Glorioso 1904
·20. Januar 2025
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Bruno Lage marcou presença esta segunda-feira, 20de janeiro, para fazer a antevisão ao duelo do Benfica com o Barcelona, a valer para a 7.ª jornada da fase da liga da Champions League. O encontro está agendado para as 20h00 da próxima terça-feira, no Estádio da Luz. Confira tudo o que disse o técnico encarnado aos jornalistas, depois do treino das águias.
Barcelona é o melhor ataque da Champions, e o Benfica a 5.ª equipa que mais bolas rouba. Este compromisso coletivo poderá ser a chave?
"Esse compromisso, e depois olharmos para nós próprios. Como podemos criar oportunidades para marcar os nossos golos. E depois, tão importante quanto isso, será o apoio dos adeptos. O que vivemos no jogo com o At. Madrid foi fantástico, o apoio dos adeptos empurrou-nos para a vitória. Temos um adversário difícil pela frente, mas temos de perceber muito bem o que temos de fazer, com 90 minutos muito competentes".
Adeptos do Benfica puderam ver Di María já hoje no treino. Está apto?
"Sim. Está apto, sem dor, mas ainda temos mais um dia para avaliar. Tem treinado individualmente, hoje esteve com a equipa e treinou bem".
Barcelona de Hansi Flick é forte no tiki taka, mas também num jogo mais vertical. Benfica vai ser totalmente testado?
"O nosso trabalho é muito similar e também chegámos a essa conclusão. Nota-se um misto do ADN do Barcelona, que gosta de ter bola, mas que a todo o momento também pode atacar rápido em dois ou três toques. E parte disso vem também da qualidade dos homens que jogam nos corredores. Vejo um misto disso. De uma equipa em posse mas que também sabe atacar a verticalidade. Temos de estar preparados para isso, controlar o adversário, e perceber muito bem o que temos de fazer em duas situações: quando a bola está no nosso meio-campo, e quando está no meio-campo ofensivo. Sinto que preparámos bem o jogo. Agora é moralizar os jogadores, sentir o apoio dos adeptos e preparar 90 minutos muito bons".
Tendo em conta que o Benfica terá pela frente a equipa mais concretizadora da Champions, como é que pode parar isso?
"Antes de responder à sua pergunta, vou fazer aqui uma consideração relativamente à conferência do Leandro, porque foi muito boa. Há dois ou três apontamentos que é bom de ouvir quando são ditos por um jogador. Em particular a resposta que deu à pergunta da CMTV. Isto é o soldado que todos os treinadores querem ter numa equipa. Dentro de campo está a corresponder, e fora fez uma intervenção muito boa. Sobre o jogo, há dois aspetos fundamentais: o primeiro é olharmos para nós, o que temos de fazer, como jogar, perceber o momento com bola e sem bola. Como criar problemas a uma linha defensiva que joga normalmente subida. E depois, o outro ponto determinante, é o apoio que temos sentido em casa, dos nossos adeptos. Em jogos de Champions é sempre especial e tem sido muito importante em noites europeias".
Sobre Manu Silva e as opções que tem para a posição de '6'. Florentino vai rodando com Kökçü. Tem confiança nas opções que tem agora? Florentino, na sua primeira passagem, perdeu o lugar para Weigl em janeiro...
"Na minha primeira passagem... Tenho confiança nos nossos jogadores. Não vou comentar nenhuma situação de mercado. Acho que é importante as pessoas perceberem que o que quero não são titulares nem suplentes. A resposta que o Leandro deu é muito boa. Os jogadores têm de estar prontos para jogar. Florentino perdeu espaço em janeiro. E jogou em outubro, novembro ou dezembro? Esteve lesionado... Muito tempo. Lesiona-se à 4.ª jornada em Braga, com um problema no joelho. Os jogadores têm de estar prontos para jogar de três em três dias. O Tino é outro soldado, está sempre pronto. É isso que quero dos meus jogadores, que estejam sempre prontos e disponíveis. Essa confiança de treinador para jogador e vice-versa vem das oportunidades que vão tendo".
O 'soldado' Di María está pronto? A 100%? Pode jogar os 90 minutos?
"Ainda temos mais um dia para analisar. O mais importante é que treinou, esteve com os colegas. É um jogador experiente, amanhã vou falar com ele para perceber o estado dele. Mas sei que está pronto. Vai estar tão pronto como esteve para jogar com o At. Madrid, com o FC Porto ou na final com o Sporting. Gosta destes jogos, mas temos de perceber o que é o melhor para a equipa e para o momento do jogador".
Objetivo ainda é o apuramento direto?
"O nosso objetivo tem de ser, primeiro, olhar para o jogo e tentar vencê-lo. Segundo, olhar para os pontos. Há um estudo que nos diz que, eventualmente, 15 pontos podem chegar para o apuramento direto. Ainda temos a possibilidade de atingir esses 15 pontos. Mas amanhã temos de jogar bem, criar as nossas oportunidades, vencer, lutar. E depois veremos se conseguimos chegar a essa meta".
Acredita que o Barcelona é um candidato a vencer a Champions?
"Claro que sim. Por aquilo que estão a fazer e pelo histórico. É uma equipa com enorme qualidade, quer em termos individuais, com jogadores fantásticos, como nós, e coletivos. É um misto da cultura do Barça, uma equipa que gosta de ter posse, mas já se nota o cunho do treinador. Um jogo também mais vertical, mais forte na pressão, nas transições ofensivas, a explorar muito os corredores laterais. É um adversário muito competente e temos de encarar este desafio com enorme ambição".
Perante aquilo que o Barcelona está a fazer, o Benfica pondera também mudar a estratégia?
"Estrategicamente temos de mudar porque são jogos diferentes. O que não podemos mudar é o que temos vindo a construir, que é a forma de jogar, defender, atacar. E depois, é perceber três coisas: como jogar com bola no nosso meio-campo, como jogar quando tivermos bola no meio-campo ofensivo, e perceber como criar problemas a uma linha defensiva que joga muito subida. Foi isso que fizemos hoje. Preparámos a equipa nesse sentido, senti os jogadores muito confortáveis. E amanhã é ali, na hora de jogo, que temos de colocar qualidade individual, a nossa dinâmica de jogo, e também o lado estratégico."
Boas dores de cabeça para amanhã, com Di María, Schjelderup e Aktürkoglu... Vai ter de decidir entre esses. Será amanhã que Schjelderup e Di María vão atuar juntos?
"Dos sete [que há no plantel] vão jogar dois. Tudo pode acontecer. Mas o que é importante? O que o Barreiro disse. Estarem prontos para jogar independentemente do estatuto e idade. E eu, como treinador, perceber qual o melhor onze. Se Schjelderup está preparado? Estão todos. Incluindo o [João] Rêgo. O desafio nesta casa é o de preparar pessoas. E não é só colocá-las lá dentro. O desafio é provocarmos o jogador. Há três meses, desde que chegámos, é provocar os jogadores, olhar para eles e perceber como posso perspetivar a evolução deles. Há talento em todos e um plano para cada um deles evoluir, uma forma de jogar que todos têm de entender, e depois a capacidade de trabalho. E corresponder quando for dada uma oportunidade. Hoje tivemos 26 jogadores no treino, todos eles de enorme qualidade. A partir do momento em que têm uma oportunidade, têm de corresponder".
O jogo de amanhã é um clássico europeu. Vai ser a primeira vez que vai defrontar o Barcelona...
"São estes jogos que queremos jogar. Você não estava cá, mas já disse isto duas ou três vezes. Há um mês, vi os meus filhos a ver o João Félix a jogar um Barcelona-PSG. Estava na bancada, e hoje vou estar contra o Barcelona. Do outro lado, o Barcelona também vai achar este desafio muito interessante, é um grande clube. Vai ser um clássico europeu, um jogo muito interessante, e é por isto que vivemos. O que queremos é contribuir para uma grande noite europeia, olhar para nós e esperar um grande apoio dos adeptos".
Desde o início da temporada, mais de 10 clubes da Liga Betclic já mudaram de treinador. Como lida com isto? É difícil manter a confiança?
"Primeiro, é de lamentar a saída de um treinador. A nossa confiança tem de ser sempre nossa. Temos de olhar para o que controlamos e ter a coragem de fazer as coisas da forma como pensamos. Se assim não fosse, o Leandro nunca tinha jogado com o Florentino. Nós é que vamos vendo o filme diário dos treinos, dos jogadores, perceber o que vão fazendo. Acreditar muito nas nossas ideias, forma de trabalhar, e depois passar sempre uma energia muito positiva. Sabendo que quando estamos num bom momento temos de o prolongar, é preciso saber que quando estamos num momento menos bom é preciso o 'clique'. Saímos da Luz com uma derrota frente ao Sp. Braga, duas semanas depois o capitão estava a mostrar o troféu da Taça da Liga. A responsabilidade de ser treinador assim o exige. É preciso que as pessoas sintam que há um treinador que tem um caminho, que as faz acreditar que podem conquistar títulos".
Confira as declarações de Bruno Lage relativamente ao despedimento de Vítor Bruno: