Análise: altitude desleal inviabiliza tentativa de Ancelotti de fazer testes na Seleção | OneFootball

Marcelo Baseggio

A Seleção Brasileira enfrentou a Bolívia nesta terça-feira com uma equipe completamente modificada em relação ao time que venceu o Chile, no Maracanã. O técnico Carlo Ancelotti planejava testar alguns jogadores, mas a altitude desleal de mais de 4 mil metros inviabilizou qualquer tentativa de avaliação por parte do italiano.

Brigando por uma vaga na repescagem mundial para a Copa do Mundo, a Bolívia fez de tudo para se aproximar da vitória e justamente por isso não abriu mão de jogar na altitude. Com isso, a estratégia do Brasil foi muito mais de sobrevivência do que de vencer o jogo.

Mesmo atuando com atletas teoricamente mais frescos, que não foram titulares contra o Chile, na última quinta-feira, o Brasil não conseguiu imprimir seu ritmo de jogo, adotando uma postura extremamente cautelosa, sempre com o “freio de mão puxado”.

O próprio Bruno Guimarães, único jogador de linha que iniciou como titular contra o Chile e contra a Bolívia, admitiu o impacto da altitude no desempenho dos atletas, confessando que levou tempo demais para se recuperar de cada arrancada em campo.

Temendo as consequências do ar rarefeito, o Brasil não jogou. O time canarinho esteve muito aquém do seu verdadeiro potencial e em nenhum momento pareceu estar perto de marcar um gol ou de dificultar a vida dos bolivianos.

Soma-se a isso o fato de muitos atletas terem estreado com a camisa da Seleção Brasileira nesta terça-feira, casos de Samuel Lino, Vitinho e Jean Lucas, os dois primeiros iniciando a partida como titulares.

Por essas e outras, se realmente quiser avaliar alguns nomes de forma coerente, Ancelotti terá de esperar a próxima Data Fifa, em que não há chances de a Seleção Brasileira entrar em ação na altitude.

Há muito trabalho pela frente restando menos de um ano para a Copa do Mundo. A corrida contra o tempo já começou, e Carlo Ancelotti terá poucos jogos para definir qual será o elenco da Seleção Brasileira no Mundial. Uma dura missão para um treinador acostumado com grandes desafios.