BURACO SEM FIM: Mesmo falando em reforços, São Paulo chora para antecipar cota da Libertadores e evitar atrasos com elenco | OneFootball

Casares abraça Alisson após triunfo na estreia contra o Talleres (Instagram)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Ao passo que seus dirigentes falam agora abertamente em buscar uma contratação para repor o contundido Calleri, o São Paulo vê a trágica realidade financeira do clube bater mais uma vez à sua porta.

Segundo informações divulgadas inicialmente pelo portal 'Globo Esporte', o clube do Morumbi choramingou junto à Conmebol para antecipar a cota a que tem direito por jogar e vencer a partida de estreia na Copa Libertadores deste ano contra o Talleres, na Argentina. Ao todo, são cerca de R$ 7,7 milhões a serem recebidos.

Ao AVANTE MEU TRICOLOR, fontes da alta cúpula apontam que a medida serviria para aumentar o fluxo de caixa do clube e assim, desta forma, evitar acúmulo no atraso de salários e direitos de imagens do elenco.

É o terceiro atraso no pagamento dos jogadores só neste ano (lembrando que ainda estamos em abril).

Até aqui no ano, o São Paulo já atrasou salários (chegou a mudar o dia de pagamento para tentar resolver a questão, o que desagradou parte dos atletas), direitos de imagens e até mesmo a bonificação pela classificação à fase de grupos da Libertadores pelo Campeonato Brasileiro do ano passado.

A última vez que o Tricolor quitou todas as suas pendências foi após o término de sua participação no Campeonato Paulista (em que foi eliminado na semifinal para o Palmeiras). Usou para isso a premiação concedida pela Federação Paulista de Futebol.

O fato do São Paulo estar buscando recursos mais uma vez para quitar pendências com o elenco é mais uma prova do caos financeiro vivido na temporada, aquela em que vive sob um teto de gastos imposto pelo fundo de investimentos implantado para quitar  pendências bancárias do clube.

A Conmebol repassa às federações nacionais — no caso, a CBF — os valores referentes aos jogos da Libertadores. Por regulamento, os clubes recebem US$ 1 milhão (R$ 5,8 milhões) por partidas disputadas fora de casa, além de US$ 330 mil (R$ 1,9 milhão) por vitória na fase de grupos.

Esses recursos estavam originalmente previstos para cair na conta do Tricolor na próxima semana apenas. E, segundo apurado, são insuficientes para pagar todas os gastos com o elenco.

O São Paulo fechou o ano de 2024 com uma dívida total de quase R$ 1 bilhão e prejuízo de R$ 287 milhões, o maior de sua história.