Boto revela como venda de Gerson 'atrasou' Flamengo no mercado e admite choque com críticas | OneFootball

Diretor técnico do Flamengo, José Boto comentou diversos assuntos da temporada rubro-negra em entrevista recente. Entre eles a saída de Gerson, que rendeu polêmica e 25 milhões de euros ao clube. Uma quantia que influenciou diretamente nas negociações para a chegada de reforços durante a janela.

Segundo o dirigente, os clubes que negociavam com o Flamengo passaram a impor novas exigências imediatamente. Pedidos de pagamentos maiores, parcelas reduzidas e quantias à vista tornaram as tratativas mais complexas. Isso obrigou a diretoria a manter paciência para reforçar os termos já estabelecidos nas conversas.

"Aqui houve uma questão extra que fez as negociações demorarem mais, que foi a venda do Gerson. Quando os clubes sabem que recebemos 25 milhões de euros à vista, começam a querer que paguemos também à vista ou com menos parcelamento. Nós não quisemos nunca entrar nisso, porque daríamos um mau sinal para o mercado", disse Boto ao 'UOL'.

Essa postura resultou em uma demora maior do que o previsto para anunciar as contratações planejadas. Durante esse intervalo, as críticas aumentaram, algo que surpreendeu Boto e gerou incômodo dentro do clube. O dirigente admitiu ter sentido um choque cultural com a reação repentina da torcida e da imprensa.

"Talvez eu tenha sido culpado disso porque disse numa entrevista que as negociações já estavam em andamento e esperávamos trazer os jogadores cedo. Foi criado à volta da janela um barulho desnecessário, com emoção da torcida e imprensa, que parecia que estava tudo errado. Depois, de repente, trazemos os jogadores no momento possível, sem pagar mais do que devíamos, e a janela virou uma das melhores da história."

A janela de 2025 acabou sendo a maior em investimentos da história do Flamengo. Foram R$ 277 milhões aplicados em Samuel Lino, Emerson Royal, Jorge Carrascal e Saúl Ñíguez. Vale destacar que o espanhol chegou sem custos de transferência.

Boto comenta escolha de Gerson ao trocar Flamengo pelo Zenit

Boto também comentou a saída de Gerson, tratando com naturalidade a decisão do jogador de deixar o clube. O dirigente explicou que nunca houve proposta de 29 milhões de euros, como divulgado em algumas versões. A oferta real partiu de 18 milhões fixos, com bônus pouco realistas que poderiam elevar a quantia.

"Eu tive sempre a sensação de que o Gerson aspirava a mais salário, o que é natural. Mantivemos a cláusula em um valor que o clube poderia pagar à vista. Foi acordado com todo o staff do Gerson que só sairia se pagassem à vista, e isso aconteceu. Uma coisa perfeitamente normal no futebol", afirmou Boto.

A torcida, porém, reagiu com indignação, alegando que a saída diminuiu a idolatria pelo jogador, que havia conquistado respeito e liderança dentro do clube.