Tática de Jorge Jesus inspirou Filipe Luís com Bruno Henrique | OneFootball

Na estreia da equipe no Campeonato Brasileiro, o Flamengo acabou saindo atrás do Internacional, no último sábado (29), mas conseguiu arrancar um empate para sair com um ponto do Maracanã.

O time até tentou pressionar após igualar o placar, teve chances de alcançar a virada, mas não conseguiu anotar o segundo gol e precisou se contentar com o empate. O tento foi marcado por Léo Pereira.

Após o duelo, Filipe Luís explicou o posicionamento de Bruno Henrique, que chamou atenção por atuar quase sempre atrás da linha de homens de frente. Segundo ele, o jogador permite isso porque é "muito diferente".

"O Bruno fez um treino comigo. Esse cara é muito diferente. Muito, muito diferente. Conversei com ele hoje, perguntei se tinha condições de começar o jogo e quanto tempo, mais ou menos, poderia aguentar", explicou.

Ao perguntar se Bruno tinha condições de jogo, Filipe recebeu uma resposta positiva e elogiou bastante a postura do atacante em relação aos companheiros.

"Ele falou que estava à disposição da equipe, e isso o treinador valoriza muito, porque um cara que vem de lesão poderia perfeitamente se proteger e falar: 'Não, vou esperar mais um pouco". Com medo de ter algum problema", disse.

Filipe explicou, então, que pediu para Bruno Henrique executar uma função já feita com Jorge Jesus, em 2019, de buscar mais a bola. Enquanto isso, Michael e Juninho cumpriam outras funções na fase ofensiva.

"Então, pensei em colocar ele nessa função, que ele fazia já com o Jorge Jesus. Com dois atacantes e vindo buscar. Como o Michael fica mais alto, ele vindo buscar a bola no pé e o Juninho dando a profundidade", avaliou.

Além da noção de como atuar na posição, Filipe ressaltou a capacidade de Bruno Henrique de identificar espaços vazios e ocupá-los. Por outro lado, destacou também a inteligência defensiva do Inter.

"Ele sabe fazer, já fez, jogou com dois atacantes em 2019. E tem esse ataque ao espaço, que é muito bom. Mas o Inter tem qualidade defensiva. Sabiam que ele tinha o poder ofensivo no espaço e conseguiram neutralizá-lo", afirmou.

A partir da segunda etapa, o técnico alterou levemente o esquema e viu o Flamengo encurralar o Internacional por parte do jogo. Ainda assim, o 1 a 1 permaneceu no placar até o fim.

"No segundo tempo, já ficou mais alto, com o Michael por dentro. Aí, ele sentiu mais solto. Para mim, fez um grande jogo", completou.

Pressão na saída de jogo do Inter

Além disso, Filipe explicou como o Flamengo tentou encaixar a marcação pressão sobre os jogadores do Inter. Segundo ele, o plano era alternar os atletas que cumpriam a função — e deu certo.

"Sobre a pressão, não é que ele estava com o Fernando. Ele e o Juninho tinham de pressionar. Em determinados momentos, ia ao Juninho; em outros, ia ele. E acabamos pressionando um time que é difícil de ser pressionado", exaltou.

O técnico rubro-negro aproveitou para ressaltar a dedicação dos jogadores e alertou: pressionar a saída do Inter como o Flamengo fez é algo que muitos times não conseguem executar.

"É muito difícil pressionar o Inter. São poucos adversários que tiram a bola do Inter, então, tem mérito nesse sacrifício dos jogadores", finalizou Filipe Luís.