Teixeira diz se teme rebaixamento do Santos e vê elenco excelente: “Não condiz com a classificação” | OneFootball

Presidente do Santos, Marcelo Teixeira entende que o clube tem um elenco individualmente “excelente” e abriu o jogo sobre o risco de rebaixamento do Peixe, que terminou a 30ª rodada do Campeonato Brasileiro com a mesma pontução do Vitória, primeiro time dentro do Z4.

De volta à Série A, o Alvinegro Praiano reformulou seu elenco e trouxe alguns nomes de peso para reforçar o time, como Neymar e Rollheiser. Já na janela de transferências do meio do ano, o Peixe investiu novamente e contratou mais quatro jogadores: Lautaro Díaz, Adonís Frias, Alexis Duarte e Victor Hugo.

“A expectativa do Santos dentro desse momento é de ter muita responsabilidade, num projeto de profissionalização que o Santos vem tendo, no controle das receitas e despesas. Se você avaliar o plantel do Santos, individualmente é um excelente plantel. É um plantel que não condiz com a classificação que está. Nós de fato tivemos problemas com referência à formação da comissão técnica. Quando definimos a comissão técnica em dezembro do ano passado, trouxemos o Pedro Caixinha. O nome do Caixinha era quase unanimidade, trouxemos para fazer um trabalho de dois anos dentro desse processo de recuperação. Ele não foi tão bem. Nós percebemos que teríamos a necessidade, não por causa de resultados em si, mas notamos que havia um problema de ambientação. Tivemos que fazer essa mudança, as não gosto de fazê-las. Ano passado, tivemos a mesma pressão da torcida por causa do Carille. Tivemos oscilações, mas notávamos a consistência do trabalho. O objetivo era campeão e subir, o que aconteceu. Diferente do Pedro Caixinha”, explicou Teixeira em entrevista ao Barbacast.

Com Vojvoda, o Santos chegou ao terceiro comandante nesta temporada. Antes do argentino, também passaram pelo clube o português Pedro Caixinha, citado por Teixeira, e também Cléber Xavier, que assumiu no final de abril e foi demitido quatro meses depois, em agosto deste ano.

“Agora, estamos com o Vojvoda. Dentro desse momento, nem podemos fazer tantas exigências, mas o Vojvoda já apresenta resultados. São duas vitórias, quatro empates e duas derrotas em oito jogos. Ontem foi uma derrota dura, difícil, onde uma vitória nos faria discutir e planejar algo melhor no campeonato, mas não aconteceu. Temos 12 jogos ainda pela frente, e estamos muito focados no objetivo de nos recuperar desse momento. O planejamento de 2026 já começou, agora de uma forma diferente, pensando na comissão técnica e nos jogadores que temos”, afirmou o mandatário.

Rebaixamento preocupa?

Marcelo Teixeira também voltou a responder se está preocupado com o rebaixamento do Santos, mas como presidente do clube, evitou qualquer discurso pessimista. Na última segunda-feira, o Peixe tinha um confronto direto contra o Vitória e poderia ter se distanciado do Z4, mas foi derrotado e viu o rival colar na classificação.

“Quando você faz uma pergunta, você faz uma pergunta ao comandante do clube. O comandante do clube tem que sempre mostrar a firmeza dos propósitos e mostrar os caminhos que estão sendo trabalhados. Nós não queremos admitir aqui nenhum tipo de… as perguntas são sempre essas. ‘Presidente, está confortável? Acha que o planejamento foi certo? Está tranquilo?’. Estou convicto daquilo que está sendo feito. Se formos pensar na apresentação que o Santos fez contra o Corinthians um jogo antes, criou-se a expectativa daquilo que representa o potencial do nosso grupo. É um potencial que está ali. Você foi para uma partida diferente, com circunstâncias totalmente adversas, mas esse é o Campeonato Brasileiro”, analisou Teixeira.

A equipe santista segue na 16ª posição, com 31 pontos, mesma quantidade do Vitória, que abre o Z4. O time ainda enfrenta uma sequência complicada pela frente, tendo Botafogo, Fortaleza, Flamengo e Palmeiras (2x) nas próximas cinco rodadas do Brasileiro.

“Nós temos que compreender que o Santos vive um momento diferente, atípico. Não é um momento normal daquilo que se espera dum clube que tem a história do Santos. Nós vamos chegar no objetivo que todos nós queremos, mas requer um tempo. O principal objetivo nós concluímos, que era sair da segunda divisão. Estamos num outro ano, temos que continuar fazendo essa estruturação, que não é tão fácil dentro de um processo de reconstrução que o Santos está”, prosseguiu o presidente.

Satisfação com Vojvoda

Por fim, Marcelo Teixeira também demonstrou satisfação com o trabalho de Juan Pablo Vojvoda à frente do Santos. O treinador foi anunciado no último dia 22 de agosto e, mesmo em pouco tempo, levou a equipe a ter uma melhora considerável, ainda que os resultados não tenham acompanhado os bons desempenhos.

“Havia um assédio no mercado até pela campanha que o Fortaleza fez e ele teve uma interferência direta num clube que alcançou vaga na Libertadores e resultados expressivos graças ao seu trabalho. Esse assédio, nós já tínhamos na saída do Caixinha feito a tentativa da contratação, e depois contratamos o [Alexandre] Mattos e conseguimos o convencimento para que ele assumisse o projeto conosco. Vejo nele um trabalho a médio e longo prazo, é um treinador de muita liderança, muita transparência com o grupo e muito humilde nos seus propósitos”, destacou.

“Ele não inventa roda. Ele faz o simples, mas um simples bem refinado. Ele é muito justo nas suas decisões, muito trabalhador. A gente nota o trabalho dele. Se não fosse, o Santos não teria uma mudança tão radical em pouquíssimo tempo. Você vê um grupo mais conjunto, um time mais preparado, mais próximo os jogadores. Quem acompanha o treinamento nota, os jogadores bem orientados e com um propósito, uma filosofia de trabalho”, completou Teixeira.

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