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·16. Dezember 2025

Entenda por que primeira secretária do Conselho segue no cargo mesmo sendo investigada pela Ética

Artikelbild:Entenda por que primeira secretária do Conselho segue no cargo mesmo sendo investigada pela Ética
  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Na noite desta segunda-feira (16), o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians se reuniu no Parque São Jorge para analisar a proposta de previsão orçamentária para 2026, elaborada pela diretoria. Em sessão com quórum baixo, de apenas 139 conselheiros (ou 46% do total), a peça foi aprovada por aclamação, com dez membros do órgão declarando insatisfação com os números apresentados.

Porém, as finanças do Alvinegro não foram a única pauta debatida no encontro. Antes das deliberações sobre a previsão orçamentária, os conselheiros se envolveram em um longo debate sobre outro tema que vem movimentando os bastidores do Parque São Jorge: o andamento, na Comissão de Ética e Disciplina (CED), dos processos contra conselheiros e associados envolvidos na tentativa de reconduzir Augusto Melo, então presidente afastado do clube, ao seu cargo, em 31 de maio deste ano.


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Foto: Reprodução/Corinthians

Acusações e defesas

O assunto foi levantado pelo conselheiro Rubens Gomes (o “Rubão”), que em sua fala criticou fortemente tanto a Ética quanto Romeu Tuma Júnior, presidente do CD. Ele acusou a comissão de “não estar trabalhando”, deixando uma das envolvidas no 31 de maio, a conselheira Maria Angela de Sousa Ocampos, livre para seguir na função de primeira secretária do Conselho.

Já a Tuma, Rubão afirmou que considerava um “absurdo” que ele permitisse dividir os trabalhos na mesa diretora do órgão com Maria Angela, mesmo após a conselheira protagonizar uma “tentativa de golpe” contra ele. Completou, ainda, dizendo que tal fato “incomodava a todo mundo” no Parque São Jorge.

Vale contextualizar: em 31 de maio, foi Maria Angela quem recebeu, de conselheiros aliados de Augusto Melo que eram membros da Ética, uma manifestação escrita com ordens para afastar Tuma da presidência do CD, colocando-a em seu lugar, a fim de anular o rito do impeachment que estava em andamento e reconduzir o então presidente afastado ao seu cargo no comando do clube. O plano, no entanto, não foi bem-sucedido.

Diversos envolvidos na situação, direta ou indiretamente, se manifestaram na sequência. Tuma, por exemplo, alegou que a Ética não teria poderes para decidir sobre punições, apenas recomendá-las ao plenário do CD por meio de um parecer, que é analisado e votado.

Lembrou ainda que o anteprojeto da reforma do estatuto tem uma proposta de mudança na Ética pra que ela ganhe novo formato, com membros eleitos pelos sócios e a presença auditores independentes, visando torná-la um poder autônomo no clube. Completou explicando que o objetivo dessa mudança seria, justamente, o de desvincular os trabalhos do órgão em relação ao Conselho e evitar que o órgão siga correndo riscos de sofrer influência política em seus trabalhos.

Quem também pediu a palavra foi a própria Maria Angela. Em sua fala, ela reclamou que “nunca teria sido ouvida” pela Ética. Importante pontuar, no entanto, que segundo apuração da Central do Timão, a conselheira apresentou defesa escrita ao órgão para o procedimento disciplinar ao qual responde, além de ter participado de oitiva na polícia no âmbito do inquérito policial aberto logo após os episódios no Parque São Jorge, em 31 de maio. Tal inquérito, aliás, acabou arquivado em outubro, sem nenhum pedido de indiciamento por parte da delegada Aline Ferreira Julieti Cury.

Ela prosseguiu, dizendo aos conselheiros que “nunca quis tirar” Tuma da presidência do CD. Segundo Maria Angela, ela teria sido “tirada de casa” naquele dia, sendo coagida a rumar à sede do Corinthians, sob a justificativa de que Augusto Melo teria recebido uma liminar que o reconduzia à presidência do clube e de que, se ela não fizesse nada, seria responsabilizada judicialmente.

A primeira secretária continuou, afirmando que todos os documentos relativos ao caso já estavam prontos e que recebeu “inúmeras ligações” pressionando-a a agir em concordância com os aliados do ex-presidente. Completou dizendo que embora esteja com “medo de ameaças”, está à disposição da Ética; que tem provas de tudo o que disse e que, em sua defesa, “não pouparia ninguém”, implicando até mesmo funcionários do Parque São Jorge que, segundo ela, estariam envolvidos no caso.

Rodrigo Bittar, membro da Ética e relator original do procedimento sobre o 31 de maio, pediu a palavra, solicitando a Tuma que encaminhasse a ata desta reunião ao órgão, para que as afirmações feitas fossem devidamente apuradas. Segundo apurado pela redação, a tendência é que Maria Angela seja ouvida já nos próximos dias, para confirmar o que disse perante os conselheiros.

Pedido de afastamento negado

Segundo apurado pela redação, poucos dias após este desmembramento, a Ética do CD se reuniu e decidiu recomendar a suspensão cautelar por 60 dias de 13 nomes do quadro associativo do Corinthians: o ex-presidente Augusto Melo e os conselheiros Carlos Eduardo Melo Silva, Laercio Ferreira Victoria, Leandro Olmedila, Marcos Coelho Abdo, Maria Angela de Souza Ocampos, Mário Mello Júnior, Paulo Juricic, Paulo Rogério Pinheiro Jr., Peterson Ruan Aiello, Rodrigo Gonzalez, Ronaldo Fernandez Tomé e Wanderson Salles.

No entanto, tal pedido foi indeferido por Tuma, sem encaminhamento ao plenário do CD para votação. A justificativa foi a de que já haviam se passado vários meses desde o episódio e que, diante disso, não haveria mais necessidade de qualquer medida liminar, a qual só poderia ser concedida em situações de urgência, o que não seria mais o caso. Ele ainda recomendou que a Comissão de Ética acelerasse as investigações, a fim de individualizar as condutas e produzir pareceres específicos para cada envolvido.

Visando obter esse resultado, então, o vice-presidente do CD e presidente da Ética Leonardo Pantaleão desmembrou o procedimento, dividindo as apurações entre vários membros do órgão. Bittar, por exemplo, atualmente é o relator apenas das investigações contra Augusto Melo. As apurações contra Maria Angela, por outro lado, passaram para as mãos da conselheira Claudia Carlos de Oliveira.

E depois disso?

Desde então, passaram-se três meses, com poucos avanços práticos nas apurações. Segundo apurado pela Central do Timão, o maior desafio das investigações tem sido o de conferir e comparar as dezenas de defesas entregues pelos envolvidos às duas Éticas, dos conselheiros e também dos associados. Embora os órgãos tenham as imagens do clube no dia 31 de maio, elas não possuem áudio, o que torna difícil a checagem das afirmações feitas pelos investigados.

Outro fator que estaria atrasando as apurações é uma postura consciente de cautela por parte dos conselheiros à frente dos órgãos, fazendo com que todos os prazos de defesa estejam sendo concedidos aos acusados. O objetivo seria evitar que qualquer medida dos relatores possa ser usada para um pedido de nulidade dos procedimentos na Justiça, mesmo que, externamente, a mensagem passada seja de estagnação nos trabalhos.

Além disso, a redação apurou que existe uma preocupação no sentido de separar, dentre os investigados, quais sabiam de fato que a tentativa de recondução de Augusto Melo, nos termos propostos pelo movimento em 31 de maio, era irregular, e quais na verdade acreditaram na narrativa de “liminar”, sendo induzidos a erro para apoiar a iniciativa.

Dentro deste contexto, e considerando as declarações de Maria Ângela aos conselheiros nesta segunda-feira, existe a expectativa de que seu iminente depoimento à Ética auxilie na apuração das responsabilidades dos envolvidos, acelerando de forma decisiva os trabalhos do órgão.

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