[OPINIÃO] 54 mil, frio, garoa… e mais uma vergonha na história do São Paulo. | OneFootball

Esse texto poderia contar com uma, duas, tantas imagens… porém seriam todas imagens de fracasso. E de fracasso e vergonha, o torcedor já está cheio. Será apenas um desabafo.

E não, a vergonha não é pela eliminação propriamente dita. Afinal, o futebol é feito de imponderável, vencer ou perder é do jogo… tem dias que são noites, como se diz vulgarmente. Nesse mesmo cenário, de um Morumbi lotado em jogo decisivo, já vimos o torcedor aplaudir uma derrota por 3 x 1, e não faz muito tempo… semifinal da Copa do Brasil em 2022. Uma derrota acachapante, mas onde o torcedor viu raça, um time brigador e lutando pela vitória até o final. Merecendo uma sorte melhor, que naquele dia, não se fez presente..

Hoje, não vimos nada disso. Em 90 minutos, o torcedor que lotou o Morumbi e preparou uma linda festa, teve o desgosto de assistir um time apático, vencido mais uma vez pelo adversário, e pelo medo de perder. A festa que deveria contagiar o elenco e despertar motivação, acaba gerando o efeito contrário. Fica a impressão de que o elenco renderia melhor com um Morumbi vazio, de portões fechados.

E agora nessa conta, que já tinha a Libertadores 2021, o Paulistão e a Copa Sul-Americana de 2022, a Supercopa e a Libertadores de 2024, se junta a vergonha contra a LDU nesta quinta-feira.

“Mas vencemos a Supercopa”.

Vencemos, mas só Deus sabe como. Quem assistiu aquele jogo, lembra da péssima atuação nos 90 minutos. A bem da verdade, se puxarmos desde 2021, quando o São Paulo voltou a jogos de maior protagonismo, os fracassos podem ser explicados por um simples fator: emocional.

2023 foi um capítulo à parte, que sinceramente, me pergunto como aconteceu. Qual foi a mágica feita por Dorival Júnior na parte mental do São Paulo? (Não estou pedindo ele de volta, que fique claro. O técnico Hernán Crespo é um dos últimos na lista de culpados)

Antes de Dorival Júnior, vimos o São Paulo ser engolido pelo Palmeiras na Libertadores de 2021, com Crespo. Em 2022, com Rogério Ceni, um time que deu show na quarta-feira, e de forma inacreditável, travou no domingo fora de casa, pela final do Paulistão. Meses depois, o medo de perder lá estava novamente, travando o time na final da Sul-Americana, diante de torcedores que fizeram loucuras para estar em Córdoba.

Dorival chega, ganha uma Copa do Brasil e vai embora. Com Thiago Carpini, uma Supercopa pavorosa e vencida no imponderável. Sai Carpini, vem Zubeldia, e mais uma eliminação apática na Libertadores. Uma linda festa contra o Botafogo, que se converteu em um time nervoso, que só foi aos pênaltis porque o Botafogo “deixou”. E agora, na segunda passagem de Crespo, o roteiro se repete diante da LDU.

No cenário atual, podemos trazer Messi, Vinicius Júnior, algum sheik da Arábia com dinheiro de petróleo e seja lá quem for… mas com esse emocional fraquíssimo, não veremos títulos pelo Morumbi. A mágica feita por Dorival Júnior é de se admirar, causando no São Paulo um poder de reação que nunca mais se viu.

Saudade daquele time que no Allianz Parque, foi ao intervalo perdendo em um gol antológico de Piquerez, e não se abalou. Voltou pro 2º tempo dando aula de futebol, e mesmo prejudicado por Anderson Daronco, conseguiu uma virada épica. Hoje, se aquele roteiro se repetisse com o time de hoje, o Palmeiras com certeza venceria por 5 x 0 ou mais.