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·29. Dezember 2025

Ex São Paulo conta sobre drogas, caos e reviravolta

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Ex São Paulo conta sobre drogas, caos e reviravolta

O ex-lateral-direito Régis, que passou pelo São Paulo em 2018 e, em entrevista recente à ESPN, contou com emoção sua trajetória de queda por causa das drogas e sua busca por uma reviravolta.

​Régis é um lateral-direito que chegou ao São Paulo em março de 2018, aos 28 anos, após se destacar no São Bento no Campeonato Paulista.​

Ele foi visto como um jogador com futuro promissor, até que problemas pessoais ligados à dependência química levaram à rescisão do contrato com o Tricolor, sete meses depois.

  • No São Paulo, Régis teve bons momentos, mas também enfrentou episódios de ausência em treinos e compromissos por causa do uso de drogas e álcool.​
  • O clube tentou ajudar com um plano de recuperação (médicos, psicólogos, psiquiatras), e ele chegou a voltar aos treinos, mas novos problemas tornaram a permanência insustentável.​
  • Em 2018, o São Paulo rescindiu o contrato por problemas pessoais, e Régis deixou o clube com a sensação de que perdeu a grande chance da carreira.
  • Régis admite que o vício em drogas (principalmente cocaína) e álcool foi o que causou sua saída do São Paulo e o afastamento de outros clubes.​
  • Ele conta que, na época, ouviu de pessoas próximas que estava “perto da seleção brasileira”, o que mostra o quanto o potencial foi grande, mas foi destruído pela dependência química.​
  • Depois do São Paulo, passou por cerca de 15 clubes, mas nunca mais voltou à elite, enfrentando prisões, recaídas e tratamentos interrompidos.
  1. Agora, aos 36 anos, Régis diz que quer recuperar o tempo perdido, voltar a jogar e ser um exemplo para os jovens atletas.​
  2. Ele valoriza o carinho do futebol, as concentrações, a torcida e a vida em grupo, que sentiu falta nos anos em que ficou afastado.​
  3. Régis planeja, quando se aposentar, atuar como mentor e agente de atletas, oferecendo o suporte emocional e social que ele mesmo não teve no auge da carreira.
  • Régis agradece ao São Paulo pela estrutura de psicologia e pelo apoio que recebeu, mesmo que não tenha conseguido se manter.​
  • Ele reconhece que o clube tentou ajudar, mas que, naquele momento, já estava em um estado emocional e químico difícil de controlar.​
  • Para ele, o São Paulo foi a chance de ouro, e a pergunta que fica é: “Onde eu poderia ter chegado?”.​

“As concentrações, as resenhas com os jogadores, a ligação da família desejando boa sorte, essa energia, essa questão pessoal, esse afeto pessoal, o calor da torcida. É o carinho que eu preciso. É o carinho que eu precisava no período em que fiquei afastado. O futebol, dinheiro, fama, tudo isso é supérfluo diante de toda emoção, de tudo que você transmite para as pessoas dentro do campo. Isso é o que me fez muita falta”

“Fisicamente eu acho que estou bem. Dá para jogar pelo menos mais uns dois ou três anos. Mas não tenho uma meta. Minha paixão pelo futebol vai além do tempo, até onde meu corpo disser para mim que eu posso jogar, eu vou. Eu perdi muitos anos com os problemas que eu tive. Então eu quero correr atrás de cada minuto, de cada sessão de treinamento que eu perdi, de cada concentração. Hoje vejo atletas reclamando da concentração. Se soubessem o quanto faz falta… Você se relacionar com seus companheiros, estar ali no dia a dia, viajar. Por um momento eu perdi isso, e eu sei o quanto isso é maravilhoso. Enquanto meu corpo disser que dou conta, vou aproveitar ao máximo e desfrutar tudo aquilo que o futebol pode me proporcionar”

“Esse retorno é bem parecido com quando um atleta se lesiona. É fundamental que tenha um respaldo familiar, para que tenha a consciência de que precisa se cuidar. É muito desafiador você ter de se condicionar ainda sem ter uma certeza, uma projeção de para onde você vai, mas a vida de atleta de futebol é feita de incertezas. Para mim é tranquilo. Procuro estar centrado, treinando, mantendo a forma e buscando informações do mercado para estar sempre atualizado em busca de boas oportunidades”

“Minha infância foi muito tranquila. Obviamente que, por crescer em ambiente de pouca infraestrutura, você vai ter desafios. Mas sempre encarei desafios como uma maneira de prosseguir, usar de trampolim. Minha família sempre foi humilde. Graças a Deus não passamos grandes dificuldades com alimentação, essas coisas. Sempre procurei estudar. Minha família me deu tudo de melhor dentro das condições. Sou muito feliz e grato pelo que minha família fez por mim”

“Mas há desafios sociais para todo jovem de periferia… Dificuldade em relação a educação, criminalidade, drogas. São coisas que o mundo apresenta para todos, independente da classe social, e para mim não foi diferente. Escolher o caminho do bem foi a alternativa que me fez chegar a grandes clubes, como cheguei”

“Eu demorei um período para me adaptar. Estava chegando no maior clube do país, até me adaptar com toda estrutura. Embora tenha passado por clubes intermediários, como Ponte Preta, Guarani, Portuguesa, que são de expressão no cenário, mas estamos falando do São Paulo. Fiquei um período para me adaptar. Eu fui contratado aos 28 anos. Geralmente não é comum um atleta ser contratado nessa faixa etária. Para mim foi um prêmio diante do que tinha feito no Campeonato Paulista. Era a realização do meu sonho enquanto atleta profissional. Foi importante e, ao mesmo tempo, assustador, porque as pessoas não esperavam que eu pudesse, naquela idade, chegar em um clube dessa grandeza”

“Eu vinha de um processo de recuperação. O São Paulo tinha consciência do que acontecia comigo. Foi um dos fatores que na minha cabeça eu achei que iriam prejudicar. Mas de forma nenhuma eles me trataram com indiferença. Eles entendiam que meu potencial estava muito além daquilo que eu tinha apresentado em termos de problemas pessoais antes. Eles apostaram em mim, sabiam que eu poderia produzir. Para mim não foi um problema. De fato e infelizmente aconteceu, mas de forma nenhuma interferiu naquilo que eu pude produzir dentro de campo”

“Eu não atribuo ao São Paulo uma responsabilidade de algo que eu decidi fazer. Obviamente que foi proposto um plano de prevenção, com certeza eles fizeram isso. Mas vai muito além da questão do futebol. É uma questão pessoal, questão de saúde, envolve departamento de saúde, mas também vai muito da tomada de decisão do atleta. Em determinado momento eu não conseguia administrar toda aquela euforia, porque vivia um bom momento, especulado na seleção brasileira, com sondagens de clubes. Quando chega a um clube dessa grandeza, é preciso conscientizar o atleta de que ele pode chegar a um nível muito mais alto do que isso. Se não houver um equilíbrio emocional, acontece o que aconteceu comigo”

“No São Paulo havia pilares importantíssimos, como Diego Souza, Nenê, Rodrigo Caio, que foi um dos caras que contribuíram para minha ida, Bruno Alves, Ardoleda. Em 2018 estávamos cercados de jogadores experientes. Quando eu passei por essa primeira situação, foram os caras que falaram: ‘Régis, vamos lá, a gente precisa de você, estamos aqui para te ajudar’. O clube também estendeu a mão para mim. Isso foi importantíssimo nessa minha primeira crise. Foram pessoas que guardo com carinho muito grande no meu coração”,

“Minha saída não foi da maneira como eu esperava. Acredito que qualquer outro atleta que tenha passado pelos desafios que eu passei não imaginaria sair daquela forma. O jogador de futebol não é imune aos problemas que estão propostos todos os dias. Vivemos em um país em que as pessoas estão sofrendo com diversos problemas emocionais. Naquele período eu passei por um problema muito difícil, mas eu também falo que o São Paulo sempre me deu todo suporte para que eu pudesse crescer, não só sobre o problema que eu tive, mas também na minha questão e evolução pessoal. Minha saída não foi da maneira como eu esperava, mas a maneira como as pessoas me tratam hoje, mesmo sabendo de todo problema que eu tive, para mim é um afago e me faz acreditar que fiz um bom trabalho”

“Existe um preconceito muito grande, principalmente em relação ao problema que eu tive. Tecnicamente, óbvio, em todos lugares em que se fala do meu nome as pessoas dão ok e dizem que como atleta não há o que falar. Mas eles sempre pesam esse outro lado. É o que entristece, porque foi algo pontual. O Régis não é definido por aquilo que ele viveu, é um atleta de alto nível. Se eu não tivesse me cuidado, não teria chegado ao São Paulo, não teria chegado ao Botafogo. As pessoas me rotulam ainda por aquele momento que vivi. E eu já não sou mais aquela pessoa. Infelizmente as pessoas ainda se apegam muito ao passado”

“Foram anos de muito aprendizado. Aprender a valorizar mais a família, aprender a valorizar mais as pessoas que estão ao seu lado. Porque, quando você chega a um nível alto, você começa a valorizar as pessoas que estão se aproximando, você entende que elas são mais importantes do que aquelas que lutaram com você no passado. Você, infelizmente, acaba se esquecendo. Estarei mentindo se não tivesse me esquecido das pessoas que um dia me estenderam a mão. Hoje eu posso dizer que aprendi isso, a valorizar as pessoas que estavam comigo no momento difícil e que estão comigo hoje também”

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