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·18. November 2025
OFF: Dono de 30% do Atlético Mineiro é preso por envolvimento com crime

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OFF: Dono de 30% do Atlético Mineiro é preso por envolvimento com crime
Daniel Vorcaro, acionista do Atlético-MG e dono do Banco Master, foi preso pela Polícia Federal em Guarulhos na segunda-feira, enquanto tentava deixar o país em um avião particular. Ele foi conduzido à Superintendência da PF em São Paulo em uma operação que investiga a venda de títulos de crédito falsos emitidos pelo Banco Master, que prometia rentabilidade muito acima do mercado, mas não cumpria essas promessas.
A prisão ocorre em um momento delicado para o Banco Master, que recentemente estava em negociação para venda a um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira, com participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos, prevendo um aporte bilionário para reforçar as finanças da instituição. No entanto, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e bloqueou os bens dos controladores e ex-administradores da instituição.
Vorcaro investiu cerca de R$ 300 milhões para adquirir 20,2% da SAF do Atlético-MG, através do fundo Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP), tornando-se um dos principais acionistas do clube, com participação atrás apenas da família Menin e da Associação do Atlético. A investigação apura a origem dos fundos usados para esse investimento, que fazem parte da apuração da Operação Carbono Oculto.
A polícia cumpre mandados em vários estados e investiga crimes como gestão fraudulenta, organização criminosa e emissão irregular de títulos. O Atlético-MG, embora o acionista investigado faça parte da SAF, não é alvo das investigações, e mantém sua posição de desconhecer irregularidades, conforme informado oficialmente. A situação gera forte repercussão no futebol e no sistema financeiro brasileiro, dada a dimensão dos fatos e o envolvimento de figuras ligadas a estruturas importantes do futebol nacional.
Documentos disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostram que o Galo Forte FIP, veículo usado por Vorcaro para adquirir 26,9% da Galo Holding SA, pertencia a uma fileira de fundos – em que cada um pertence a outro, em modelo “fundo sobre fundo” idêntico ao investigado na Operação Carbono Oculto.
O fluxo do dinheiro para o aporte teve início com os fundos Olaf 95 e Hans 95, geridos pela Reag Investimentos e já alvo de buscas da PF. Não é possível identificar os cotistas, mas as estruturas seguem o padrão de fundos usados para ocultação de recursos, segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Os valores registrados na CVM coincidem com os informados pelo Atlético-MG: Vorcaro aportou R$ 100 milhões em 2023 e mais R$ 200 milhões em 2024. O Galo Forte detém 26,9% da Galo Holding, cuja maioria pertence a Rubens e Rafael Menin, além de participações de Ricardo Guimarães e do FIGA, sem ligação com a investigação.
A estratégia de investimento repete o modelo observado em outros fundos sob suspeita: o Astralo, com patrimônio de R$ 15 bilhões oriundo do Olaf, diversifica em 35 fundos – entre eles o Galo Forte, seu único cotista. A Reag aparece como gestora em toda a cadeia.
Desde sua criação, em 2023, o Galo Forte só investe na Galo Holding SA, que controla 75% da SAF do Atlético-MG. O MP-SP aponta que tais fundos foram usados como pilar de ocultação e lavagem de dinheiro pelo crime organizado, mas não há indícios até o momento contra os demais investidores atleticanos.
À época, o Atlético informou que o Galo Forte FIP é um veículo constituído e regular perante a CVM, administrado pela Trustee Distribuidora de Títulos Mobiliários Ltda, e que não tinha conhecimento de quaisquer irregularidades.
A Reag afirmou em nota que, como prestadora dos serviços de administração, ela é apenas administradora dos fundos citados. “Adicionalmente, informamos que o negócio de prestação de serviços de administração está em negociações adiantadas para sua venda a outra empresa”, disse a gestora em nota.
Por sua vez, o Banco Master, comandado por Vorcaro, alegou não ter relação com os fundos. “O Banco Master não tem qualquer relação com os fundos Hans 95 e Olaf 95. Essas estruturas não integram o grupo e não possuem vínculo societário com o Banco ou com quaisquer de seus executivos. O fundo Galo Forte FIP é de propriedade de Daniel Vorcaro, pessoa física – informação pública e amplamente divulgada na mídia, inclusive após análise do CADE. A Reag Investimentos é prestadora de serviços, assim como ocorre com centenas de outros clientes.”









































