
Gazeta Esportiva.com
·21 March 2025
Adaptação, apelido e reconhecimento: os primeiros seis meses de Patati, ex-Santos, em Israel

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·21 March 2025
Ex-jogador do Santos, Weslley Patati está no futebol israelense. O atacante chegou ao clube em setembro de 2024 e, neste mês de março, completou os primeiros seis meses longe do Brasil. A mudança para novos ares não foi fácil, mas se hoje o atleta vive grande fase, muito se deve ao período de adaptação.
Há seis meses, Patati se mudava para Israel. Ao chegar no país, o atacante se deparou com uma das principais barreiras culturais: o idioma. Hoje, o atacante entende que tal obstáculo foi superado e, em função disso, faz a sua melhor temporada como profissional.
“No começo foi um pouco difícil por causa do idioma, de não saber falar inglês, e de não poder se comunicar com o treinador e com os outros jogadores. Mas eu comecei a fazer aulas, comecei a desenvolver rápido o inglês, e depois foi ficando mais fácil a adaptação. Comecei a conversar com os meus companheiros, comecei a entender mais o que o treinador queria. Conforme o tempo foi passando, eu fui me adaptando cada vez mais e podendo me soltar, e jogar normal. Até que, acho que depois de dois meses, eu já estava me sentindo em casa, já estava bem, já estava jogando bem. Então, depois disso, acho que fui só evoluindo cada dia mais”, detalhou Patati em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.
“Aqui eu tenho uma professora de inglês, então sempre que acaba o treino, eu faço aulas. No começo eu fazia três vezes na semana, mas agora eu faço uma, duas. Quando eu consigo, faço duas, mas o tempo é muito pouco às vezes, e aí não consigo. Mas hoje em dia já consigo me comunicar com todo mundo 100%, já consigo conversar, já consigo sair. Isso para mim é muito bom também, saber falar inglês, é uma coisa que eu vou levar para a minha vida. Então fico muito feliz com esse aprendizado”, complementou o jogador.
Weslley Patati vive um grande momento e acumula os melhores números da carreira profissional até o momento. O atacante soma 14 participações em gols (oito gols e seis assistências) em 31 jogos com a camisa do Maccabi, e está cada vez mais solto dentro de campo.
O jogador, então, revelou o que foi fundamental para que ele atingisse tal desempenho: tempo. De acordo com Patati, o Maccabi foi extremamente paciente e compreendeu, sem maiores problemas, que ele precisaria de tempo para se adaptar a um novo país e a uma nova liga.
“Eu acho que estou evoluindo cada vez mais, cada vez aprendendo mais. E, com isso, eu tenho demonstrado dentro de campo. Acho que eu nunca tinha feito tantos gols assim na minha vida (risos). Eu também nunca tive essa sequência de jogos como titular, jogando os 90 minutos. Aqui, foi a minha primeira vez que eu joguei 90 minutos completos como profissional. Teve uma diferença de tempo. Eles tiveram um pouco de paciência comigo, me ajudaram sempre, e todo mundo me apoiou bastante. Eles falaram: ‘Olha, nós vamos respeitar o seu tempo. Sabemos como é difícil mudar de país, mudar de cidade, outra língua. Você precisa de tempo, e vamos dar esse tempo para você’. E isso foi me ajudando, e hoje me sinto em casa. Estou muito feliz de estar aqui, de poder ajudar o time marcando gol e dando assistências”, destacou.
A grande fase do ex-atacante do Santos lhe rendeu um novo apelido em Israel. Patati vem sendo chamado de ‘Mago Brasileiro’ pela torcida do Maccabi. O atleta valorizou o carinho dos torcedores e entende que tal acolhimento foi importante para que ele ficasse à vontade no clube.
“Fico feliz de ver o carinho que eles têm por mim. Aqui, quando eu saio na rua, vários torcedores vêm e conversam comigo, dizendo que estão muito felizes de eu estar aqui, de estar jogando bem e ajudando o time. Eles dizem: ‘Espero que você sinta-se em casa, todos nós amamos você, esperamos que você esteja feliz e, se precisar de alguma coisa, pode contar com a gente’. Esse carinho e essa ajuda que eles querem me dar de me deixar confortável, e fazer com que eu me sinta em casa, tem me ajudado bastante. Não só dentro de campo, mas fora também, para lidar com as coisas que acontecem no dia a dia”, explicou.
Em seis meses de clube, Patati ainda foi eleito o melhor jogador do mês em duas ocasiões. O jogador celebrou o reconhecimento recente e classificou o esforço coletivo como fundamental para as conquistas.
“Eu fico muito feliz de estar recebendo esse reconhecimento. Isso é fruto de muito trabalho. Trabalho do dia a dia, da ajuda dos meus companheiros também, porque eu tenho certeza que se não fosse por eles me ajudando, me incentivando no dia a dia, me dando força, sozinho eu não teria conseguido. Estou muito feliz de poder estar crescendo, de poder estar evoluindo. Espero continuar assim, evoluindo, com os pés no chão, com humildade, que tenho certeza que eu ainda vou chegar muito longe”, valorizou.
Hoje, o Maccabi Tel Aviv é comandado pelo técnico Zarko Lazetić. Conforme revelado por Patati, o sérvio desempenhou um papel importantíssimo em sua evolução, muito devido à paciência e aos conselhos dados.
“É como eu falei, ele sempre teve muita paciência comigo. Ele conversa bastante comigo, e isso tem me ajudado muito. Desde o meu primeiro dia aqui, até hoje, ele sempre conversa comigo, sempre me chama e diz no que eu preciso melhorar, o que eu poderia ter feito diferente no jogo, e isso tem me ajudado bastante, ele chegar e conversar comigo, me dar conselhos. Para a minha evolução, isso foi fundamental”, contou à Gazeta Esportiva.
Com Patati como um dos principais destaques, o Maccabi Tel Aviv está vivíssimo na briga pelo título do Campeonato Israelense (Ligat Ha’Al). Após 27 rodadas, a equipe ocupa a segunda colocação, com 60 pontos – apenas um a menos que o líder Hapoel Be’er Sheva FC.
O Campeonato Israelense conta com 14 times – seis brigam pelo troféu e oito contra a queda -, é disputado em formato de pontos corridos. Ao todo, os seis postulantes ao título jogam 36 partidas, e quem terminar com mais pontos é o campeão. Patati, assim, entende que os detalhes serão decisivos para a reta final do torneio.
“É uma competição muito difícil. A liga aqui é um pouco abaixo do que é a liga brasileira, é claro, mas dentro de campo são 11 contra 11. Acho que não é fácil jogar aqui, ainda mais contra vários times grandes que temos aqui, que são muito bons. É só você olhar na tabela, todos os times estão ali com diferenças pequenas de um, dois, três pontos, então está todo mundo sempre muito perto um do outro. É um campeonato muito difícil, e acho que agora vai ser tudo decidido na questão dos detalhes. Quem tiver mais concentrado, quem se impôr melhor dentro de campo. Para ser campeão, teremos que ser constante jogo a jogo”, finalizou o atleta.
Weslley Patati foi vendido pelo Santos ao Maccabi Tel Aviv por 1,3 milhão de euros (pouco mais de R$ 8 milhões) em setembro de 2024. O clube israelense adquiriu 60% dos direitos econômicos do jogador.
A venda do atacante é em regime mais valia. Desse modo, se Patati for vendido pelo Maccabi, o Santos terá direito a 40% do lucro do negócio. O camisa 17 tem vínculo válido por três temporadas com a equipe de Israel, com opção de renovação por mais um ano.