Jogada10
·27. Dezember 2025
Retrospectiva 2025: Flamengo tem ano inesquecível e se aproxima de sonho maior

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O ano de 2025 entrou para a História do Flamengo. Cada vez mais credenciando-se como principal time do Brasil – ao menos em termos de poderio financeiro -, o Mais Querido atingiu um novo patamar ao tornar-se o primeiro brasileiro tetra campeão da Libertadores, principal torneio do Continente. Além disso, ficou a apenas um passo de voltar a conquistar o mundo, algo que a cada ano mostra-se mais palpável para a equipe rubro-negra. Veja com o Jogada10, então, a retrospectiva do ano do Flamengo, encerrado com incríveis sete troféus!

Flamengo conquistou a Challenger Cup, sua sétima taça em 2025 – Foto: Adriano Fontes/Flamengo
A temporada iniciou com mudança na diretoria. Afinal, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, venceu o pleito no fim de 2024, sendo o sucessor de Rodolfo Landim, que ficou seis vitoriosos – apesar de turbulentos – anos. O caminho para um futuro exitoso já estava pavimentado, mas havia espaço para melhoras. Dessa forma, o clube investiu em nomes importantes no futebol, trazendo uma gestão mais delineada após diversas mudanças ao longo dos últimos anos.

Posse do novo presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap – Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
O diretor português José Boto, por exemplo, chegou para dar início a uma nova filosofia de gerência. Com uma base forte e muito dinheiro em caixa, o Flamengo passou a preencher o elenco mais com nomes de peso e menos jovens “despreparados” para a missão de recolocar o clube no posto mais alto do mundo. Isso porque o time teria a disputa da primeira Copa do Mundo de Clubes da Fifa, com a presença de outras 31 equipes. Além disso, Gabriel Barbosa, ícone e um dos maiores ídolos da História do clube, se despediu rumo ao Cruzeiro, encerrando uma já desgastante relação, apesar do título da Copa do Brasil de 2024.
Assim, o primeiro desafio era o Campeonato Carioca, com o time da Gávea buscando – e alcançando – mais um bicampeonato em nova final contra o Fluminense, a quinta nas últimas seis edições. Durante o Estadual, outra conquista importante: a Supercopa Rei do Brasil, contra o Botafogo. Mordido por derrotas recentes para o Glorioso, o Flamengo jogou com mais vontade numa tarde chuvosa no Mangueirão, em Belém (PA), e angariou mais um troféu. Bruno Henrique, pivô de uma grande polêmica no ano, foi o craque do jogo, demonstrando porque é um dos principais rostos desse novo Flamengo de 2019 em diante.

Flamengo venceu a Supercopa do Brasil ao bater o Botafogo – Foto: Gilvan de Souza / CRF
O técnico Filipe Luís, em sua primeira empreitada na nova carreira, já acumulava troféus. Ele somou os citados Carioca e Supercopa de 2025 ao título da Copa do Brasil de 2024. E isso tudo com menos de um ano no novo cargo!
Para esta primeira parte da temporada, poucas contratações. Afinal, o já encorpado elenco Rubro-Negro daria conta do tranco inicial. O importante era a janela de julho, visando não só o Mundial, mas também a parte mais tensa e desafiadora do ano, como as fases avançadas de Copas (do Brasil e Libertadores), reta final do Brasileirão e um possível Intercontinental. O primeiro – e já contestado – nome foi o de Juninho, atacante ex-Qarabag (AZE). Apesar da pouca aceitação da torcida, o jogador anotou um dos gols do título carioca sobre o Fluminense (um de seus quatro em 32 jogos).
E nem tudo foram flores no Ninho do Urubu ao longo da temporada, já que a equipe encontrou alguns percalços no caminho, como a quase eliminação na fase de grupos da Libertadores, o que seria uma catástrofe para o pesado investimento rubro-negro. Filipe Luís, pouco experiente no seu novo emprego, encontrou resistência de parte da torcida após um período sem atuações do nível que se esperava.
No Mundial, chegaram alguns reforços importantes, como Emerson Royal, ex-Milan, e Jorginho, ex-Arsenal. Logo na segunda rodada, a equipe de Filipinho demonstrou gigantesca força ao virar sobre os favoritos do Chelsea (ING), que, não à toa, viriam a conquistar o torneio cerca de 30 dias depois: 3 a 1 e vaga garantida como líder de sua chave. Isso, porém, cavaria seu calvário, já que o temido Bayern (ALE) ficou, por ironia do destino, na segunda posição de sua chave, o que fez com que os times se enfrentassem nas oitavas de final.
Apesar de valente, o Flamengo não foi páreo para Harry Kane e cia, caindo “mais cedo” ao perder por 4 a 2. Outro revés foi a lesão de Pulgar no jogo em questão, tirando-o de ação por alguns meses. Além disso, tal jogo representou a despedida de Gerson do elenco rubro-negro, visto que estava de saída para o Zenit (RUS).

De pênalti, Jorginho marcou seu primeiro gol pelo Flamengo contra o Bayern – Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Um pouco antes do Mundial e após o Carioca, a vida de Bruno Henrique virou do avesso de vez. Afinal, indiciado em 2024 por suposto caso de apostas esportivas (realizado em 2023), o jogador foi indiciado pela Polícia Federal em abril de 2025. Inicialmente, já em setembro, pegou uma pesada multa de 12 jogos, que previam competições internas. Ou seja, seguia liberado para atuar na Libertadores.
Dessa forma, apesar do problema, ele foi preponderante na classificação do Flamengo às quartas da Liberta. Isso porque marcou um importante gol no jogo de ida contra o Inter, em vitória por 1 a 0, no Maracanã. Meses depois, em novembro, o STJD decidiu retirar a punição em jogos. Assim, puniu o atacante apenas com uma multa de R$ 100 mil, liberando-o para atuar.
Além de Emerson Royal e Jorginho, o Flamengo também anunciou outros três nomes de impactos. O volante espanhol Saúl Ñíguez, em “chapéu” no Galatasaray (TUR), além do meia colombiano Jorge Carrascal, ex-CSKA (RUS), e do ponta brasileiro Samuel Lino, companheiro de Saúl no Atlético de Madrid (ESP). As contratações ajudavam a suprir inúmeros desfalques por lesão e Data Fifa.
Dos citados, Jorginho e Lino viraram titulares habituais. O experiente ítalo-brasileiro, aliás, tornou-se das principais chegadas do país, dando uma nova dinâmica ao meio-campo flamenguista e logo caindo nas graças da exigente torcida.
Pouco após a eliminação do Flamengo no Mundial, uma polêmica tomou conta dos noticiários. Foi quando Filipe Luís, exalando bravura e coragem, optou por abrir o jogo à imprensa e revelar que o centroavante Pedro não se apresentava bem nos treinos recentes. Apesar dos pedidos da torcida, o técnico manteve o craque no banco de reservas. As pazes, enfim, foram seladas, quando o jogador saiu do banco para – quase nos acréscimos – dar a suada vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense, pela 15ª rodada do Brasileirão.

Filipe Luís e Pedro fizeram as pazes após gol do craque em Fla-Flu – Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Mesmo com as pazes feitas entre Pedro e Filipe Luís, o fim de julho/início de agosto chegou como um pé na porta da Gávea. Afinal, com falha de um contestado Léo Pereira (que cometera três pênaltis na primeira metade do ano), o time caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil para o Atlético-MG. Era hora de mais críticas ao técnico Filipe Luís. O que dava respaldo ao treinador – além do presidente Bap e da diretoria de futebol – eram os resultados no Brasileirão e na Libertadores. O time seguia vivo pelo tetra continental, bem como liderava o torneio nacional com quatro pontos de vantagem em relação ao vice-líder Palmeiras ao fim do turno.
Após a queda para o Atlético, a equipe recolheu os cacos e deu início à um período invicto, passando nove jogos sem perder. Assim, chegava às quartas da Libertadores com chances reais de uma épica dobradinha, repetindo o feito de 2019. Houve, é verdade, uma turbulência no caminho. Empate em casa contra o concorrente ao título Cruzeiro e uma derrota por 1 a 0 para o Bahia, em Salvador. O Palmeiras, assim, encostava. A vaga às semifinais veio como um alívio, já que a equipe desperdiçou a oportunidade de “girar a faca” no Estudiantes (ARG) em jogo no Maracanã. Não à toa sofreu até o último pênalti das disputas na volta das quartas de final após derrota em solo argentino.
Três vitórias em sequência voltariam a dar moral ao time de Filipe Luís. Um extraordinário 3 a 0 sobre o Botafogo em pleno Nilton Santos, e o 3 a 2 sobre o Palmeiras em “final antecipada” do Brasileirão, em jogaço no Maracanã. Depois, também no Maior do Mundo, triunfo magro por 1 a 0 sobre o Racing (ARG), abrindo o caminho da semifinal da Libertadores. Antes da viagem à Argentina para a volta, uma derrota por 1 a 0 para o Fortaleza voltou a aquecer os bastidores rubro-negros.

Pedro só faltou fazer chover contra o Palmeiras – Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Na Argentina, o Flamengo encarou não só o aguerrido time do Racing, como também 55 mil fanáticos de uma das torcidas mais temidas do país tricampeão mundial. Dessa forma, superou o fato de jogar com um a menos por 30 minutos (Plata fora expulso novamente) para, com grande atuação de Rossi, garantir-se na quarta final de Libertadores em sete anos.
A visão era clara: o clube poderia dar, com juros e correção monetária, o troco no Palmeiras após o vice da Liberta em 2021. Afinal, o caminho se desenhava para que os times times lutassem pelos dois principais títulos do ano. Para a felicidade rubro-negra, ambos os troféus ficaram na Gávea.
Como em toda temporada, o fim de ano chegou em formato de correria para os flamenguistas. Na semana da final da Libertadores, enquanto já havia torcedores em Lima, no Peru, palco da final da Libertadores, o time entraria em campo em Minas Gerais para tentar garantir antecipadamente o título brasileiro. Apesar da derrota do Palmeiras para o Grêmio, o Fla ficou “só” no empate com o Atlético, adiando a conquista para após a decisão contra o Verdão. No sábado (29/11), então, a redenção. Graças a gol de Danilo, que substituía o lesionado Léo Ortiz, o time de Filipe Luís venceu por 1 a 0, para o delírio de dezenas de milhares de torcedores no estádio Monumental de Lima e de milhões pelo mundo. Era, dessa forma, o carimbo de maior brasileiro da História da Libertadores, com inéditas quatro conquistas.

Danilo testa firme para fazer do Flamengo o primeiro tetra da Libertadores – Foto: Gilvan de Souza / Flamengo
Poucos dias depois, quando torcedores ainda comemoravam o tetra, outra importante conquista. Já no Rio de Janeiro, a equipe rubro-negra venceria o Ceará por 1 a 0, no Maracanã, fazendo uma grande festa com o nono título brasileiro. Samuel Lino foi o autor do tento que valeu o quinto troféu rubro-negro no ano. Daí, era viajar para o Catar para tentar fazer história no Intercontinental.
Com o PSG já com vaga garantida na final, o Flamengo teria de conquistar outros dois títulos caso quisesse levantar seu segundo Intercontinental. Primeiro, a equipe passou pelo Cruz Azul (MEX) por 2 a 1, com dois gols do craque de Arrascaeta, artilheiro do time no ano. Essa vitória valeu o troféu do Derby das Américas. Depois, a conquista da Challenger Cup diante do Pyramids (EGI) – triunfo por 2 a 0. Por fim, o Flamengo foi para seu desafio maior. Defrontar o campeão europeu e vice-campeão mundial, PSG. Apesar de sofrer muitas finalizações, o time carioca flertou com a vitória no tempo normal, conseguindo garantir um empate na prorrogação e levando a decisão para os pênaltis. No entanto, não contava com a astúcia do goleiro reserva dos franceses: o russo Safonov, que defendeu quatro cobranças e garantiu o primeiro título Intercontinental do PSG.
Tal revés, porém, não abalou a confiante torcida rubro-negra. Com dinheiro em caixa, governança bem estabilizada e um elenco forte, a tendência é que o clube siga se classificando para os Mundiais da Fifa. Assim, ficará cada vez mais perto de uma conquista desse nível, sonho maior do clube de Zico, Bruno Henrique e de Arrascaeta.









































