Papo na Colina
·5. Februar 2025
In partnership with
Yahoo sportsPapo na Colina
·5. Februar 2025
O Vasco da Gama e os demais clubes brasileiros já conhecem os valores e formatos dos novos contratos de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o período de 2025 a 2029. Pela primeira vez, os clubes não foram representados por uma única entidade nem negociaram de forma individual. Em vez disso, a comercialização foi conduzida por dois blocos distintos: Libra e Liga Forte União (LFU). O Cruzmaltino faz parte da LFU, que apostou em um modelo de múltiplas plataformas, enquanto a Libra fechou um contrato único com a Globo. No fim, a disputa resultou em valores próximos para os dois blocos, estabelecendo um novo cenário para o futebol brasileiro.
Libra aposta em contrato único com a Globo
A Libra adotou uma abordagem mais conservadora ao fechar um contrato exclusivo com a Globo. O acordo inicial, firmado em março de 2024, previa um valor fixo de R$ 1,3 bilhão, além de 40% da receita líquida obtida com o Premiere, plataforma de pay-per-view da emissora. No entanto, esse valor sofreu uma redução de R$ 130 milhões após a saída do Corinthians para a LFU, fixando o montante em R$ 1,17 bilhão.
Os clubes que integram a Libra são: Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória, Paysandu, Remo, ABC, Guarani e Sampaio Corrêa.
LFU opta por fragmentação e diversidade de plataformas
Diferente da Libra, a LFU seguiu um caminho mais ousado ao dividir os direitos entre diferentes empresas de comunicação. A negociação demorou mais para ser concluída, com o último pacote sendo fechado apenas na semana passada, quando o grupo acertou a venda de partidas para a Globo. Além da emissora, Amazon, Record e YouTube também adquiriram fatias dos direitos.
Os principais contratos fechados pela LFU são:
A LFU também garantiu receitas adicionais com patrocínios. A casa de apostas Betano pagará R$ 87 milhões por ano para expor sua marca nas transmissões da Record e do YouTube, além de um patrocínio de R$ 40 milhões para a Série B.
Os clubes que fazem parte da LFU são: Botafogo, Corinthians, Ceará, Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Sport, Vasco, Atlético-GO, Athletico-PR, Amazonas, América-MG, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, CRB, Goiás, Novorizontino, Operário-PR, Vila Nova, CSA, Figueirense, Ituano, Londrina, Náutico, Ponte Preta e Tombense.
Distribuição dos valores e impacto para os clubes
A grande questão após os acordos fechados é: quanto cada clube receberá? Após a dedução de comissões e repasses, a expectativa é que a Libra distribua R$ 151 milhões por clube, enquanto a LFU repassará cerca de R$ 130 milhões para cada um de seus membros.
Essa diferença se deve, principalmente, à participação no Premiere. A Libra garantiu 40% da receita líquida, enquanto a LFU terá 10% da receita bruta em 2025 e 5% nos anos seguintes. Considerando projeções internas, o faturamento do Premiere deve ser de R$ 800 milhões brutos e R$ 500 milhões líquidos.
Além disso, a Libra adotou um modelo de distribuição 40-30-30 (40% do valor dividido igualmente, 30% conforme a classificação e 30% de acordo com a audiência), enquanto a LFU optou pelo formato 45-30-25. Na prática, isso significa que a quantia final recebida por cada clube pode variar bastante. Alguns times ultrapassarão R$ 200 milhões por temporada, enquanto outros podem ficar próximos de R$ 80 milhões.
Tratamento da Série B nos contratos
Os dois blocos adotaram políticas distintas para a segunda divisão do futebol brasileiro:
Conclusão: quem venceu a disputa?
Os números mostram um equilíbrio entre os blocos. A Libra garantiu um contrato robusto e mais previsível, enquanto a LFU diversificou suas fontes de receita, correndo mais riscos, mas com a possibilidade de ganhos adicionais no futuro.
O impacto desses acordos será sentido nos próximos anos, especialmente na competitividade financeira entre os clubes e no formato de distribuição das receitas. Seja qual for a estratégia mais bem-sucedida, o Vasco e os demais clubes brasileiros entram em uma nova era da comercialização dos direitos de transmissão do futebol nacional.
+ Siga as redes sociais do Papo na Colina: Thread, Bluesky, Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, Tiktok e Google News