Nosso Palestra
·7. Mai 2025
Palmeiras e Cerro Porteño duelam no Paraguai após polêmicas e caso de racismo

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·7. Mai 2025
Palmeiras e Cerro Porteño duelam nesta quarta-feira (7) pela 4ª rodada da fase de grupos da Libertadores. O Verdão retorna ao Paraguai enfrentar o time anfitrião dois meses após o lamentável caso de racismo envolvendo a torcida do Cerro contra atletas do Sub-20 Alviverde.
A situação aconteceu na vitória do Palmeiras por 3 a 0 no dia 6 de março, pela segunda rodada da fase de grupos Libertadores Sub-20. Após o terceiro gol do Verdão, Figueiredo e Luighi,ao serem substituídos, viram torcedores do time adversário fazerem gestos racistas em suas direções. Um deles também deu uma cusparada que quase acertou o atacante palmeirense.
Muito abalado, Luighi chorou no banco de reservas e no pós-jogo. A partida chegou a ser paralisada brevemente, mas logo foi retomada.
O clube paraguaio foi multado em US$ 50 mil e atuou com os portões fechados na terceira rodada da Libertadores Sub-20. O Cerro Porteño também publicou nas redes sociais um pedido de desculpas e uma campanha de conscientização na luta contra o racismo.
O Palmeiras emitiu no domingo, 9 de março, um forte comunicado em respostas às medidas anunciadas mais cedo pela Conmebol em relação ao caso de racismo sofrido por Luighi. Veja na íntegra.
– A Sociedade Esportiva Palmeiras discorda com veemência das punições extremamente brandas aplicadas pela CONMEBOL ao Cerro Porteño-PAR em razão dos ataques racistas sofridos por nossos atletas em jogo disputado pela Libertadores Sub-20, na quinta-feira (6), em Assunção, no Paraguai. Com exceção da medida educativa adotada (campanha antirracista nas redes sociais do clube infrator), tratam-se de penas inócuas diante da gravidade dos fatos ocorridos e, portanto, insuficientes para combater os reiterados casos de discriminação racial no futebol sul-americano. As sanções ao Cerro Porteño, em vez de servirem ao propósito de coibir um problema seríssimo, na prática demonstram a conivência das entidades com um crime que vem se repetindo incessantemente, bem como a falência de um sistema penal incapaz de punir com o rigor necessário os crimes de racismo cometidos dentro de campo e nas arquibancadas. O Palmeiras reitera que acionará as entidades máximas do futebol mundial e levará o episódio às últimas instâncias para que o futebol sul-americano possa, enfim, tornar-se um ambiente de tolerância zero ao racismo. As lágrimas do atacante Luighi não serão em vão!
Em 17 de março, após o evento de sorteio da Libertadores, o vice-presidente do Palmeiras, Paulo Buosi, se dirigiu até Gustavo Samaniego e Miguel Carrizosa, do Cerro Porteño, para pedir “ações práticas” sobre o crime contra Luighi, do Palmeiras, que teve repercussão mundial.
– Não tem resolvido. Não tem resolvido, correto? Têm que ter ações práticas. Não tenho nada contra o Cerro. Nós somos contra o racismo. Só que tem acontecido muito com o Cerro Porteño – disse Paulo Buosi durante rápida conversa.
Em entrevista à ‘TV Globo’, Paulo Buosi também comentou que “a impunidade é o combustível de novas manifestações racistas”.
– Enquanto não tiver alguma coisa séria, pesada, infelizmente não vai mudar. Pode fazer comissão, pode fazer o que for. Enquanto não tiver uma posição, a impunidade vai continuar, é o que tem acontecido. O que aconteceu todos os anos tem se repetido. Isso tem que acabar, precisa dar um basta com isso.
O Palmeiras foi multado em R$ 286 mil pela Conmebol nesta terça-feira, 6 de maio, por conta do gesto racista feito por um palmeirense no Allianz Parque em direção a torcedores do Cerro Porteño no último encontro entre as equipes, no dia 9 de abril, na vitória palestrina por 1 a 0 na segunda rodada da Libertadores.
O valor corresponde a US$ 50 mil. O Verdão acatou a decisão da entidade e pretende cobrar o valor do torcedor na Justiça. Ele já foi identificado pelo sistema de biometria facial, excluído do programa de sócio-torcedor Avanti e banido de frequentar o Allianz Parque.