Santos FC
·12 September 2025
A América se tornava Alvinegra pela segunda vez

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·12 September 2025
Heloisa Helena, do Memorial das Conquistas
Há 62 anos, no dia 11 de setembro de 1963, o Santos contrariava as expectativas e vencia com garra, a Copa Libertadores da América, em plena La Bombonera tomada por mais de 80 mil torcedores.
Por ter sido o campeão do torneio no ano anterior, o Peixe entrou na competição direto na semifinal, disputando contra outra equipe brasileira, que até o momento estava invicta: o Botafogo. Na época, os Alvinegros contavam com diversos jogadores na Seleção e nessa partida criava-se uma expectativa sobre a rivalidade entre Pelé e Garrincha.
Em um primeiro momento ela foi frustrada, pois no jogo de ida entre as duas equipes, Garrincha ficou de fora. As arquibancadas do Pacaembu estavam preenchidas por cerca de 20 mil torcedores que presenciaram o clássico nacional, terminar em um empate com gols de Pelé e Jairzinho.
No Maracanã, Pelé e Garrincha finalmente se encontraram, mas para quem achava que seria um jogo acirrado, viu o Rei marcar três gols, e Lima deixar o seu, garantindo o Peixe em sua segunda final consecutiva na competição.
O primeiro jogo da final foi disputado contra o Boca Juniors e aconteceu também no Maracanã, como uma estratégia para ter um público maior. O local tinha sido palco da partida de ida da final do Mundial de Clubes, quando o Alvinegro Praiano venceu o Benfica com apoio dos cariocas nas arquibancadas. E assim foi, no dia 4 de setembro, 63.376 pessoas assistiram ao jogo, e entre elas estavam presentes os torcedores dos quatro grandes times cariocas, determinados a apoiar o Santos na decisão.
Desde o começo, o Santos mostrou sua vontade de vencer e o primeiro gol veio com Coutinho, logo aos 18 minutos do primeiro tempo. Aos 20, Coutinho marcou mais uma vez, ampliando o placar para o Peixe, e aos 28 minutos foi a vez de Lima escrever seu lugar na história, ao marcar o terceiro gol da partida.
Mas a equipe argentina se mostrou determinada a reverter o resultado durante o restante do jogo e diminuiu a vantagem com dois gols de Sanfillippo, possibilitando aos argentinos pensarem que seriam favoritos no jogo de volta em casa, o que ocasionaria uma terceira partida.
Pepe confirmou que as condições eram improváveis: “Aquela galera toda, estádio quase vindo abaixo, campo ruim, adversário forte, que dava pancada e que sabia jogar. Tudo contra. Só que tinha uma coisa: era o Santos que estava do outro lado.”
Então no dia 11 de setembro daquele ano, o Peixe entrou em campo no estádio La Bombonera com a seguinte escalação: Gylmar, Dalmo, Mauro, Calvet e Geraldino; Lima e Zito; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe, feita pelo técnico Lula.
Os 80 mil torcedores presentes, tentaram fazer uma pressão em cima do Santos, que deu certo por algum tempo, resultando em um gol de Sanfillippo. Porém, o Peixe não se deixou abater e apenas três minutos após esse gol, Coutinho balançou as redes mais uma vez em uma final e manteve o Santos vivo na disputa pelo título naquela tarde.
Aos 37 minutos, cercado por três marcadores, o Rei passou a bola entre as pernas de Orlando e finalizou na saída de Errea, marcando o gol da conquista do bicampeonato continental. Em determinado momento, não foi possível ouvir sons em La Bombonera, mas logo em seguida Pelé, abraçado pelos companheiros de equipe, foi aplaudido por todo estádio.
O Santos conquistava então sua segunda Libertadores consecutiva e se tornava o primeiro time brasileiro a atingir esse feito. O time Alvinegro garantia sua vaga no Mundial de Clubes, e na final enfrentaria o desafio de jogar contra o time italiano, Milan. Mas para um time que contava com o famoso “Ataque dos Sonhos”, enfrentar o time rubro negro, era apenas mais um degrau na escada rumo ao prestígio mundial.
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