André Villas-Boas quer VAR igual para todos nas competições europeias e nas Ligas top-8 da UEFA | OneFootball

O protocolo do VAR pode vir a ser alterado em breve, permitindo a intervenção da tecnologia em casos de “erros grosseiros evidentes”. A proposta foi avançada por David Elleray, antigo árbitro internacional e representante do IFAB, na reunião do Men’s Football Working Group da European Football Clubs (EFC) realizada na última terça-feira em Frankfurt, que contou com a presença do presidente do FC Porto, André Villas-Boas.

Um dos temas em debate foram os limites de atuação do VAR, incluindo a possível ampliação do protocolo a lances até agora excluídos, como pontapés de canto mal assinalados (caso recente em Santa Clara-Sporting), cartões amarelos exibidos de forma errada e, num horizonte de curto/médio prazo, situações de segundo cartão amarelo. Elleray admitiu que “novidades” ao enquadramento atual estão próximas, com o objetivo de permitir a intervenção do VAR em erros claros, mesmo quando não se trate diretamente de golos, penáltis ou expulsões diretas.

A discussão surge num momento em que o futebol português atravessa novo ciclo de polémica em torno das arbitragens. Um dia antes de a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) se reunir com a Liga Portugal – em encontro onde José Borges apresentou a Reinaldo Teixeira propostas para agravar sanções, incluindo penas pecuniárias elevadas e até a perda de pontos para clubes que critiquem decisões de arbitragem – a elite europeia debatia o mesmo assunto sob uma perspetiva de modernização estrutural e tecnológica.

A reunião de Frankfurt teve a presença de André Villas-Boas, enquanto membro do UCC Committee da UEFA, que defendeu maior uniformidade na aplicação das Leis do Jogo e no uso das tecnologias de arbitragem em todas as competições europeias e, idealmente, em todos os países do top-8 do ranking UEFA, onde a Liga Portugal se inclui. O dirigente reforçou a necessidade de o IFAB sensibilizar a UEFA para garantir que o VAR, a tecnologia da linha de golo e o fora de jogo automático estejam disponíveis de forma equitativa nos principais campeonatos do continente.

O encontro abordou também o calendário internacional e o tempo efetivo de jogo, com consenso sobre a urgência de proteger o descanso dos atletas e de gerir as épocas de forma mais equilibrada.

Com esta participação, o FC Porto sublinha o seu empenho em influenciar positivamente o debate europeu, defendendo um futebol “mais justo, moderno e sustentável”. Contudo, o destaque principal recai sobre a promessa de um VAR mais interventivo, capaz de corrigir não só um golo ou um penálti mal assinalados, mas também um cartão injusto que pode condicionar um campeonato na sua totalidade.

A reunião solicitada pelo FC Porto a Luciano Gonçalves, no dia 1 de novembro, na véspera da polémica receção dos dragões ao Sp. Braga – episódio em que se deu o mediático caso da televisão – já tem data definida. Segundo apurou Record, o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol vai receber os dirigentes portistas na próxima terça‑feira, dia 18 deste mês, ainda antes do fim da paragem dos campeonatos, conforme foi pedido.