
Gazeta Esportiva.com
·13. Juni 2025
Gritos homofóbicos: Corinthians repudia decisão do STJD e cobra punição severa ao Palmeiras

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·13. Juni 2025
O Corinthians enviou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) nesta sexta-feira, no qual repudiou e expressou sua indignação com uma decisão proferida pela Terceira Comissão Disciplinar do Tribunal sobre o caso dos gritos homofóbicos da torcida do Palmeiras direcionados ao atacante Ángel Romero. O clube cobrou uma punição mais severa ao rival.
Mais cedo, o Palmeiras foi julgado e punido apenas com multa de R$ 80 mil pelos cânticos homofóbicos no Derby, na Arena Barueri, no dia 12 de abril deste ano, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. A Procuradoria denunciou a equipe uma vez no artigo 243-G por cânticos discriminatórios.
O Corinthians viu a deliberação com “profunda preocupação e inconformismo” por entender que havia a necessidade de uma punição mais dura ao rival. Em razão disso, o clube enviou o ofício ao presidente da CBF, Samir Xaud, e ao presidente do STJD, Dr. Luiz Otávio Teixeira Veríssimo.
A Gazeta Esportiva teve acesso ao documento. Nele, constam as assinaturas de Osmar Stabile, presidente em exercício do Corinthians, e de Leonardo Pantaleão, que tem atuado como uma espécie de ‘superintendente’ no departamento jurídico.
No ofício, o Corinthians reconhece a autonomia decisória das Comissões Disciplinares do STJD, mas destaca que “não é possível ignorar a gravidade do episódio e a reincidência do clube infrator”. O clube entende que, em tese, tais fatores exigiriam uma condenação mais severa ao Palmeiras.
Neste sentido, a diretoria alvinegra avaliou como inadequada a punição apenas financeira ao rival no que foi “um ato de conteúdo abertamente discriminatório”.
O Corinthians também menciona que a aplicação de apenas uma multa ao Palmeiras gerou apreensão. O Timão relembrou o caso de 2023, em que o clube foi punido pelo STJD com a realização de uma partida com portões fechados após cantos homofóbicos da torcida no clássico contra o São Paulo, também com fundamento no artigo 243-G.
Por fim, a alta cúpula alvinegra reiterou sua confiança nas instituições desportivas nacionais, mas deixou claro que não concorda com a simples multa ao Palmeiras. O clube expressou sua discordância quanto ao caso com a esperança de que, no âmbito recursal ou em futuras decisões, a Justiça desportiva possa “reafirmar seu compromisso com o combate à discriminação no esporte em todas as suas formas”.
O Palmeiras foi punido pelos cânticos homofóbicos contra Romero e também pelo arremesso de objetos e cabeças de galinha no clássico contra o Corinthians.
No total, o Alviverde recebeu multa de R$ 160 mil pelos arremessos dos objetos e das duas cabeças de galinha e de R$ 80 mil pelo cântico preconceituoso, totalizando R$ 240 mil. A decisão é de primeira instância e cabe recurso ao Pleno.
Na súmula, o árbitro Rafael Klein narrou o arremesso de um copo, um chinelo e duas cabeças de galinha em quatro momentos distintos. Em adendo, ele relatou a ocorrência de cânticos homofóbicos por parte da torcida palmeirense em direção a Romero, do Corinthians, antes da bola rolar.
Os responsáveis pelo julgamento divergiram na dosimetria das punições. O auditor José Maria Philomeno pediu aplicação de multa de R$ 3 mil pelo arremesso de copo, R$ 5 mil pelo chinelo, R$ 30 mil das cabeças de galinha, além de R$ 60 mil pelos cânticos, e foi acompanhado pelo auditor George Ramalho.
Pedro Gonet sugeriu R$ 3 mil pelo arremesso de copo e pelo chinelo multa de R$ 3 mil e além de multa de R$ 60 mil por cada cabeça de galinha, e pena de R$ 80 mil no artigo 243-G. Por fim, a presidente da Comissão Adriene Hassen sugeriu, ainda, perda de um mando de campo pelos gritos homofóbicos.
A decisão final foi a de R$ 20 mil pelo arremesso do copo, mais R$ 20 mil pelo arremesso do chinelo, R$ 60 mil pelos duas cabeças de galinha (R$ 120 mil no total), além de R$ 80 mil pelos cânticos homofóbicos.
Cabeça de galinha arremessada em campo no Derby na Arena Barueri (Foto: Reprodução/Premiere)