Zerozero
·7. November 2025
Quatro jogos, quatro triunfos: Sérgio Fonseca colocou o <i>comboio</i> do Académico <i>nos trilhos</i>

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·7. November 2025

Depois de um arranque bastante atribulado - apenas duas vitórias nos primeiros oito jogos da temporada -, o Académico apresenta-se agora numa versão aprimorada, premium, com os resultados a espelharem isso mesmo.
Nas últimas quatro aparições, a turma de Viseu levou sempre a melhor frente aos sucessivos adversários. Esta mudança de paradigma não foi fruto do acaso. O excelente momento dos viriatos coincidiu com a chegada do técnico Sérgio Fonseca, que rapidamente conseguiu mudar o chip do coletivo.
Nesta curta trajetória, a equipa da II Liga já conseguiu pescar um peixe maior, dando continuidade à participação na Taça de Portugal. Como tal, o zerozero procurou dar a conhecer um pouco mais sobre o técnico de 53 anos, enaltecendo o percurso ascendente até à cadeira principal do Académico.
Nascido em Luanda e criado em solo luso, o protagonista deste artigo era conhecido por um nome diferente enquanto jogador. Carlos Sérgio fez a sua formação no clube onde viria a comandar um dia, mas já lá vamos...
Com 17 anos de idade, o antigo defesa fez a sua primeira aparição profissional diante do Peniche, num duelo a contar para a última jornada da II Divisão Zona Centro 1989/90. Apesar de ter atuado apenas 27 minutos, proveniente do banco, o atual treinador teve o primeiro cheirinho de como seria uma grande etapa da sua vida.
Em 1990, à procura de mais espaço, seguiu para outro conjunto da cidade, o Viseu FC, onde anotou o primeiro golo no futebol dos crescidos. A passagem seria curta, já que a antiga casa voltou a chamar por si na época que se sucedeu.
Seguiram-se oito campanhas consecutivas pelos viriatos, e múltiplas partidas realizadas no segundo e terceiro escalões do futebol português. O Leça FC, em 1999, garantiu os serviços de Carlos Sérgio, mas não por muito tempo.
A devoção pela formação de Viseu acabava sempre por chamar mais alto. O ex-central ainda representou o União da Madeira, o Nelas e o Penalva do Castelo, antes de escrever o seu último capítulo pelo Académico na temporada 2008/09. Atenção, que esta despedida no clube de coração não correspondeu ao término do recheado trajeto.
O desfecho do ciclo como atleta remonta a 2014, com a camisola da UD Sampedrense ao peito, na Distrital da AF Viseu. Foram 521 os jogos disputados ao longo da sua carreira, 343 pelo Académico de Viseu.
Uma bonita história de amor que acabaria por ter continuidade.
Sérgio Fonseca apressou-se para dar seguimento à vida no desporto-rei, desta vez numa função distinta. Logo em 2014/15, liderou os sub-17 d'O Crasto, antes de assumir o controlo do Lusitano Vildemoinhos no mesmo escalão. Na mesma temporada, viria assumir a equipa sénior, no primeiro grande desafio na nova missão.
Durante o respetivo período, os gladiadores da Beira Alta venceram nove dos 20 encontros disputados no Campeonato de Portugal. O luso-angolano acabaria por retornar aos trambelos em 2021/22, depois de passagens no Molelos, no Carregal do Sal e nos sub-19 dos Repesenses. Desta vez, o registo foi mais positivo.
Nos mesmos 20 embates, a equipa desfrutou do sabor da vitória em 13 ocasiões, tendo terminado a campanha no quarto lugar do Campeonato Distrital de Viseu. O excelente trabalho efetuado abriu as portas de casa (mais uma vez): O Académico acolheu Sérgio Fonseca, que ficou responsável pelo desenvolvimento dos sub-19.
Logo na primeira temporada, o técnico de 53 anos guiou os pupilos à primeira divisão, conseguindo posições bastante confortáveis nos dois anos posteriores. Já no arranque da presente época, estava talhado para o projeto da Liga Revelação, porém, o destino tinha outros planos.
Os viriatos anunciaram no dia 6 de outubro a saída de Sérgio Vieira, com os resultados a não irem de encontro às ambições da direção. Os responsáveis pela instituição decidiram dar um voto de confiança a alguém conhecido, pelo menos numa primeira instância.
O primeiro teste desta nova era do clube de Viseu era de alto grau de exigência. O Académico recebia o Gil Vicente, a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal. Com alguma naturalidade, Gustavo Varela deu a vantagem precoce aos galos de Barcelos. Contudo, um bis de André Clóvis antes do intervalo causou um upset na prova rainha.
Na II Liga, o clube de Viseu estava muito perto da linha vermelha e, como tal, era necessário deixar a má fase para detrás das costas. A verdade é que o triunfo na competição mais antiga de Portugal galvanizou os índices de confiança do coletivo. Diante do GD Chaves, um golo tardio de Clóvis, já nos descontos, voltou a provocar a euforia no Estádio Municipal de Fontelo.
Era um novo Académico, mais confiante. Falando de confiança, temos de abordar a ressurreição do ponta de lança brasileiro. Na deslocação ao Estádio do Mar, Clóvis decidiu anotar quatro golos durante a partida (!), sendo uma peça fulcral para a conquista de mais três pontos. De repente, o respetivo conjunto deu um pulo na tabela classificativa, alcançando o sétimo lugar.
Com o objetivo de dar prosseguimento ao superlativo momento de forma, a formação viseense precisava de ultrapassar o Lusitânia de Lourosa. Bem, dito e feito. André Clóvis foi o autor de uma das finalizações certeiras, num duelo onde Álvaro Zamora, com dois tentos, foi o grande herói.
E assim, como quem não quer a coisa, Sérgio Fonseca retirou o clube da zona dos aflitos e colocou-o na zona dos eventuais candidatos à subida. Será que a história tem um final feliz? Com o final do conto a retratar a ascensão à I Liga?
O foco está agora na deslocação ao terreno do FC Felgueiras, no próximo domingo.
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