Gazeta Esportiva.com
·29. Oktober 2025
Criadores da SAFiel alegam resistência do Corinthians e buscam “construir pontes”

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Os idealizadores da SAFiel apresentaram nesta terça-feira a proposta que pretende transformar o Corinthians em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com torcedores como acionistas. O projeto, no entanto, enfrenta resistência interna no clube.
Fundadores da iniciativa, Carlos Teixeira, Maurício Chamati e Eduardo Salusse admitem encontrar barreiras para levar a ideia ao Parque São Jorge. Eles relatam dificuldades para convencer conselheiros e dirigentes a darem prosseguimento ao plano.
Carlos reconhece que ainda precisa “construir pontes” para fortalecer o projeto entre os conselheiros. Ele, porém, acusou o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, de não responder a diversas tentativas de contato após uma primeira reunião.
O empresário também relatou que o presidente Osmar Stabile havia confirmado presença no evento de lançamento da SAFiel, mas não compareceu.
“Estamos nos esforçando para construir essas pontes. Nos reunimos com Romeu Tuma, depois enviei seis mensagens e ele resolveu não me atender. Lamento. A gente fica esperançoso porque não é falta de tentativa. Não construímos as pontes necessárias ainda, mas sabemos que muitas pessoas gostam do projeto. Vamos continuar insistindo”, afirmou Carlos.
“Reforço o convite ao Tuma. Estive com Stabile, ele disse que viria e hoje fomos informados de que não poderia mais vir. Estamos à disposição, com humildade, mas firmes. A comunidade corintiana tem apoiado o projeto maciçamente, sem que isso seja instrumento de pressão ou violência”, acrescentou.

Carlos Teixeira, Maurício Chamati, Eduardo Salusse, três dos idealizadores da SAFiel (Foto: André da Silva Costa/Gazeta Press)
Maurício Chamati, outro idealizador, vê o projeto “mais maduro”, mas reconhece que o avanço depende da abertura dos órgãos internos do clube.
“Entendemos que estamos em um estágio maduro do projeto, mas estamos abertos a ajustes. Depende muito da boa vontade deles e do engajamento da torcida”, declarou.
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, alega que os integrantes da SAFiel não protocolaram formalmente a proposta junto à Comissão de Reforma do Estatuto.
Os idealizadores planejavam entregar o documento nesta terça, mas o presidente Osmar Stabile informou ter a agenda cheia. O projeto será enviado por e-mail, e uma nova data está sendo ajustada para a entrega presencial.
O próximo passo seria a assinatura de um Memorando de Entendimentos, que submeteria a SAFiel aos trâmites internos do Corinthians. O texto passaria por estudo de viabilidade e, se aprovado, pela Assembleia Geral dos sócios.
Idealizada por Carlos Teixeira, Maurício Chamati, Eduardo Salusse e Lucas Brasil, a SAFiel prevê a transformação do Corinthians em uma SAF, com gestão profissional, administrada pelos torcedores. Os corintianos poderiam comprar ações a preços populares e votar nos conselheiros.
O clube seria composto por quatro Conselhos: Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança. Os integrantes de cada setor seriam escolhidos pelos acionistas. Os órgãos teriam a responsabilidade de fiscalizar, além de haver auditorias externas periódicas para afastar eventuais irregularidades.
De acordo com o projeto, a administração ficaria sob responsabilidade de executivos profissionais, que seriam “contratados ou demitidos com base em capacidade e cumprimento de metas”. O departamento de futebol ficaria separado do clube associativo.
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Há três possibilidades para que os acionistas façam o aporte financeiro: uma reserva popular, na qual cada torcedor poderá comprar no máximo dez ações; um varejo amplo, voltado a corintianos com maior poder aquisitivo; e um terceiro grupo destinado a investidores profissionais.
Para adquirir as ações, o interessado deverá comprovar sua associação ao Parque São Jorge ou a inscrição no programa Fiel Torcedor. Nenhum acionista poderá comprar mais de 1,8% das ações, a fim de evitar concentração de poder, além de outras travas previstas. Quem quiser investir também terá de comprovar a origem dos recursos.
A meta é arrecadar R$ 2,5 bilhões para quitar dívidas e investir no futebol e na sede social do Corinthians. Os idealizadores afirmam basear-se em estudos e acreditam que as ações tendem a se valorizar com o passar do tempo.
O assunto SAF, embora ainda encontre resistência interna no Corinthians, tem ganhado força e sido cada vez mais discutido entre torcedores.
Prova disso é que o anteprojeto da reforma do estatuto, apresentada pelo Conselho Deliberativo na última segunda-feira, no Parque São Jorge, prevê a transformação do clube em SAF. O documento, porém, impõe algumas condições que, segundo os idealizadores da SAFiel, inviabilizam o modelo proposto por eles.









































