Clube Atlético Mineiro
·1. Oktober 2025
Atlético x Juventude: coletiva de imprensa com Sampaoli

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·1. Oktober 2025
Pergunta: Além da finalização com mais capricho, faltou alguma coisa que você diagnosticou?
Sampaoli: “Sim, eu acho que foi uma partida que o time dominou do princípio ao fim. Creio que foi o melhor jogo, desde que estou aqui, em relação ao domínio sobre um rival. Faltou a contundência, que com a densidade de jogadores que tinha a equipe rival na sua própria área, nos custou um pouco. De igual maneira, tivemos muitas chances e não tivemos… Assim é o futebol. Por aí, não tivemos a possibilidade de ganhar uma partida que merecíamos ganhar com muita vantagem”.
Pergunta: Desses jogos agora, o Atlético teve sequência sem sofrer gols. O que você vê neste período do seu trabalho sobre o que mais precisa evoluir? Você bate na tecla da questão ofensiva. Segue sendo sua principal preocupação?
Sampaoli: “É a contundência, basicamente. Melhoramos a contundência defensiva, mas, ainda, não encontramos peças que nos dê gols. Estamos bem na bola parada, melhorando defensiva e ofensivamente. Mas, nos gols… Necessitamos que aparecem os gols dos jogadores que estão no último terço. Caso contrário, será complicado, como foi hoje. Houve um domínio total, um “amasso” total, mas sem contundência”.
Pergunta: Queria ressaltar sobre o poder ofensivo do Atlético no primeiro tempo. Houve dificuldade do Biel um pouco encaixotado com o Caio. E sobre o Alan Franco fazendo balanço defensivo… São três partidas sem tomar gol. Essa consistência defensiva passa muito por ele, que parece invisível, mas faz esse equilíbrio do time…
Sampaoli: “Com respeito do posicionamento do Biel no primeiro tempo, a gente pediu que ele caísse um pouco na ponta esquerda, porque os três volantes deles estavam muito fechados. Então, necessitávamos receber com Biel na esquerda e Bernard na direita, e alargar mais com Caio Paulista o Scarpa. Mas, o time (Juventude) se defendeu com linha de cinco e três volantes. Então, a única maneira de termos jogadores livres era pelas pontas. Por isso recorremos assim”.
“A respeito do (aspecto) defensivo. Creio que, duplamente, a linha defensiva e o meio de campo, sendo o Alan Franco um dos “operários”. Temos tido muita solidez. Bem, agora é tratar de melhorar a outra parte. Recuperar jogadores que nos dê a capacidade de contundência. Hoje, a gente criou muitíssimo para ganhar a partida claramente. Lamentavelmente, não conseguimos”.
Pergunta: Sobre o Hulk que não jogou hoje, muito tem se falado da idade ter pesado, de ele não estar em bom momento. No último jogo, ficou na reserva e não entrou. Vimos ele chorando sobre o contexto da arbitragem. Queria saber sobre a sua avaliação, esse choro do Hulk tem algo a mais? Como você enxerga, já que citou a confiança dos atletas. Qual estágio o Hulk está hoje com a camisa do Atlético?
Sampaoli: “Eu tenho muito respeito por Hulk, primeiramente. Segundo que, se ele não tivesse suspenso hoje, teria jogado. No melhor cenário, teríamos contado com a sua contundência. Eu creio que o Atlético sente muita falta dos gols do Hulk. Nas etapas anteriores, por si só, ele ganhava partidas. Quando falo de levantar o nível individual de jogadores que tem essa capacidade, nós necessitamos do Hulk, dos gols do Hulk. Necessitamos desses jogadores que estão no último terço, do arremate final. A equipe busca, mas não tem tido a precisão que teve em outros tempos. Hulk está treinando muitíssimo para recuperar seu nível habitual. E nós precisamos dele. Para mim, o time com ele, hoje teria ganhado a partida”.
Pergunta: Na linha da pergunta anterior, o Guilherme Arana é um jogador que, nesta temporada, tem demorado para engrenar. Teve duas lesões, voltou de forma meio apressada da primeira vez. O que falta para o Arana reencontrar aquele futebol de 2020, sob o seu comando? O que está faltando? É físico, tático, confiança?
Sampaoli: “Nós tivemos o Arana em 2020. Já passou tempo. O tempo passa, passa treinadores, diferentes maneiras de jogar. Nós pensamos que temos muita confiança nele, porque o conhecemos. E porque é um jogador que, inclusive, jogando por dentro, há criado muitas situações de gols em vários momentos. Então, como todos, temos que recuperá-lo para que ele some à possibilidade de conclusão (de jogadas), que a equipe não tem”.
Pergunta: Como você tem trabalhado o mental dos atletas?
Sampaoli: “Tentamos, primeiro armar uma estrutura. Não tivemos muito tempo para trabalhar. Assim que armamos uma estrutura na qual se está respeitando. E através da organização, começamos a fluir. Eu creio que passa por aí. A equipe já encontrou… Tem clararamente a camiseta que defende, que tem que respeitar e ser protagonista. Creio que, por aí, já nos colocamos em acordo que temos que jogar a 110%. Quando a equipe joga 80%, essa equipe vai perder. Tem que jogar 110%, como jogou outro dia, como jogou hoje, e tentando nos 90 minutos. Sabemos a situação que chegamos. E temos que pensar que tudo será extremamente exigente para nós. Necessitamos disso, de recuperar jogadores, recuperar confiança, recuperar alegria. Bem, é nesse caminho que estamos”.
Pergunta: Queria que você falasse do elenco, jogadores como Bernard que não tinha tantas chances, o Dudu que atuou hoje…
Sampaoli: “O Bernard tem sido um jogador que, para nós, faz a diferença. Jogador que, através dele, se move o ataque da equipe. Para mim, hoje, é o número 10 que a equipe não tinha. A respeito do Dudu, é como falavam do Arana. Temos que recuperar o Dudu de outros tempos. Estamos trabalhando muito com ele, que tem muita pré-disposição. Nos minutos que ele entrou, teve ousadia, algo que eu não tinha visto em partidas anteriores. E, na verdade, me dá esperanças, porque tem muitas ganas e desejo. Assim que seguiremos trabalhando com ele”.
Pergunta: Você falou que o Bernard tem sido o camisa 10 do time. Vou te perguntar sobre quem usa a camisa 10, o Scarpa. Começa como ala pela direita e, quando o Dudu entra, ele vai para o meio. Queria que você analisasse a partida dele…
Sampaoli: “Scarpa é um jogador muito inteligente. O que aconteceu é que necessita… No primeiro tempo, ele teve associações com o Bernard pela direita, que foram bastante interessantes. No segundo tempo, ficou mais a cargo da construção, quando eu coloco o Natanael, para que ele dobre por fora, tendo o Dudu aberto. Então, ele (Scarpa) tem o que, para mim, é um extremo de perna trocada que sempre teve muitas finalizações e gols. Ele fez uma boa partida. Mas é o que falamos… Eu sempre digo para ele que ele, Rony, Hulk, necessitamos dos gols. Necessitamos dos gols deles que não estão aparecendo. E a equipe sofre muito, por mais que faça boas partidas, a falta de possibilidade (de gols) e a falta de contundência desses jogadores que têm essa capacidade. Sem gols é impossível ganhar. Hoje, a equipe jogou tão bem defensivamente que não sofreu atrás. Mas se a gente enfrenta um adversário que nos desequilibra em algum momento, perderíamos, seguramente iríamos perder. Porque esse tipo de partida se perde”.
Pergunta: É visível que sua equipe tem um padrão de jogo, com pouco tempo, uma linha de três jogadores, a segunda linha com quatro jogadores, fazendo jogo posicional, e a última linha com três quase atacantes. O que está faltando, além do acabamento das jogadas, de concluir em gols? O que está te irritando?
Sampaoli: “O que falei antes… Creio que falta… Nos falta os gols que habitualmente são feitos pelos jogadores que, por si só, ganham as partidas. As partidas são vencidas pelos jogadores, sempre. Não são ganhas pelos treinadores, nunca. Nós (treinadores) podemos perder algumas partidas, por algum erro. Mas as partidas são vencidas pelos jogadores. Nós temos que recuperar, na realidade, a estatística de gols, que não é boa hoje, dos jogadores que estão no bloco superior. Se isso não melhorar, temos que sofrer, como foi diante do Mirassol, no jogo de hoje, que atacamos com muita gente, mas sem contundência”.
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