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·21. Juni 2025
Temos um 9 no Real Madrid?

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Em ritmo de pré-temporada e no pontapé inicial da Era Xabi Alonso, o Real Madrid não passou de um empate com o Al-Hilal. Mas a primeira escalação do novo técnico trouxe uma surpresa interessante. Gonzalo García vestiu a camisa 30 e ocupou o comando de ataque merengue na ausência de Kylian Mbappé.
O garoto ficou em campo durante todo o jogo na estreia do Real Madrid na Copa do Mundo de Clubes, mas não participou muito da partida. Foram 30 ações com bola e 12 passes certos de 14 tentados. Acertou quatro finalizações na direção do gol, e colocou uma bola no fundo das redes. Em muitos momentos, Gonzalo pareceu nervoso e afobado. Antes de fazer o gol, praticamente furou um chute de perna esquerda e perdeu boa chance. No gol, chutou de tornozelo com o pé esquerdo e a bola ainda pegou no seu pé direito antes de subir e entrar. Vale a ressalva de que a perna esquerda não é sua perna dominante. Perdeu outra boa chance no segundo tempo, quando recebeu de frente para o goleiro e adiantou demais. Mas também mostrou qualidades.
Para chegar a ter tantas oportunidades, mostrou um bom senso de movimentação e posicionamento como camisa nove. No fim das contas, balançou as redes, o que sempre envolve mérito. Já dizia o poeta, feio é não fazer gol. Também deu mostras do seu melhor fundamento, o cabeceio. Com 1,82 de altura, ele finalizou duas vezes pelo alto e parou no goleiro adversário. Inclusive, foi de cabeça que o jovem poupou o Madrid de jogar uma prorrogação contra o Leganés na Copa do Rei.
Sair da base e tentar um lugar ao sol no time principal do Real Madrid é uma missão muito difícil. Poucos conseguiram nos últimos anos. A maioria saiu de La Fábrica e foi iniciar suas trajetórias profissionais em outros clubes para depois retornar a Chamartín. São os casos de Lucas Vázquez, Valverde e Carvajal, por exemplo. Raúl Asencio foi a exceção. Aproveitou um momento de muitas lesões na defesa do time principal, entrou e correspondeu, conquistando uma vaga no elenco.
Mas é raro jogadores da base receberem chances no time principal. A ansiedade de Gonzalo García, portanto, é absolutamente natural e compreensível. Quando o emocional se assentar e o menino ganhar confiança, pode ganhar espaço na equipe. Sabe-se que o Madrid busca alguém com perfil e instinto de nove, uma característica diferente da de Mbappé. É nesse contexto que Gonzalo está sendo testado. Um centroavante mais físico, que possa prender os zagueiros e caçar oportunidades na área, tal como Joselu foi o último a fazer tão bem.
Sete, faixa e pupilo do eterno Raúl González. Mas o melhor argumento de Gonzalo em seu período de formação são mesmo os gols. Na temporada 24/25, foram 25 gols em 36 jogos com o filial, uma ótima média de 0,7 gol/partida. Registrou uma bola na rede a cada 128 minutos em campo. Também converteu seis de oito cobranças de pênalti, 75% de aproveitamento em um fundamento com o qual o time principal vem sofrendo (Valverde desperdiçou uma cobrança contra o Al-Hilal).
Com a baixa já confirmada de Mbappé para o jogo contra o Pachuca e o gol marcado na estreia, o jovem artilheiro pode receber nova chance como titular. Xabi Alonso já foi treinador em La Fábrica e assim isso aumenta as expectativas de oportunidades para os canteranos. De gol em gol, Gonzalo se atreve a sonhar.