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·6. Juni 2025

Estreia de Ancelotti teve foco na defesa e um time sem ideias com a bola

Artikelbild:Estreia de Ancelotti teve foco na defesa e um time sem ideias com a bola

Carlo Ancelotti falou, na entrevista prévia do jogo contra o Equador, que gostaria de ver um time organizado na fase defensiva, e criativo no último terço. A primeira parte foi um pouco atendida, mas a verdade é que a seleção brasileira, na estreia do italiano, continuou sem ideias no ataque.

Um ponto é bem importante: é impossível iniciar qualquer avaliação do trabalho de Ancelotti agora. O italiano teve poucos dias com os novos comandados antes do jogo. Vai demorar um pouco para conseguirmos ver sua cara no time. O foco inicial foi trabalhar o mental dos jogadores.


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Quanto a isso, Ancelotti deu alguns recados, seja na escalação, apostando nos retornos de Casemiro e Richarlison, ou dando confiança para caras novas, como Alexsandro Ribeiro, Estêvão e Andrey Santos (Estêvão já vinha sendo convocado, mas foi novidade como titular).

Ancelotti vai começar a desenhar a nova cara da seleção aos poucos. O foco inicial foi na fase defensiva. O Brasil se organizou defensivamente em 4-4-2, que poderia virar 4-5-1 a depender da evolução do adversário com a bola.

A seleção começou com uma pressão alta forte, e aí Richarlison conseguiu ajudar. Na transição defensiva em 4-4-2, Estêvão e Vinícius alternavam em ficar na frente pressionando com Richarlison ou recompor na linha dos meias, a depender dos gatilhos de saída de bola de La Tri (saída pela esquerda, Vini recuava e Estêvão pressionava, e vice-versa).

Houve entendimento nesse sentido, e quando adiantava as linhas, a seleção conseguiu bons encaixes de marcação, com Vanderson pela direita e Gerson pela esquerda ajudando a subir pressão.

Quando o Equador avançava ao último terço, tanto Vini quanto Estêvão recuavam, e formavam um 4-5-1. O grande problema da seleção brasileira nesta quinta foi na dobra de marcação entre Estêvão e Vanderson na direita. Angulo e Estupiñan infernizaram a vida dos brasileiros, com trocas de posição e muitas vezes criação de superioridade numérica no setor, com a aproximação de um meia.

Vanderson, um lateral com características mais ofensivas, foi agressivo na marcação, mas precipitado em alguns momentos, e esteve exposto em outros. O Brasil acabou acuado pelo rival, que forçou o jogo naquele setor.

Se construiu seus principais ataques pela esquerda, o Equador teve pouco espaço para avançar pelo meio, com boa presença de Casemiro ao lado de Bruno Guimarães e Gerson. Mas o melhor da seleção foi Alexsandro, o estreante do Lille. O zagueiro fez uma partida impecável defensivamente, e mostrou vigor para fazer boas coberturas a Alex Sandro, que também se portou bem defensivamente.

Brasil com bola

Na fase ofensiva, o Brasil mostrou muitas dificuldades. A começar pelos erros técnicos: foram muitos passes errados, de um time que não soube o que fazer com a bola quando pressionado. E a verdade é que foi pressionado o jogo quase todo...

O jogo do Brasil só progrediu quando as jogadas foram pela esquerda. Alexandro Ribeiro mostrou boa qualidade nos passes verticais, quebrando linha em duas ou três ocasiões em lances que poderiam ter sido melhor aproveitados. Alex Sandro, por sua vez, também achou bons passes para Vinícius Júnior nas costas da defesa. Em um deles, o ponta entregou na área para Richarlison, que furou...

Ancelotti adotou uma saída 3+2, com duplo-pivô feito por Casemiro e Guimarães. Mas a melhor saída nunca foi pelo meio: Casemiro não conseguiu conectar o time com a bola nos pés e Guimarães fez outra partida abaixo de seu nível na seleção.

Na primeira fase de construção, Gerson ficou mais aberto na esquerda, e Vanderson do outro lado. Vini e Estêvão jogaram atrás de Richarlison. Além de Estêvão criar pouco por dentro, Richarlison matou as poucas jogadas que tinham chance de levar perigo. Não foi bem atuando de costas, como pivô, e tampouco quando recebeu mais próximo da área. Partida bem abaixo do Pombo, que já entregou mais na seleção (e também no futebol inglês).

Se na direita Vanderson geralmente buscava o fundo, embora ofensivamente tenha produzido pouco, do outro lado Gerson, nos momentos mais agudos, aparecia por dentro, com Vini aberto. Gerson poderia ter feito um jogo melhor, poderia até ter feito um gol, mas hesitou demais quando teve chance de finalizar (como tantas vezes fez no Flamengo)...

Quando mudou o time no segundo tempo, Ancelotti buscou mais dinamismo no meio com Andrey, inverteu o 4-3-2-1 para um 4-3-1-2, com Matheus Cunha atrás de dois atacantes de mobilidade, Vini e Martinelli. O ponta do Arsenal entrou no lado oposto que costuma jogar, também tentando ajustar a marcação em Estupiñan e Angulo, que acabou substituído.

A seleção brasileira chegou a ter campo para contra-atacar nos minutos finais, e teve até peças para isso, mas não conseguiu se conectar em campo. Foi mais uma partida individualmente pobre, e coletivamente desconexa da seleção. Com algum princípio de organização defensiva mais bem definido. Mas sem mecanismos ofensivos capazes de criar dano a um adversário inferior tecnicamente. O trabalho de Ancelotti está só começando, e quanto trabalho Ancelotti terá pela frente...

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