Zerozero
·22. Dezember 2024
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Leão travado no Estádio Cidade de Barcelos. Depois de duas vitórias consecutivas, o Sporting voltou a marcar passo e, na deslocação ao terreno do Gil Vicente, não foi além de um empate a zero (0-0). Um castigo para o esforço levado a cabo pelos leões para chegar à vantagem - sobretudo no segundo tempo -, um prémio para a organização, da defesa ao ataque, para os gilistas que sempre souberam ler o perfil pedido pelas vicissitudes da partida.
Contas feitas, os minhotos somam 17 pontos, ao passo que os verde e brancos mantém a liderança do campeonato em igualdade pontual com o FC Porto, mas podem ver o primeiro lugar tornar-se encarnado, caso o Benfica vença esta segunda-feira...
Novamente em fase positiva fruto dos triunfos recentemente conseguidos, Bruno Pinheiro e João Pereira não se privaram de mexer nas respetivas equipas. Se o técnico gilista lançou Kazu no lugar do lesionado Sandro Cruz e apostou em Santi García no lugar de Fujimoto - Cáseres entrou no onze, Mory Gbane policiou Gyökeres a preceito -, os leões surgiram também com várias mexidas.
Diomande rendeu Matheus Reis, ao passo que Geovany Quenda desceu uns metros para a ala direita no lugar de Geny Catamo. Já na frente, Conrad Harder surgiu no apoio a Gyökeres.
Desde cedo a imprimir pressão sobre o último terço dos minhotos, os campeões nacionais começaram por ser surpreendidos pelo pouco temor dos galos em sair com a bola à flor da relva rumo à transição ofensiva. Uma tendência inicial que deixou indícios de que ambas as equipas vinham com o chip certo para discutir o jogo pelo jogo, mas que não trouxe necessariamente grande perigo na reta inicial.
Gyökeres mergulhou para um cabeceamento bloqueado por Gbane de forma providencial - bela variação de Quenda antes do centro de Maxi Araújo -, antes do primeiro esboço ofensivo dos da casa surgir numa tímida cabeçada de Josué Sá.
Com as carreiras de tiro abertas, as balizas foram pouco solicitadas à medida que o Gil ia melhorando e a cada desconcentração leonina em jogadas potencialmente perigosas que iam inquietavando o incansável público visitante - um verdadeiro show sonoro de paixão ao clube do coração. Mesmo assim, Göykeres voltou a espreitar o golo num grande remate, com Santi García a permitir o encaixe de Franco Israel na fase de maior crescimento minhoto.
Até ao descanso, Jorge Aguirre manteve-se impotente na tentativa de ganhar no caparro a Diomande, enquanto Eduardo Quaresma foi cedendo alguns livres capazes de fazer sonhar os gilistas em causar surpresa. Pouco depois, Mboula foi desarmado na hora certa já no interior da área leonina e o 0-0 no placard permaneceu mesmo. Pedia-se mais incisão aos leões para desbloquear a bela organização anfitriã...
No reatar, o Sporting regressou, como seria de esperar, com ambição de se colocar em vantagem o mais depressa possível e, face a isso, o Gil Vicente precisou de se recolher mais do que nunca, sem direito a protesto ofensivo como na primeira parte. Em cerca de 20 minutos de total domínio, Gyökeres foi solicitado para causar o pânico pela profundidade - num dos lances, Mory Gbane desarmou o sueco dentro da área e motivou muitos protestos do banco leonino - e as melhorias foram evidentes pela adição de boas doses de imprevisibilidade nesse momento.
Pouco depois, Harder ficou às portas da vantagem não fosse a defesa arrepiante de Andrew, mas, dada a persistência do nulo, João Pereira refrescou a ala direita com a entrada de Geny Catamo e os leões continuaram a forçar a vantagem, mesmo com alguma melhoria gilista - numa das chegadas ao ataque ninguém emendou o belo centro de Zé Carlos.
Ainda assim, as investidas leoninas tornaram-se cada vez mais perigosas - a bola passou, vezes sem conta perigosamente perto da pequena área gilista -, mas o golo tardou em surgir. No último quarto de hora, Francisco Trincão sobressaiu no tiro ao alvo, encontrando um Andrew por demais inspirado a travar remates cheios de veneno. Pelo meio, André Narciso reverteu uma grande penalidade inicialmente assinalada por pretensa falta de Rúben Fernandes sobre Debast, numa altura em que o Gil apenas sobrevivia ao sufoco.
Nos instantes finais e já com a anarquia a reinar, Israel negou a festa a Félix Correia, os leões procuraram o forcing, mas o golo não surgiu mesmo para desalento dos pupilos de João Pereira.