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·26. August 2025
Flamengo é alvo de ação de R$ 100 milhões por racismo estrutural; clube se manifesta

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·26. August 2025
O Flamengo é alvo de uma ação impressionante da Educafro. A associação civil é muito conhecida e tem como ideal buscar igualdade social no Brasil. Eles entram com uma ação contra o Flamengo, afirmando que o clube teria praticado, ao longo de décadas, racismo estrutural.
Isso aconteceria na parte administrativa do clube, de acordo com a associação. A informação foi publicada pelo jornal 'O Globo', que afirma ainda que o processo tramita desde a semana passada na Justiça.
Além disso, a Educafro pede indenização de R$ 100 milhões por danos morais ocasionados por esse suposto racismo. São 38 páginas de alegações da Educafro contra o Flamengo, com casos considerados racistas pela associação civil.
Algumas dessas alegações envolvem os ídolos Andrade e o falecido Adílio, que de acordo com a Educafro, teriam sido 'subvalorizados' pelo Flamengo.
A elitização no Maracanã e os ingressos caros também são vistos como racismo estrutural. Frei David, diretor da Educafro, se manifestou sobre a ação.
Ele afirma que a ideia é lutar contra o racismo estrutural no futebol, e não só no clube, segundo ele. David ainda critica ações antirracistas de alguns clubes.
"O nosso foco não é o Flamengo: são todos os times de futebol de todas as divisões e os órgãos administrativos do futebol brasileiro e do mundo. Temos certeza de que irão entender que, colocar frases antirracistas em camisas de jogadores, entrar no campo com faixas contra o racismo, não muda nada. Só faz cosquinha no racismo institucionalizado", afirma.
Outros foram citados pela reportagem, e um deles aconteceu em julho. A Educafro afirma que o diretor de base do Flamengo "proferiu declarações de cunho flagrantemente discriminatório".
Ele teria dito o seguinte: "A África tem valências físicas", complementando com "a parte mental estaria em outras zonas da Europa, do globo".
Além disso, a concordância de Bap, que afirmou que o discurso de Alejandro Domínguez, da Conmebol, sobre racismo, foi "adequado", também incomodou e Educafro.
A associação defesa que uma comissão de igualdade racial seja criada, com cortas raciais para cargos de diretores e de liderança e democratização no acesso aos jogos do Flamengo. Isso seria feito com ingressos na categoria de "sociais", custando R$ 10.
O MundoBola Flamengo apurou com uma fonte do clube que a visão interna é de oportunismo por parte da Educafro. O clube entende que a ação é lamentável.
O Flamengo ainda não foi citado, e responderá à ação quando isso acontecer. Além disso, o Rubro-Negro reitera que alterou o Estatuto recentemente. A ideia foi, exatamente, inserir regras de combate ao racismo estrutural, tipificando condutas como infração estatutária grave.
A proposta da emenda antirracista partiu do presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap. O mesmo que é criticado pela Educafro nas suas alegações.
A medida, tomada em agosta, visa reforçar o compromisso institucional do clube contra discriminação racial e gênero.
A emenda do Estatuto, aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube na última terça (19), conta com ações educativas, preventivas e disciplinares.
Um dos tópicos do documento diz o seguinte: "medidas educativas, preventivas e combativas contra o racismo estrutural e contra qualquer espécie de discriminação racial ou de gênero, incluindo programas, campanhas, treinamentos e parcerias em apoio a iniciativas que fortaleçam a inclusão e o respeito à diversidade racial e de gênero.”
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