NA ARGENTINA, ZUBELDÍA ESCANCARA DECADÊNCIA DO SÃO PAULO: "O BAHIA HOJE PODE SE REFORÇAR CINCO VEZES MELHOR" | OneFootball

Treinador argentino em sua última partida no comando do Tricolor: derrota para o Vasco (Miguel Schincariol/Getty Images)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Escorraçado do São Paulo, onde pediu demissão por conta da forte pressão da torcida, insatisfeita com a sequência de maus resultados, Luis Zubeldía quebrou o silêncio mais de três meses após deixar o Morumbi, sendo entrevistado pela 'ESPN' do país vizinho. E, alerta de spoiler, o ex-comandante não fez questão de mostrar uma boa impressão do Tricolor. Mas não o culpem, ele foi apenas sincero.

Questionado sobre a grandeza do São Paulo, Zubeldía mostrou o quanto ficou espantado pela falta de capacidade do clube em poder reforçar o seu elenco. E, elogiando Rogério Ceni, ídolo máximo da equipe onde trabalhou, usou o Bahia como exemplo.

"Dentro do mercado (do futebol brasileiro), há equipes que hoje estão privatizadas. Por exemplo, o Bahia. Historicamente, o Bahia não tinha o mesmo sucesso esportivo dos outros (clubes grandes), mas hoje o Bahia é do City. Então, você vai enfrentar o Bahia e está lá o Rogério Ceni (como técnico). O Bahia hoje pode se reforçar cinco vezes melhor que o São Paulo. Eles compraram dois jogadores nossos, porque está o City (Football Group) por trás", disse Zubeldía, referindo-se aos meias Nestor e Michel Araujo.

Ainda segundo Zubeldía, jogar contra o Bahia é similar a enfrentar o Manchester City, já que as equipes seguem o mesmo modelo de jogo ofensivo designado pelo grupo sediado nos Emirados Árabes Unidos.

"Quando você enfrenta o Bahia, é como enfrentar uma equipe do (Pep) Guardiola, porque o Ceni está por trás", salientou.

Sobre sua passagem pelo Morumbi, o treinador salientou que ficou 'encantado' com a experiência, elogiando os jogadores, principalmente os líderes do elenco.

"Foi uma surpresa muito linda para mim ter jogadores como Lucas Moura, Luiz Gustavo, Oscar e Rafinha. Foram jogadores com uma humidade que me surpreendeu", disse.

"E quando eu coloquei os jogadores da base, os garotos também foram muito humildes e receptivos. Eles têm um potencial muito bom, porque têm uma condição não só técnica, que todos já sabemos, mas também física muito acima da média. São jogadores que o mundo todo vai lá buscar", completou.

"O Brasil é uma potência em todos os aspectos, seja base, seja o campeonato (Brasileiro). É verdade que alguns clubes têm muitos problemas econômicos, muitas questões terminam em processos na Justiça, então tudo não é tão limpo quanto parece. Mas é um campeonato muito bom", concluiu.