Em duelo marcado por tensões, Itália bate Israel e garante vaga na repescagem da Copa de 2026 | OneFootball

Pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, a Itália precisava vencer a seleção de Israel para, ao menos, garantir matematicamente uma vaga na repescagem europeia, que acontece em março do ano que vem. Objetivo cumprido: com 3 a 0 sobre os israelenses, a Nazionale eliminou os adversários e assegurou a segunda posição no Grupo I. Agora, depende de um improvável tropeço da Noruega em casa, contra a Estônia, para sonhar com a primeira posição – afinal, apesar de ainda ser possível um empate em pontos, o saldo dos escandinavos é muito maior.

Mesmo com o duelo realizado em solo italiano, na cidade de Údine, o que se observou foi um clima de tensão entre torcedores locais pró-Palestina e simpatizantes do estado israelense. Milhares foram às ruas da cidade em protesto pela presença da seleção rival ali, lojistas fecharam o comércio por precaução e um forte esquema de segurança foi montado na comuna friulana – nenhum incidente ocorreu, contudo. Devido ao cenário conflituoso, poucos ingressos foram vendidos e a partida contou com pouco mais de 10 mil espectadores presentes no Bluenergy Stadium.

Mesmo após o fim do conflito entre Hamas e Israel, os protestos nas ruas se estenderam ao estádio e o hino israelense foi vaiado – muitos torcedores defendiam a exclusão da seleção rival das Eliminatórias. Empurrada pela torcida, a Nazionale se via na obrigação de vencer o adversário com louvor. Entretanto, no início do primeiro tempo, os azzurri tiveram dificuldades em encontrar o caminho mais fácil para chegar ao primeiro gol da partida e até viram Donnarumma brilhar para evitar um tropeço. Assim, o capitão se recuperou da falha grotesca, apesar de irrelevante para o resultado, que cometeu sábado, contra a Estônia.

Donnarumma fez algumas boas defesas e conteve o perigo provocado pela seleção de Israel (Ansa)

Logo aos 5 minutos, Retegui finalizou de primeira, após bom cruzamento de Tonali pelo lado esquerdo do ataque, mas não teve sucesso. O jogador do Newcastle participaria de outro lance de perigo ao fazer o papel de pivô para que Cambiaso arrematasse de fora da área, com muita força, aos 9. Os azzurri insistiam e, aos 15 minutos, Raspadori chutou rasteiro, de pé direito, para fora.

Por outro lado, os israelenses tinham o claro objetivo de se defender e sair nos contra-ataques. Em lançamento do campo de defesa, Calafiori perdeu a disputa de cabeça para Khalaili, que arrancou e tocou para Gloukh chutar forte e para fora, aos 18 minutos. Em nova jogada em velocidade, a bola sobrou para Solomon, que finalizou no alto, obrigando o goleiro Donnarumma a fazer uma linda defesa. Foi naquele período que a Itália teve mais dificuldades na partida.

Aos 35, Tonali arriscou a finalização de longe e parou em defesa segura e tranquila do goleiro Glazer. A situação para os azzurri apenas melhorou no último lance da etapa inicial, quando Retegui foi duramente atingido por trás pelo zagueiro Baltaxa dentro da área. Pênalti marcado. Na cobrança, o atacante ítalo-argentino converteu com força, à meia altura e sem chances para o arqueiro rival.

Na volta do intervalo, a Itália retornou de forma lenta, permitindo que Israel permanecesse constantemente no campo de ataque. É verdade que, aos 53 minutos, Barella quase marcou um golaço de voleio da entrada da área. No entanto, no lance seguinte, Baribo ajeitou o corpo e bateu de chapa em direção ao gol, mas sem precisão. A melhor chance israelense na partida ocorreu, sem dúvida, na casa dos 59: Gloukh finalizou rasteiro e forte, obrigando Donnarumma a fazer uma grande defesa – a mais importante de todo o jogo.

Retegui anotou uma doppietta e foi o grande nome do jogo (AFP/Getty)

Aos 66 minutos, Cambiaso chegou a marcar um gol, mas estava bastante impedido e o trio de arbitragem, liderado por Clément Turpin, anulou o lance. Pouco depois, a individualidade de Retegui fez toda a diferença outra vez: o atacante recuperou a bola no campo de ataque, conduziu-a e, de longe, chutou colocado no ângulo esquerdo de Glazer para marcar o segundo da Nazionale, aos 74.

Mesmo com o placar adverso, os israelenses buscaram marcar seu primeiro gol. Solomon chegou a fazer boa jogada pela esquerda, driblou Donnarumma, mas, com pouco ângulo, chutou para fora, aos 77. Em seguida, já aos 83, Glazer cometeu um erro grotesco dentro da área e deu um presentaço para Retegui dentro da grande área: o ítalo-argentino ajeitou para Esposito, que estava em melhor posição, mas o interista arrematou fraco e o arqueiro se recuperou. Nos acréscimos, ea Itália fecharia a conta com um zagueiro artilheiro que finalmente anotaria pela seleção: Mancini, autor de 19 tentos pela Roma, completou com uma boa cabeçada o cruzamento de Dimarco e balançou a rede de Israel.

Com o resultado, os azzurri – que têm média de quatro gols por jogo e quatro vitórias na gestão de Gennaro Gattuso – respiraram na tabela de classificação para a Copa do Mundo e garantiram uma vaga na repescagem europeia, o que deve transformar a próxima data Fifa em momento de experiências e de um importante jogo-treino contra a Noruega, a não ser que a primeira colocada da chave vacile contra a Estônia e reabra o Grupo I. Hoje, os nórdicos têm 16 tentos de saldo a mais do que a Nazionale, que teria de vencer as duas partidas por enormes goleadas para avançar diretamente à competição, caso nenhuma surpresa ocorra. Improvável.