Saudações Tricolores.com
·21. Juli 2025
Como o Fluminense pode jogar sem Arias?

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A missão do Fluminense sem Jhon Arias é reconstruir uma engrenagem que perdeu sua peça mais valiosa. O colombiano, vendido ao Wolverhampton, era o condutor entre defesa, meio e ataque. Desde 2023, o Flu não sabe o que é vencer no Brasileirão sem ele. E o primeiro desafio pós-Arias já mostrou o tamanho da bronca: derrota por 1 a 0 no Fla-Flu, com um time travado, sem profundidade e sem transição ofensiva.
Nos dois jogos após o Mundial, Renato Gaúcho testou dois modelos, diante do Cruzeiro, foi com três atacantes (Cano, Arias e Soteldo); contra o Flamengo, resgatou a linha com três zagueiros que funcionou nos jogos decisivos da Copa. O desempenho defensivo melhorou, mas o time virou refém do chutão, sem ninguém para pensar o jogo.
Hoje, o esquema com três zagueiros parece o mais sólido, mas depende de acertos nas laterais e de um meio mais criativo. Guga não está entregando. Samuel Xavier e Renê, apesar das limitações, são mais consistentes. No meio, a ausência de Arias mostra a falta de articulação. E sem isso, o ataque, mesmo com três nomes, não funciona.
Germán Cano vive um momento técnico preocupante. Depois da lesão, não voltou o mesmo. Lento, fora de tempo e pouco participativo, tem sido mais nome do que solução. A expectativa agora gira em torno de John Kennedy, que voltou, estreou contra o Flamengo e deve ganhar mais minutos. Com ritmo, pode reassumir a titularidade como centroavante.
Everaldo, por sua vez, é taticamente útil, mas limitado tecnicamente. Canobbio ajuda na marcação, mas dribla pouco e finaliza menos ainda. A verdade é que o Fluminense precisa de pontas mais agressivos, com drible e velocidade. O nome de Keno ou Serna surge como boa alternativa. Há expectativa sobre Soteldo, mas o venezuelano ainda busca ritmo após lesão.
Sem Arias, a carência de um armador é evidente. Paulo Henrique Ganso segue sendo o único nome com inteligência de articulação no elenco, mas precisa de um trabalho específico para recuperar confiança, forma física e ritmo de jogo. O substituto natural, Lezcano, ainda não se adaptou. Renato já deixou claro que tanto ele quanto Lavega ainda não conseguiram se ajustar ao futebol brasileiro. Mesmo assim, esse é o momento ideal para dar minutos em campo e acelerar esse processo de adaptação.
Qual o melhor time possível com o que temos?
Se a ideia é montar o “melhor Flu possível” hoje, com o elenco disponível, o desenho mais equilibrado parece ser o 3-4-2-1. A defesa teria Samuel Xavier e Renê nas alas, com Thiago Silva, Freytes e Ignácio formando a linha de três zagueiros. No meio, Martinelli e Bernal (ou Hércules) seguram a volância, enquanto Ganso, Lezcano ou até Lima podem ocupar a faixa de articulação. No ataque, a vaga de centroavante tende a ser de John Kennedy, e resta ao técnico definir quem será o melhor parceiro para compor a linha ofensiva, Keno, Serna, Soteldo ou até o moleque de Xerém que já atrai olhares do Barcelona, Riquelme. O potencial do garoto é conhecido por todo torcedor, e não seria nenhuma novidade ver Xerém salvando a temporada mais uma vez.
Sem Arias, o Fluminense precisa de jogo coletivo, ocupação de espaços e intensidade. Não dá mais pra depender de lampejos individuais. Ou se reinventa agora, com quem tem, ou vai continuar somando derrotas, esperando por reforços que talvez nem cheguem.