Site expõe interferência direta de Neymar em emissora e parte da mídia esportiva | OneFootball

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·14. Mai 2025

Site expõe interferência direta de Neymar em emissora e parte da mídia esportiva

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O episódio mais recente do podcast “Neymar”, produzido pelo UOL, escancara bastidores nebulosos para parte da opinião pública. Intitulado “Abençoado”, o quarto capítulo da série revela como Neymar da Silva Santos, pai e empresário do astro, desempenhou um papel central não apenas na gestão da carreira do jogador, mas também na relação com a imprensa — notadamente a Globo — e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Neymar pai não se limitou à administração da imagem do filho, mas ele também atuou de forma incisiva junto à maior emissora do país. Em 2014, firmou um contrato com a Globo que previa participações do camisa 10 em programas e a hospedagem de um site dedicado ao jogador dentro da estrutura da emissora. No entanto, a relação entre as partes ultrapassou o posto em contrato.


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Documentos obtidos pelo podcast indicam que repórteres da Globo chegaram a submeter reportagens para a aprovação prévia do staff do jogador. Em um dos episódios mais emblemáticos, uma jornalista enviou o conteúdo de uma matéria sobre o astro para a equipe do atleta avaliar. A emissora também chegou a publicar um vídeo enviado pela equipe do atacante como se tivesse recebido de um torcedor, a pedido da NR Sports.

Ainda em 2014, após a eliminação da Seleção na Copa do Mundo, o empresário convenceu o filho a conceder entrevista ao programa “Fantástico”. Havia, contudo, uma exigência: que o atacante não comentasse os bastidores. Quando a Globo divulgou chamadas que indicavam o contrário, o pai se revoltou e ameaçou impedir a exibição do conteúdo.

“Não concordo e não aceito. Estou pensando inclusive em pedir que não seja exibida a entrevista no domingo”, declarou por e-mail.

Controle da agenda da Seleção

A influência também alcançou a estrutura da Seleção Brasileira. Isso porque antes da Copa América de 2015, ele participou de uma reunião com a CBF para definir a agenda de entrevistas e compromissos do astro. Assim, todos detalhes deveriam passar por sua aprovação final.

“Verifiquem com Neymar pai e me digam o quanto antes para deixar confirmado”, escreveu um assessor da equipe do atleta em e-mail à entidade.

O nome oficial do atacante também passou por alteração nas comunicações da CBF, adotou-se, então, “Neymar Jr.”. Sendo assim, conteúdos para redes sociais e vídeos promocionais passavam por avaliação, que mantinha acesso prioritário às peças antes de qualquer publicação.

Influência de Neymar no Barcelona

Enquanto o filho brilhava na Espanha, o pai ampliava sua rede de influência. O episódio mais simbólico ocorreu antes da final da Liga dos Campeões de 2015, quando o clube catalão mudou o planejamento para entrevista. Isso porque o brasileiro estava escalado para coletiva de imprensa do media day, mas recebeu negativa da assessoria do atleta via e-mail.

A mensagem causou pânico nos bastidores à época, embora tudo tenha se resolvido no final. Posteriormente, as partes definiram o episódio como um “mal-entendido”.

Mesmo assim, a situação exemplifica o nível de autonomia com que se operava. O próprio Barcelona, uma das maiores potências do futebol mundial, precisava consultar o estafe do atleta para utilizar sua imagem em compromissos oficiais.

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Conflitos e bastidores comerciais

O pai também monitorava possíveis conflitos comerciais envolvendo os patrocinadores da Seleção e parceiros pessoais do filho. Em 2014, por exemplo, o jogador surgiu pedalando uma bicicleta do Itaú — parceiro da CBF — e gerou atrito com o Santander, parceiro do atleta. O vice-presidente do banco chegou a enviar e-mails diretamente ao empresário.

Casos semelhantes se repetiram em outras ocasiões. Na Copa América, por exemplo, a Seleção consultava previamente o staff de Neymar antes de premiá-lo como melhor jogador em campo. O receio era que o troféu exibisse marcas concorrentes dos patrocinadores pessoais do atacante.

Em 2018, o problema se repetiu quando o camisa 10 do Santos protagonizou uma campanha publicitária para a cervejaria Proibida usando uma camisa amarela. A Ambev, patrocinadora da Seleção, e a própria CBF acionaram judicialmente a empresa, mas deliberadamente deixaram o astro fora do processo, para evitar desgastes com seu entorno.

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