Jogada10
·22. August 2025
Quais os desafios de Vojvoda e como ele pode recuperar o Santos de imediato

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O Santos anunciou nesta sexta-feira (22/8) a contratação de Juan Pablo Vojvoda como novo técnico. Aos 50 anos, o argentino desembarca em meio à turbulência. Afinal, o time vive um campeonato irregular, oscilando entre bons desempenhos individuais e a luta constante para se afastar da zona de rebaixamento.
Mais do que um nome de mudança, Vojvoda chega com a missão de dar identidade e competitividade imediata a um elenco que tem peças de qualidade, mas ainda carece de constância coletiva.
Vojvoda ganhou notoriedade no futebol brasileiro à frente do Fortaleza. Em quatro anos no clube nordestino, mostrou-se um técnico de convicções modernas e adaptabilidade rara. Montou equipes capazes de jogar em posse, mas também de acelerar transições, variando sistemas conforme a necessidade.
Embora tenha ficado conhecido por usar, em alguns momentos, uma linha de cinco defensores, sua marca não é um esquema fixo, mas a capacidade de ajustar modelos sem perder agressividade. No Fortaleza, por exemplo, o treinador alternou entre 4-2-3-1, 4-4-2 e até mesmo blocos médios compactos, sempre valorizando a organização defensiva e a força pelos lados do campo.
No Santos, Vojvoda encontra um elenco que mistura experiência e juventude. Há lideranças como Neymar e Gil, além de jogadores diferentes como Rollheiser, Barreal e o goleiro Gabriel Brazão. O desafio será alinhar talentos individuais em um coletivo sólido.
A tendência é que Vojvoda opte por uma base em 4-2-3-1, com dois volantes de equilíbrio (Arão ou Tomás Rincón e João Schmidt), pontas agressivos (Barreal, Guilherme ou Rollheiser) e Neymar centralizado, livre para flutuar na criação. Na referência, Tiquinho Soares deve ser a opção prioritária, pela capacidade de reter bola e dar profundidade.
Em cenários de maior dificuldade, especialmente fora de casa, o argentino pode lançar mão de um 4-4-2 mais compacto, aproximando Neymar do centroavante e apostando na recomposição forte dos extremos.
Santos acertou a contratação de Juan Pablo Vojvoda – Foto: Matheus Amorim/Fortaleza
Organização defensiva: um dos grandes problemas recentes do Santos, que sofreu gols em erros de cobertura e bolas paradas. Vojvoda costuma dar prioridade ao ajuste das linhas antes de liberar liberdade ofensiva.
Transições rápidas: jogadores como Barreal, Rollheiser e Guilherme podem ganhar protagonismo nos contra-ataques, modelo que o técnico utilizou com sucesso no Fortaleza.
Bolas paradas: fator muitas vezes negligenciado, mas que rendeu pontos preciosos a suas equipes anteriores. Zagueiros como João Basso e Luan Peres tendem a ser mais explorados ofensivamente.
Gestão do elenco: Vojvoda tem histórico de rodar peças sem perder competitividade, algo importante em um grupo que convive com lesões e sobrecarga física.
O contexto é desafiador. O Santos não entra em campo para lutar por títulos, mas sim para escapar do perigo da zona de rebaixamento. Para isso, precisa somar pontos rapidamente e transformar Vila Belmiro em fortaleza, enquanto fora de casa busca resultados pragmáticos.
O trabalho de Vojvoda não promete soluções mágicas, mas pode oferecer consistência e identidade, justamente o que o Santos mais precisa neste momento. Se conseguir estabilizar o setor defensivo e potencializar o talento de Neymar e dos pontas, o argentino pode ser a peça-chave para que o Peixe respire no Campeonato Brasileiro.