Libertadores do São Paulo teve briga nos bastidores e obra relâmpago em vão; relembre | OneFootball

Libertadores do São Paulo teve briga nos bastidores e obra relâmpago em vão; relembre | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Gazeta Esportiva.com

Gazeta Esportiva.com

·14. Juli 2025

Libertadores do São Paulo teve briga nos bastidores e obra relâmpago em vão; relembre

Artikelbild:Libertadores do São Paulo teve briga nos bastidores e obra relâmpago em vão; relembre

Passados 20 anos do tricampeonato da Libertadores do São Paulo, as glórias seguem nas paredes do clube, mas muito do que aconteceu às vésperas daquela decisão teve influência para que o Tricolor pudesse conquistar mais uma vez a América, se tornando à época o único brasileiro três vezes campeão continental.

Os dias que antecederam o primeiro jogo da final, contra o Athletico-PR, foram tomados por uma briga nos bastidores. O clube paranaense pleiteava disputar a partida de ida em sua casa, a Arena da Baixada, atual Ligga Arena, em Curitba, mas o estádio ainda não possuía 40 mil lugares de capacidade, o mínimo exigido pela Conmebol para receber a decisão da Libertadores.


OneFootball Videos


Inaugurada em 1999, a Arena da Baixada foi o primeiro estádio com conceito moderno no Brasil. No entanto, em 2005 ainda não estava completa. Explica-se: o Colégio Expoente ficava no terreno vizinho à casa athleticana, o que inviabilizava a construção de mais arquibancadas. Desta forma, sua capacidade era de 25 mil torcedores, abaixo do mínimo exigido pela Conmebol.

Mas, dias antes do jogo de ida da final da Libertadores, o Athletico-PR entrou em acordo com o colégio, demoliu o muro que separava os terrenos e, assim, pôde instalar arquibancadas tubulares, provisórias, a fim de atingir a capacidade de 40 mil torcedores na Arena da Baixada e poder disputar a primeira partida da decisão em casa.

Anos depois, as partes entraram em um acordo, o colégio desocupou o terreno vizinho à Arena da Baixada, e ela pôde ser concluída, se transformando, de fato, em uma arena. Em 2014, o estádio passou por uma nova reforma, desta vez para sediar jogos da Copa do Mundo, e, hoje, é o único com teto retrátil do Brasil.

Briga nos bastidores

Enquanto o Athletico-PR tinha esperança de concluir as obras a tempo, trabalhando dia e noite para que tudo ficasse pronto e em condições de receber os torcedores em segurança, a Conmebol foi irredutível. A entidade que regula o futebol sul-americano vetou a Arena da Baixada mesmo com todos os esforços e solicitou ao clube que indicasse um outro estádio para a realização do jogo.

O Athletico-PR levou a pior na queda de braço e teve de recorrer ao Beira-Rio, estádio do Internacional, em Porto Alegre, a mais de 700 km de Curitiba. O Couto Pereira, estádio Coritiba, chegou a ser cogitado, mas os rivais preferiram não abrir as portas de sua casa para o time rubro-negro. O Pinheirão também não tinha capacidade necessária para receber a partida.

Com o deslocamento do jogo para Porto Alegre, o São Paulo praticamente anulou o “efeito casa” do qual o Athletico-PR poderia tirar proveito, uma vez que a equipe se notabilizava pela força como mandante, influenciada pela pressão de sua torcida, que ficava bastante próxima do gramado na Arena da Baixada.

O resultado foi um primeiro jogo da final com o Beira-Rio longe de estar lotado. Nem todo athleticano conseguiu viajar para Porto Alegre, e o frio embate no Sul terminou empatado em 1 a 1. Aloísio, que depois viria a defender o São Paulo, abriu o placar para o Athletico-PR logo aos 14 minutos de jogo, dando esperança à torcida rubro-negra. Mas, graças ao gol contra do zagueiro Durval, no início do segundo tempo, o Tricolor conseguiu voltar para casa com a igualdade no marcador e mais vivo do que nunca em busca do tricampeonato da Libertadores.

No dia 14 de julho de 2005, no Morumbis, 71.986 torcedores assistiram à goleada do São Paulo sobre o Athletico-PR por 4 a 0. O elenco tricolor sabia que o empate no jogo de ida, em Porto Alegre, o havia deixado muito próximo de erguer a taça. Com a atmosfera que haveria no Cícero Pompeu de Toledo, Rogério Ceni, Amoroso e companhia dificilmente sairiam derrotados. Deu a lógica.

Até hoje os athleticanos questionaram o poder dos bastidores na decisão da Libertadores de 2005. O São Paulo teria forçado a barra na Conmebol para que não fosse flexível no caso do Athletico-PR? A entidade teria contribuído para que o Tricolor se sagrasse campeão? Muitas conspirações habitam o imaginário dos torcedores que viveram aquela final.

Duas décadas depois, o São Paulo ainda se vangloria pela conquista, mas jamais chegou em outra final de Libertadores, mesmo ainda ostentando o título de ser um dos clubes brasileiros com mais títulos do torneio, ao lado de Santos, Flamengo e Palmeiras. O Athletico-PR, por sua vez, teve a oportunidade de disputar a decisão de 2022, contra o Flamengo, em Guayaquil, no Equador, mas foi derrotado por 1 a 0.

Impressum des Publishers ansehen