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·3. September 2025
O “alvo a abater” e a vitimização sem fim

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Mandaram-me em jeito de gozo um artigo da Tribuna Expresso com o título “O alvo a abater”. Como seria de esperar, vindo daquele lado, ou vinha asneira ou vinha humor involuntário. A primeira pista estava logo no autor: Manuel Fúria. Confesso que não conheço, mas também não mete medo a ninguém.
Primeiro parágrafo: “esse candidato chama-se João Noronha Lopes e é o alvo a abater”. Fechei logo. Mas quem me enviou insistiu para continuar. Li… e confirmei o óbvio: mais uma campanha de vitimização encomendada, desta vez com insultos aos outros candidatos. Chega até a insinuar que a candidatura de João Diogo Manteigas só serve Rui Costa. Faltou apenas repetir a cartilha dos 2 mil voluntários no Twitter a implorar voto útil para Noronha.
Vamos ser claros: Noronha Lopes não é “alvo a abater”. Ele é abatido diariamente pelos que o rodeiam.
Foi esta candidatura que trouxe a divisão tóxica às redes: benfiquistas de A e benfiquistas de B. Quem não segue a legião é atacado, insultado, até exposto. Eu próprio já fui alvo disso, mas durmo descansado. O problema não é comigo, é com o estado a que reduziram o debate.
Pior: Noronha está rodeado dos mesmos abutres que já passaram por Vale e Azevedo, Rui Rangel ou Francisco Benitez. Gente que salta de candidatura em candidatura para colher dividendos, mas que pouco sabe de democracia quando os sócios decidem em sentido contrário.
E enquanto os voluntários atacam, o candidato repete um guião gasto: pilares que afinal são menos do que diz, promessas que já existem no clube, a mesma cassete sobre Pedro Proença e direitos televisivos. As suas falas já são conhecidas de cor pelos adeptos — menos pelo próprio, que até se atrapalha em direto.
Quando a campanha entra em coma, surge o marketing: na primeira foram bifanas à Benfica, agora é cerveja à Benfica. O copo, esse, nunca falta.
Curiosamente, a única vez que se viu à vontade foi na SIC. E o Fúria, esse que não assusta ninguém, escreve onde? Num órgão em agonia, que desespera por uns direitos televisivos do Benfica. Coincidência?
Não vou cair no mesmo estilo histérico do artigo da Tribuna Expresso. Só digo isto: a candidatura de Noronha está no bom caminho… para ficar isolada. Isolada contra os sócios que querem votar mas vivem no estrangeiro.