Nenhum resultado é impossível num torneio onde tudo pode acontecer | OneFootball

Essa fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes, que se encerrou para o Flamengo com um empate um tanto quanto frustrante diante do Los Angeles Football Club, serviu para, ao mesmo tempo, reforçar alguns paradigmas e quebrar tantos outros.

Colocar uma grande competição de futebol nos Estados Unidos de Donald Trump é sim como realizar um evento para veganos na Fogo de Chão, Michael e Cebolinha estão mesmo pedindo pra sair do Flamengo, o futebol português realmente é o estadual capixaba da Europa, os caras perdem e ainda ficam reclamando que o torneio vai prejudicar a pré-temporada deles antes de duelos importantes como Benfica x Rio Ave e Porto x Uma Caixinha de Pastéis de Belém Bem Quentinhos.

Mas verdades que pareciam eternas também caíram por chão. A supremacia europeia, que parecia uma realidade indiscutível, foi desafiada não apenas por sul-americanos como até mesmo por asiáticos e africanos, com brasileiros vencendo gigantes europeus e assumindo as primeiras colocações de seus grupos, um cenário bem diferente do que se imaginava antes da competição, quando imperava um clima de “passar de fase já vai ser uma vitória”.

E é nesse novo mundo, de expectativas revisadas e medos atualizados, que se encontra o Flamengo. Se quinze dias atrás a expectativa de grande parte dos torcedores era se classificar na segunda colocação do grupo, atrás do bilionário Chelsea, e aí segurar a porrada que viria na primeira colocação do outro grupo, possivelmente o Bayern, a situação acabou sendo outra. Batemos o Chelsea, lideramos o grupo, e com isso evitamos o confronto com o melhor do outro grupo, pegando assim...o Bayern.

Mas ainda que o confronto seja exatamente o que se queria evitar – e estejamos diante de um chaveamento que pode envolver também PSG, Real Madrid e Manchester City – a verdade é que nossos sonhos e expectativas se tornaram diferentes, por mérito do próprio Flamengo e também da total e completa alucinação que é essa Copa do Mundo de Clubes.

Porque sim o Bayern é uma grande equipe. Mas também é a equipe que perdeu pro Benfica, o mesmo Benfica que empatou com o Boca, que empatou também com o Auckland, o time de repositores de mercado e pilotos de betoneira. E o mesmo Bayern que também, teve dificuldades para vencer o Boca, apesar do domínio das ações.

O PSG? Perdeu pro Botafogo. Real Madrid? Empatou com Al-Hilal. Manchester City? Caiu pra esse mesmo Real Madrid na Champions League nessa temporada. E o que isso tudo significa? Não muita coisa, mas serve pra nos lembrar que o abismo é bem menor do que parecia e, ainda que o Flamengo se veja como um Davi diante de diversos Golias, a vitória é sim possível e o título mais importante do futebol mundial hoje pode sim ir parar na Gávea.

Afinal, estamos vendo um time capaz de tudo disputando um torneio onde qualquer coisa pode acontecer. Num campeonato onde repositor de mercado pode segurar craque internacional, não seria absurdo imaginar que o mesmo Flamengo que perdeu pro Central Córdoba e tomou gol do Los Angeles seja também o Flamengo que colocou o Chelsea na roda e vai mandar o Bayern de volta pra casa.