Jogada10
·31. Dezember 2024
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Após uma difícil temporada em 2023, o Vasco deu um salto positivo em 2024, ano que se encerra nesta terça-feira. O time quebrou jejuns importantes, incluindo o retorno à semifinal da Copa do Brasil após 13 anos, além da melhor posição no Brasileirão desde 2017. Ainda que não tenha sido o ano dos sonhos, o torcedor vascaíno ainda viu o sonhado retorno de Philippe Coutinho, a reforma de São Januário dando um importante passo para sair do papel e mudanças na estrutura de sua SAF. Dessa forma, confira agora a retrospectiva do J10 do ano do Vascão.
O ano aparentava começar de forma animadora para o torcedor vascaíno. Afinal, o técnico Ramón Díaz permaneceu após novela e o Cruz-Maltino ainda contratou o “tubarão” do mercado, Alexandre Mattos, para o cargo de diretor executivo. Com dinheiro em caixa, a perspectiva era positiva no começo do ano.
As contratações foram se acumulando para a temporada. Chegaram: João Victor (Benfica-POR; foto), Adson (Nantes-FRA), David (Inter), Keiller (Inter), Rojas (River Plate-ARG), Sforza (Newell’s Old Boys-ARG) e Victor Luís (Coritiba).
Alexandre Mattos visitando o CT e São Januário – Foto: Leandro Amorim/Vasco.
Mas houve saídas também: Gabriel Pec (LA Galaxy-EUA), Marlon Gomes (Shakhtar Donetsk-UCR), Rodrigo (rescisão), Galarza (Talleres-ARG), além de alguns empréstimos, como Capasso (Olímpia-PAR), Orellano (FC Cincinatti-EUA), Riquelme (Sport), Vinícius Paiva (Ituano), Barros e Miranda (Amazonas), Figueiredo (Coritiba) e De Lucca (Ceará).
Sob o comando de Ramón Díaz, a equipe principal fez viagem para o exterior para a pré-temporada no Uruguai, com duas vitórias e dois troféus em dois amistosos.
Paralelamente a isso, o Vasco estreou com vitória com o time alternativo no Carioca. Depois, empatou por 3 a 3 com o Sampaio Corrêa na “despedida” do time B.
Ao fim de janeiro, porém, o clube sofreu um de seus principais golpes na temporada. O volante Paulinho, dos melhores jogadores do elenco, sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito e precisou de cirurgia, que o tiraria de ação por pelo menos dez meses.
Para piorar, no primeiro jogo de fevereiro, outro duro golpe. Jair, companheiro de “volância” de Paulinho, sofreu a mesma lesão, mas no joelho esquerdo.
Dessa forma, o clube precisaria ir ao mercado para repor a posição. A única chegada para o setor após isso, porém, foi de Galdames, chileno ex-Genoa.
Após empatar com Flamengo e Fluminense (ambos em 0 a 0), o Vasco ainda enfrentaria o Botafogo no mês de fevereiro, vencendo por 4 a 2 em pleno Nilton Santos, com direito a uma das melhores atuações do time na temporada. Galdames, aliás, marcaria seu primeiro gol neste jogo. Payet desfilou com um belo futebol no tapetinho.
No terceiro mês do ano, a coisa começou a apertar para o Vascão. Afinal, veio a eliminação para o Nova Iguaçu na semifinal do Campeonato Carioca e a quase eliminação para o Água Santa na segunda fase da Copa do Brasil em pleno São Januário.
O Gigante da Colina passou por um grande vexame ao não conseguir derrotar o pequeno Nova Iguaçu, empatando em 1 a 1 na ida e perdendo por 1 a 0 na volta, em dois jogos com o Maracanã abarrotado de vascaínos.
O atacante Clayton Silva chegou oriundo do Casa Pia-POR, estreando logo como titular contra o Nova Iguaçu (jogo de ida). Seria a última contratação de Alexandre Mattos como diretor de futebol.
Afinal, o “tubarão do mercado” não conseguia transitar entre a diretoria da SAF (ainda com a 777 Partners no comando), nem com o técnico Ramón Díaz. A contratação de Clayton Silva foi um estopim para deteriorar a relação entre a trinca.
Dessa forma, Alexandre Mattos foi demitido após vazar prints de conversas com um jornalista, deixando o clube após apenas 100 dias no cargo.
Após a eliminação no Campeonato Carioca, o Vasco ficou praticamente um mês sem entrar em campo. Estreou no Brasileirão, então, com vitória importante sobre o Grêmio, por 2 a 1, em São Januário. Mas o mês de abril reservava momentos ruins e o início de uma gigantesca crise no time da Cruz de Malta.
Isso porque o clube utilizou as redes sociais para informar o desligamento do argentino do cargo, e, ainda em São Januário após a derrota, Ramón e seu filho e auxiliar Emiliano Díaz deram coletiva já como ex-comandantes afirmando que descobriram que foram demitidos vendo a notícia na televisão no vestiário junto com os jogadores.
Fim de ciclo para Emiliano e Ramón Diaz – Foto: Leandro Amorim/Vasco
O treinador afirmou que “foi demitido pelo Twitter (X)”, o que iniciou uma queda de braço com o Vasco. Na ocasião, não havia chefia em São Januário, já que o então CEO, Lúcio Barbosa, não pode comparecer ao jogo por problemas pessoais. Como Alexandre Mattos não era mais diretor e o Vasco ainda não havia contratado seu substituto, a sensação era de bagunça na casa vascaína, com a saída de Ramón Díaz se tornando uma das principais polêmicas do ano.
Dessa forma, Alexandre Mattos foi demitido após vazar prints de conversas com um jornalista, deixando o clube após apenas 100 dias no cargo.
Como desgraça pouca é bobagem, em maio houve novos problemas para o Cruz-Maltino, que engatou quatro derrotas seguidas no Brasileirão e começava a dar indícios de que lutaria novamente contra o rebaixamento, a exemplo de 2023. Um dos reveses foi para o Athletico, na estreia de Hugo Moura como titular. O ex-CAP foi expulso logo no primeiro tempo.
Além disso, o presidente Pedrinho concedeu coletiva revelando problemas com a 777, empresa que comprara 70% das ações da SAF do clube em 2022. No dia 15, o associativo conseguiu liminar na Justiça afastando a 777 do poder, o que fazia com que Pedrinho obtivesse a “caneta”, ou seja; a palavra final nas decisões do clube.
Com isso, o mandatário iniciou uma série de mudanças, afirmando que o Vasco estava em grave problema financeiro por descumprimentos de acordos contratuais da 777, que se via envolta em uma novela judicial inclusive nos EUA e na Inglaterra, com o problema podendo respingar no Vasco.
Paralelo a isso, o time precisava seguir jogando bola. Pedrinho confirmou a chegada de Álvaro Pacheco, técnico que negociava já na época da 777. Evitando maiores, problemas, o presidente deu aval para sua contratação, já que os trâmites estavam quase todos finalizados e o Vasco precisava, e muito, de um novo treinador.
O mês de maio terminou ao menos com uma boa notícia: antes da chegada oficial de Pacheco, em um dos jogos mais épicos da temporada, o Vasco ficou no 3 a 3 com o Fortaleza em São Januário e avançou nos pênaltis para as oitavas de final da Copa do Brasil. As atuações de Léo Jardim, Vegetti, Payet e Lucas Piton salvavam o clube na competição.
Ainda neste mês, a diretoria assinou o maior contrato de patrocínio da história do clube. Foi com a casa de apostas Betfair. Entre outras novidades, Pedro Martins, ex-Cruzeiro, chegou como substituto de Alexandre Mattos para diretor executivo.
O início do último mês do primeiro semestre foi de muita dor e vergonha para o Cruz-Maltino. Afinal, Álvaro Pacheco chegou e logo em sua estreia viu o time ser derrotado por 6 a 1 para o maior rival Flamengo. Seria a maior goleada aplicada pelo Fla na história do confronto.
Sua demissão após este único jogo chegou a ser cogitada, mas o comandante ganhou uma segunda chance, já que o clube vivia turbulência fora de campo e encontrar um novo treinador demandaria tempo. O Vasco seguiu a sina ruim, perdendo para o Palmeiras, empatando em 0 a 0 contra o Cruzeiro e assumindo novo revés, desta vez para o Juventude.
Este era, então, o fim da humilhante passagem do português da boina frente ao clube da Colina: apenas 8,3% de aproveitamento em quatro jogos.
Álvaro Pacheco: passagem relâmpago no comando do Vasco, incluindo um Flamengo 6 a 1 no currículo: Leandro Amorim/Vasco
Ainda em junho, a chegada do “salvador” Rafael Paiva como treinador deu novos ares ao clube. Além disso, Pedrinho se movimentava fora de campo, demitindo o CEO Lúcio Barbosa e trazendo Felipe para o cargo de diretor técnico, vago desde o fim de 2023.
A maré do Vascão começou a mudar em julho. Rafael Paiva, que era técnico do time sub-20 e ganhou oportunidade como interino do time principal, começava a empilhar bons resultados. Foi neste mês que a equipe conseguiu quatro vitórias seguidas no Brasileirão, algo que não ocorria desde 2012.
Neste mês, com a janela aberta, uma das melhores notícias dos últimos anos para os vascaínos. O cria Philippe Coutinho estava de volta ao Vasco após 14 temporadas fora. Além dele, chegaram outros ex-jogadores do clube: Souza e Alex Teixeira.
Apresentação de Philippe Coutinho em São Januário – Fotos: Matheus Lima/Vasco
Emerson Rodríguez (Inter Miami-EUA), Jean David (Toluca-MEX) e Maxime Dominguez (Rio Ave-POR) foram outros reforços que chegaram na segunda janela do ano.
Marcelo Sant’Ana, contratado por Pedrinho para o lugar de Pedro Martins, foi quem ficou à frente das negociações.
Ainda em julho, o prefeito Eduardo Paes sancionou a lei que viabilizaria a reforma de São Januário, prevista para começar ao longo de 2025.
O time passou invicto pelo período, com quatro vitórias em seis jogos. Na ocasião, o Vasco avançou na Copa do Brasil ao eliminar o Atlético-GO com vitória por 1 a 0 em São Januário – outro jejum encerrado, já que o Vasco não chegava às quartas da competição desde 2015 (nove anos).
A equipe de Rafael Paiva conseguiu uma importante vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense no Nilton Santos, além de derrotar duas vezes o Athletico em apenas quatro dias. Primeiro, de virada por 2 a 1 pelo Brasileirão, em São Januário.
Também no estádio vascaíno, três dias depois, outra virada por 2 a 1 com gols no fim (roteiros parecidos), mas desta vez pelo jogo de ida da Copa do Brasil.
No nono mês do ano, houve a passagem à semifinal da Copa do Brasil, mas o início de nova crise. A derrota para o Athletico não pesou tanto, já que o Vasco conseguiu a vaga na semifinal da Copa do Brasil nos pênaltis.
Mas iniciou uma sequência de oito jogos sem vitórias, com o time só voltando a vencer em meados de outubro.
Neste período, o time viu um início ruim de Coutinho e seca de gols do Vegetti no Brasileirão. Coutinho, porém, marcou seu primeiro gol no retorno logo contra o Flamengo, em empate por 1 a 1 no Maracanã.
O ano de altos e baixos seguia. Afinal, apesar de Vegetti voltar a marcar (contra o Cruzeiro, no último jogo de setembro), a equipe perdeu por 2 a 1 para o Atlético-MG na ida da semifinal da Copa do Brasil, se complicando na competição.
Na volta, os times ficaram no 1 a 1 graças a um golaço de Hulk e, apesar de uma linda festa da torcida e uma partida interessante contra o finalista da Libertadores, a equipe ficou pelo caminho.
O que restava era a tentativa de se classificar à Libertadores pelo Brasileirão. No fim do mês, o Vasco conseguiu se recuperar com duas vitórias em São Januário: contra Bahia e Cuiabá.
Outubro também marcou o retorno de Jair ao time após nove meses fora de ação.
O penúltimo mês do ano, porém, veio com novos problemas. Foram quatro derrotas seguidas (Botafogo, Fortaleza, Inter e Corinthians) culminando com a queda de Rafael Paiva e inúmeras incertezas. A vaga para a Libertadores já deixava de ser uma realidade em São Januário.
Paiva tirou o Vasco da zona da confusão. Porém, maus resultados na reta final resultaram na sua queda – Foto: Leandro Amorim/Vasco
Assim, no último jogo do mês, o diretor técnico Felipe assumiu a equipe interinamente, com a promessa de que ele só ficaria até o fim do ano. Dessa forma, o ídolo comandou a equipe em três jogos, vencendo sete pontos possíveis de nove.
Após o empate da estreia contra o já rebaixado Atlético-GO, vieram duas vitórias nos jogos finais da temporada e a classificação à Sul-Americana. Garantindo, assim, o retorno do clube às competições internacionais após cinco anos.
Vaxo vence o Galo, e, depiis, o Cuiabá: vaga na Sula. Foto: Matheus Lima/ Vasco Da Gama
Vegetti, que passara por nova seca, voltou a marcar, anotando três gols nestes dois jogos finais. Coutinho e até mesmo Alex Teixeira também foram importantes.
Paulinho, machucado desde janeiro, voltou para os dois jogos derradeiros.
No fim do ano, ainda antes do Natal, o Vasco anunciou a contratação de Fábio Carille para técnico em 2025. Com os retornos de Jair e Paulinho, a expectativa é de um ano melhor do que 2024.