Papo na Colina
·3 October 2025
A ‘PORTA DE ENTRADA’? Entenda como um empréstimo pode levar um gigante financeiro para dentro da SAF do Vasco

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·3 October 2025
A complexa operação de empréstimo de R$ 80 milhões, que o Vasco da Gama tenta aprovar na Justiça, pode ter desdobramentos que vão muito além do alívio de caixa. A estrutura do negócio abre um caminho para que a Crefisa, instituição financeira que deve conceder o crédito, se torne acionista da Vasco SAF no futuro. A informação é do jornalista Paulo Vinícius Coelho, do UOL.
O ponto central que permite essa manobra é a garantia oferecida pelo Vasco no contrato. Para obter o financiamento na modalidade DIP (Debtor-in-Possession), o clube colocou 20% das ações que detém na SAF como garantia. O contrato prevê uma carência de 12 meses para o início do pagamento e quitação total em até 36 meses, com juros de CDI + 7% ao ano.
É aqui que reside a jogada estratégica. Caso o Vasco não consiga honrar com o pagamento do financiamento no prazo estipulado, o contrato permite que a Crefisa execute a garantia. Ou seja, a empresa poderia consolidar a posse dessas ações e, na prática, se tornar uma sócia minoritária da SAF vascaína.
Pedrinho e Leila Pereira – Foto: Reprodução redes sociais
Essa possibilidade transforma o empréstimo em uma potencial “ponte” para a Crefisa entrar de vez no futebol do Vasco. A empresa, que já tem um histórico de grande investimento no Palmeiras, poderia usar essa participação inicial como um primeiro passo para, no futuro, negociar a aquisição de uma fatia maior ou até mesmo o controle total da operação.
A Administração Judicial, no entanto, já pediu mais detalhes e garantias ao clube antes de dar o aval para a operação, que segue pendente de aprovação.
O ponto chave da análise de PVC é o timing da operação. O prazo de vencimento do empréstimo do Vasco coincide com o final do mandato de Leila Pereira, dona da Crefisa, na presidência do Palmeiras. A tese do jornalista é de que a operação serve como uma “ponte” para a empresa migrar seus investimentos.
PVC explicou a complexa mecânica financeira que estaria por trás do negócio. O valor do empréstimo, que tem como garantia 20% das ações da SAF, poderia se tornar um crédito caso não seja pago. Esse crédito, então, seria utilizado como parte do pagamento para a aquisição da fatia de 31% da SAF que pertencia à 777 Partners. O jornalista detalhou:
“O empréstimo vai ter um prazo de vencimento que vai mais ou menos coincidir com a saída da Leila do Palmeiras. (…) Isso pode gerar crédito para depois comprar a 31%.”
A conclusão da análise é de que a operação foi desenhada para, em última instância, dar à Crefisa o controle majoritário do futebol do Vasco. O plano, segundo PVC, se concretizaria a partir de 2028, após o fim do ciclo no Palmeiras. O empréstimo, portanto, vai muito além de um simples alívio de caixa: é uma jogada de xadrez que pode definir o próximo dono do futebol cruz-maltino.
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