Técnico do Corinthians Feminino analisa vitória pelo Brasileirão, elogia atletas e critica calendário | OneFootball

Na tarde desta quinta-feira, 27, o Corinthians Feminino voltou a campo pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Jogando no Parque São Jorge contra o Juventude, as Brabas fizeram uma partida bastante ofensiva e venceram a equipe gaúcha por 2 x 0, com dois gols de Vic Albuquerque.

Após a partida, o técnico Lucas Piccinato falou com a imprensa na zona mista, onde analisou o desempenho do time: “Acho que a falta de gol vai determinar a avaliação de todos, né? Naturalmente todo mundo vai olhar e falar, pô, 2 x 0 foi pouco, acho que a gente criou muitas oportunidades, a gente perdeu muitas oportunidades, é um time que não se propôs a tentar jogar, né?”

Foto: Reprodução/YouTube

Ele afirmou que a postura do Juventude influenciou n o placar baixo, mas que faltou precisão do ataque corinthiano. “Em alguns momentos no segundo tempo tinha uma linha de sete na última linha, ultra defensivo, e a gente tentou furar, abriu-se muito as finalizações de fora da área, muitos cruzamentos, acho que a gente não foi feliz na conclusão, mas acho que a gente gerou uma quantidade muito grande de opções”, disse.

Piccinato foi questionado sobre Jhonson, que após muito tempo voltou a iniciar um jogo como titular: “Eu acho que ela é um talento no futebol brasileiro. Infelizmente, ela não conseguiu, no início da trajetória dela aqui no Corinthians, ter uma sequência, nem na categoria de base, nem no profissional, por conta de lesões.”

O treinador lembrou que antes de chegar no Corinthians, a atacante estava no Toledo-PR, onde treinava bem menos, e segundo Lucas, a atleta sentiu a diferença ao se transferir para o Parque São Jorge. “Ainda é muito jovem, então ela vai oscilar. Eu acho que partidas boas, partidas ruins, momentos que ela entra e decide, momentos que ela não consegue decidir tanto. Mas, na minha opinião, é uma das jogadoras mais promissoras do futebol brasileiro. Uma jogadora diária, uma centroavante nata. Espero que ela possa continuar nessa evolução que ela está tendo, que ela possa dar os passos em direção onde a gente almeja e, óbvio, onde ela almeja também”, afirmou.

Ele prosseguiu, elogiando Jhonson: “Acho que ela é uma grande finalizadora, uma jogadora que tem uma aceleração curta de 5 a 10 metros, uma das melhores da equipe. Tem um bom posicionamento, ainda carece um pouco das questões técnicas. Hoje ela perdeu um gol, um pouquinho, de parte técnica na perna dominante, por exemplo, mas é algo que ela vem trabalhando bastante. Mas é uma jogadora que tem tudo para despontar e ser um dos grandes talentos do futebol feminino brasileiro.”

Em seguida, Piccinato falou sobre o retorno de Gi Fernandes após a suspensão provisória que recebeu por suspeita de doping. “Primeiro, a gente ficou bem chateado, né? Porque acho que a Gi estava, ano passado, uma ascensão dentro da equipe, jogou o Mundial Sub-20, ganhando, galgando o seu espaço dentro de uma equipe que é extremamente competitiva e, infelizmente, ela teve que sair pela questão do doping. Foram períodos bem difíceis para ela, porque a gente também não podia ter contato com ela, então a gente mandava treinos para ela fazer, mas a gente precisava que ela tocasse na bola, era difícil ter o dia-a-dia com ela jogando, porque ela não podia praticar, então foi um momento bem complicado, bem complexo”, afirmou.

O treinador continuou: “Muito feliz que ela tenha tido essa liberação, e aí a gente também está tendo um pouco de calma, porque, querendo ou não, ela ficou muito tempo sem jogar futebol, né? São cinco meses sem entrar em campo, fazendo algumas ações individualizadas, que não representam o que é o jogo de futebol, então a gente está tendo muita cautela para que ela não se lesione. Hoje foi um dia para ela retornar, acho que ela entrou participativa, e a ideia é que ela possa ganhar cada vez mais minutos para poder voltar a buscar o espaço dela dentro da equipe.”

Por fim, Piccinato falou sobre o revezamento de atletas que vem fazendo, que inclui titulares como Vic Albuquerque, criticando fortemente o calendário do futebol feminino. “O calendário do futebol brasileiro é um pouco bizarro, a gente fica até meio de março sem jogar, e aí quando a gente volta a jogar, a gente joga um domingo, quarta e domingo. Então, em um período de três semanas a gente está indo para o nosso sexto jogo. Por isso substituí a Andressa e a Duda que estavam muito bem no jogo, mas a gente está, óbvio, visando o jogo de domingo, que é um jogo difícil contra o Red Bull, e que a gente precisa ter todo mundo apto, e óbvio também dar minutos para aquelas que estão no banco de reserva”, declarou.

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