Mourinho <i>nas nuvens</i>: «Nenhum outro clube <i>gigante</i> me fez sentir mais honrado» | OneFootball

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·18. September 2025

Mourinho <i>nas nuvens</i>: «Nenhum outro clube <i>gigante</i> me fez sentir mais honrado»

Artikelbild:Mourinho <i>nas nuvens</i>: «Nenhum outro clube <i>gigante</i> me fez sentir mais honrado»

Na conferência de apresentação, José Mourinho, novo treinador do Benfica, mostrou-se emocionado e confessou estar «honrado» com o regresso ao emblema da Luz, 25 anos depois. O Special One comentou, ainda, sobre a duração do vínculo com as águias e quais as suas preferências táticas.

A primeira mensagem do Special One: «Tenho tantas emoções, mas acho que a experiência ajuda a controlá-las. Quero agradecer a Rui Costa a confiança e a honra de viver este momento. Obviamente que, sendo português, conheço a história, a cultura e a dimensão da nação benfiquista, mas quero deixar algo claro... eu tenho de ser capaz de bloquear todas estas emoções e olhar para o Benfica e para a minha responsabilidade de um modo muito simplista. Eu sou o treinador de um dos maiores clubes do mundo e quero fechar-me nesta missão, quero me focar no prazer de ser treinador, algo verdadeiramente apaixonante. São 25 anos, mas não venho para celebrar carreira. Tive a oportunidade de trabalhar num dos maiores clubes do mundo. Para finalizar, queria-lhe dizer a si [Rui Costa], como representante dos milhões de benfiquistas neste mundo, que em nenhum dos outros gigantes que eu tive me fez sentir mais honrado e responsabilizado do que ser treinador do Benfica. Palavras às vezes o vento leva-as, mas as atitudes não. A promessa é muito clara... vou viver para o Benfica, vou viver para a minha missão. Virei-me para a minha casa e disse 'até domingo'. Não há nada mais importane do que o jogo que temos há mais de 48 horas.»


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A receita para colocar o Benfica no caminho dos triunfos: «Na cabeça de algumas pessoas eu tenho dois currículos. Tenho um currículo que durou um certo período de tempo, mas o mais recente é uma fase de menor sucesso na minha carreira. A minha infelicidade é que nos últimos cinco anos joguei duas finais europeias. É a dramática fase da minha carreira. Mas eu não sou importante. Eu venho para o Benfica numa fase da minha carreira e da minha pessoa em que me transformei para melhor. Sou mais altruísta, sou menos egocêntrico, penso mais no bem que posso fazer aos outros, na felicidade dos outros. Eu não sou importante, o Benfica é importante. os adeptos são  importantes, é o coração de qualquer clube. Os jogadores são importantes, eu estou aqui para servir. O Benfica é o seu ADN. É ganhar. Revejo-me muito na cultura, no perfil, naquilo que é o povo que ama o futebol, que quer ganhar, mas que se quer sentir parte do esforço e do sacrifício. Nós, treinadores, somos privilegiados. Durante 90 minutos representamos toda aquela gente. Tenho um respeito enorme por este clube, pelos adeptos deste clube. O benfiquismo saltava à estrada, mesmo quando me colocavam inconfortável com câmeras de televisão na estrada e as pessoas sabiam onde eu estava. Arrepia, faz pele de galinha. Não me tornei imune a tudo isto. Para ganhar vou começar por aí.

Queremos ganhar sempre. Não podemos perder como perdemos há dois dias atrás. Não é o Benfica. Benfica é quem jogou contra o Fenerbahçe durante 30 minutos com menos um em Istambul. Isso é o Benfica com o qual eu cresci. Eu tenho jogo daqui a 48 horas. Vou encontrar jogadores em recuperação, tenho de meter o meu dedo mas muito ao de leve, não posso radicalizar. Tem de se começar por este perfil ao nível emocional, entrar em campo a saber que somos muito milhões e pensar neles. Do ponto de vista tático vou meter o dedo mas de forma muito controlada. Muita coisa foi bem feita pelo meu antecessor.»

«Estou muito feliz, sinto-me mais vivo do que nunca»

25 anos depois, o regresso à Luz: «Tento bloquear esses sentimentos e é importante fazê-lo. São duas fases diferentes, não só da minha carreira mas também da minha vida como homem. Foi o início da minha carreira e agora estou num momento de grande maturidade. Se esperam que acabe daqui a 4 ou 5 anos estão enganados, eu é que vou decidir. Eu queria vir ontem à noite, estar a trabalhar, reunir com os analistas, com os assistentes... Só vou acabar quando sentir que alguma coisa mudou. Hoje sinto que o que mudou é que tenho mais fome do que tinha há 25 anos. Se calhar hoje as coisas não teriam sido como foram há 25 anos. Hoje penso mais nos outros. Sou o último da fila, estou aqui para servir. Aquele momento era diferente em termos de maturidade. Estou super feliz de estar aqui, sinto-me mais vivo do que nunca. É pena que o jogo seja daqui a dois dias, mas ao mesmo tempo é bom, porque estou desejoso que aconteça. Se sinto que são todos os benfiquistas que estão felizes por eu estar aqui? Acho que não. Quem é magnânimo? Quem tem esse poder de ter toda a gente do seu lado? Ninguém. Mas sinto a responsabilidade de fazer coisas boas, que a nível nacional é ganhar títulos.»

A «ética» do contrato até 2027: «É um contrato com uma grande ética por trás. Só assinei, não o elaborei. Só assino o que me agrada, mas tem da parte do clube um respeito enorme pelas eleições, pelos sócios que vão concorrer à presidência. Sensibilizou-me o contrato ser direcionado por essa ética. No dia seguinte às eleições eu serei o treinador do Benfica, mas a presença desse lado ético dá uma facilidade que noutras condições não existiria. Quero trabalhar no Benfica mas quero que as pessoas estejam no mesmo barco do que eu. Quero cumprir os dois anos e contrato, com êxito, que o clube depois queira renovar comigo.»

Preferências no sistema tático: «No meu anterior clube as coisas são muito fáceis de explicar. Eu queria jogar a quatro, mas o clube contratou cinco jogadores no dia a seguir a eu ter saído e enquanto eu lá estive era completamente impossível jogar a quatro, porque tinha sete centrais, dois laterais e um ala. Eu adapto-me ao que existe no clube. Elogiei o plantel do Benfica. Se usei as palavras para tirar pressão da minha equipa? Sim, mas não retiro nenhuma palavra. Gostei muito da ação do Benfica no mercado e gosto da equipa do Benfica. Não sou o maior exemplo de fair play, mas estou melhor, quando perco, mordo os dedos, não foi com a maior facilidade que me saiu os parabéns ao Bruno, ao Benfica... Mas mereceram tudo isso. Aproveito a oportunidade de repetir o que disse ontem, é um luto que temos de fazer enquanto treinadores quando o nosso trabalho é interrompido, e certamente o Bruno está neste momento a sofrer, tal como eu sofri há um mês atrás, mas a nossa vida é assim e desejo ao Bruno as maiores felicidades.»

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