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·18. April 2025

Clubes podem sofrer altas taxas de impostos no Mundial

Artikelbild:Clubes podem sofrer altas taxas de impostos no Mundial

Faltando apenas dois meses para a bola rolar no Mundial de Clubes, a Fifa se depara com negociações delicadas junto às autoridades dos EUA. A entidade ainda não conseguiu garantir isenções fiscais para os 32 clubes participantes, o que pode causar impactos financeiros significativos.

Anunciado em março, o torneio promete uma premiação histórica de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,8 bilhões), incluindo até US$ 125,8 milhões (cerca de R$ 730 milhões), para o campeão. No entanto, a ausência de acordos tributários pode obrigar os clubes a arcar com dezenas de milhões de dólares em impostos nos EUA, além dos tributos já devidos em seus países de origem.


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Embora a Fifa tenha obtido isenções para os jogos da Copa do Mundo de 2026 nos EUA — com dispensa de vários impostos locais e sobre bilheteria —, o cronograma mais apertado do Mundial de Clubes dificultou a conquista de benefícios similares. As 12 cidades-sede foram confirmadas em setembro de 2024, menos de nove meses antes do início da competição.

Impostos variam de estado para estado

A entidade também enfrenta o desafio das diferenças entre legislações estaduais. Em estados como a Flórida, onde Miami e Orlando receberão jogos, não há imposto de renda estadual. Já em outras localidades, as alíquotas variam de 3% na Pensilvânia a 7% na Califórnia. Isso pode afetar diretamente a receita líquida dos clubes, dependendo de onde atuarem. O Paris Saint-Germain, por exemplo, disputará dois jogos da fase de grupos em Los Angeles e pode estar entre os mais prejudicados.

Outro ponto de tensão envolve os tratados de dupla tributação, que evitam a bitributação de empresas e pessoas físicas. Embora o governo federal americano reconheça esses acordos, alguns estados se recusam a acatá-los, o que cria distorções capazes de afetar os clubes de forma desigual. A Fifa, por isso, pressiona por uma solução que garanta tratamento fiscal justo e equilibrado a todos os participantes.

Nos bastidores, a entidade demonstra otimismo. O presidente Gianni Infantino intensificou o diálogo com autoridades americanas nas últimas semanas. Em março, reuniu-se duas vezes com Donald Trump e levou o troféu do torneio ao Salão Oval da Casa Branca. Mais recentemente, visitou o FBI, em um movimento interpretado como parte das negociações diplomáticas.

Procurada para se manifestar sobre o caso, a Fifa preferiu não comentar oficialmente. No entanto, fontes próximas às tratativas afirmam que a organização segue comprometida em defender os interesses dos clubes, respeitando a legislação tributária dos EUA.

Prêmios milionários

Apesar das discussões fiscais, o novo Mundial de Clubes promete injetar cifras inéditas no futebol. O torneio será financiado por um acordo global de transmissão com a plataforma de streaming DAZN. Ainda assim, a Fifa garante que a competição não comprometerá a estabilidade das ligas nacionais. Boa parte da premiação será absorvida por impostos, bônus aos atletas e custos operacionais. Além disso, para os clubes europeus de maior porte, o torneio substituirá as tradicionais excursões de verão.

A distribuição dos valores entre os clubes seguirá uma fórmula que leva em conta o desempenho histórico e o tamanho do mercado local. Os principais clubes europeus receberão mais. Bayern, PSG, Chelsea e Manchester City, por exemplo, ganharão US$ 38,19 milhões (R$ 221,5 milhões). Já os brasileiros Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras vão levar menos da metade, ou seja, US$ 15,21 milhões (R$ 86 milhões). A cada vitória na fase de grupos, os clubes receberão US$ 2 milhões (R$ 11,6 milhões). Avançar às oitavas renderá US$ 7,5 milhões (R$ 43,5 milhões), às quartas US$ 13,1 milhões (R$ 76 milhões), à semifinal US$ 21 milhões (R$ 121,8 milhões) e, em caso de título, US$ 40 milhões (R$ 232 milhões) — enquanto o vice-campeão levará US$ 30 milhões (R$ 174 milhões).

Além das premiações principais, a Fifa  destinou US$ 250 milhões (R$ 1,45 bilhões) para pagamentos de solidariedade a clubes que não participarão do torneio, e US$ 1 milhão (R$ 5,8 milhões) a cada uma das cidades-sede como parte do legado do evento.

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