do atacante canadense.
A intenção do treinador era clara: baixar as linhas e se defender. O Villarreal entendeu e aproveitou. O nervosismo da Juventus passara ao lado espanhol. A todo custo os jogadores e seus torcedores tentavam ganhar alguma vantagem no grito, na pressão, enquanto a Velha Senhora abdicava da posse. Os anfitriões foram pressionando e, aos 89 minutos, após cobrança de escanteio do Submarino Amarelo, Gatti e McKennie viram seu ex-companheiro de equipe, Renato Veiga, subir e cabecear para vencer Perin, dando números iguais – e finais – ao jogo.
Seria trágico se não fosse recorrente. Desde a temporada passada, Tudor viu sua equipe ceder pontos importantes da mesma maneira. No momento de segurança, recua o time, entrega a bola e toma o gol. Isso acontece com menos frequência quando Bremer está em campo. Do contrário, Kalulu e Kelly têm um lugar cativo nesta defesa que, até este momento da temporada, não se justifica. Isso também vale para Koopmeiners. O camisa 8 não se encontra no meio-campo, idem no ataque, e o que ganha com isso é um lugar na equipe titular em uma partida de Champions League, enquanto Conceição e Zhegrova se destacam positivamente quando entram em campo. Fica a dúvida: o técnico terá a mesma paciência e boa vontade quando, por exemplo, Miretti voltar de lesão?
Por outro lado, o torcedor juventino tem no que se apegar. Mais uma vez, o ataque mostrou eficiência quando esteve minimamente entrosado. Yildiz, mesmo não tirando algo da cartola, se mostra cada vez mais fundamental para esse time, e Locatelli é a base técnica e anímica dessa equipe. Não é de hoje que o camisa 5 protagoniza lances plásticos e eficientes, tanto na fase ofensiva quanto na defensiva – gestos que, realizados em outros campeonatos, renderiam discussões mais acaloradas por semanas.
A Juventus, com apenas 2 pontos na Champions, ocupa momentaneamente a 23ª colocação e, no próximo confronto europeu, visitará o Real Madrid, no fim de outubro, com a necessidade de ganhar para não se complicar – mais uma vez – na competição. Antes disso, reencontrará Massimiliano Allegri no duelo contra o Milan, em Turim, antes da pausa para a data Fifa. Já o Villarreal receberá o Manchester City na próxima rodada do torneio continental.