Roberto Martínez: «Diogo Jota não pode ser substituído por ninguém» | OneFootball

Além de ter abordado uma possível final com Espanha e ter feito um balanço sobre estes três anos à frente da seleção portuguesa, Roberto Martínez também falou individualmente sobre alguns jogadores com quem se cruzou durante este período.

Numa longa entrevista à Marca, o selecionador nacional deixou elogios a Cristiano Ronaldo, Vitinha e Nuno Mendes, além de ter recordado a morte de Diogo Jota, um jogador que não pode «ser substituído por ninguém».

Roberto Martínez em discurso direto

Cristiano Ronaldo: «Há três pilares que analisamos constantemente: o talento, a experiência e a atitude que podem trazer à seleção. Essa exigência máxima que cada jogador tem consigo próprio para estar presente e ajudar é o que permite ao capitão da seleção estar sempre na lista de convocados. Essa fome de ser o melhor transmite-se em campo. É contagiante. 25 golos em 30 jogos a jogar como ‘9’ demonstra o que pode acrescentar.

Está num momento da carreira muito bom. E conseguiu-o porque vive o dia a dia. Quando ele fala das suas metas, afasta-se bastante do longo prazo: de chegar aos 1000 golos, de jogar um determinado número de jogos… O seu segredo é ser o melhor hoje e desfrutar do dia a dia. Então, o número será uma consequência do dia em que decidir terminar. Não acredito que seja um objetivo.»

Morte de Diogo Jota: «Foi uma tragédia a nível humano, de sociedade, que transcende o desporto. Geriu-se com naturalidade, respeitando que todos temos de passar o luto de forma diferente. No nosso caso, o balneário geriu-o com um sentido de responsabilidade. O Diogo era uma fonte de positividade, sempre pronto para lutar. E um virtuoso: acrescentava intensidade, versatilidade, tinha faro de golo… Era um jogador que não se pode substituir por ninguém.

Ganhámos juntos a Liga das Nações e todos sabíamos que o seu sonho era ganhar o Mundial. Tivemos de acolher isso (...) Queríamos retirar a sua camisola, mas o Rúben Neves, o seu amigo mais próximo, pegou nela a pedido da família e, depois de 60 internacionalizações, marcou o seu primeiro golo. O Diogo é aquela luz que nos faz lembrar que temos de dar tudo e desfrutar, porque há coisas que não podemos controlar.»

Vitinha: «É capaz de executar o que os treinadores pensam em qualquer momento. Tem capacidade técnica para antecipar-se ao que acontece no jogo. A sua leitura do jogo e controlo da bola são difíceis de encontrar.»

Nuno Mendes: «Quando falamos de um lateral esquerdo, esperamos que seja rápido, que recupere, que defenda no um para um, que esteja bem nas bolas aérea. O Nuno pode jogar tanto por fora como por dentro, pode passar mais tempo como médio do que como lateral, sabe chegar à área, pode atuar como terceiro central. Nunca vi um lateral esquerdo tão bom em tantos registos diferentes.»