Calciopédia
·10 December 2025
Após pênalti polêmico no fim, a Inter perdeu para o Liverpool na Champions League

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·10 December 2025

A noite de Champions League no San Siro colocou frente a frente dois gigantes europeus em busca da vaga direta nas oitavas de final. Porém, em momentos distintos: a Inter buscava confirmação e o Liverpool, sobrevivência. E, assim como na quinta rodada da competição, o jogo seria decidido por detalhes cruéis para a equipe italiana, que perdeu por 1 a 0 por conta de um gol no fim, originado por um pênalti controverso. Mais uma vez, a arbitragem voltou a monopolizar as atenções e foi criticada pela delegação da Beneamata.
A Inter chegava à sexta rodada instalada na quarta posição, com 12 pontos, ainda em situação favorável e determinada a reagir após a primeira derrota no torneio – o supracitado tropeço polêmico contra o Atlético de Madrid. Para manter sua equipe bem posicionada na briga pelo acesso ao mata-mata, Cristian Chivu escolheu o melhor que tinha em mãos, considerando o desfalque de Dumfries, que foi substituído por Luis Henrique. Do outro lado, o Liverpool aterrissava em Milão na 13ª colocação geral da Liga dos Campeões e cercado por desconfiança interna, devido às lesões de peças como Gakpo, Chiesa, Frimpong e Leoni, pela resposta insuficiente dos caríssimos reforços contratados no verão europeu e, sobretudo, pela ruptura pública entre Arne Slot e Salah – barrado e sequer relacionado para a viagem.
A última partida da Inter em San Siro no ano de 2025 começou mal para os mandantes. O duelo nem havia se estabilizado quando, aos 11 minutos, Çalhanoglu – comemorando seu jogo de número 200 pelo clube – sentiu a virilha e precisou dar lugar a Zielinski, alterando desde cedo a espinha dorsal criativa da equipe. Sommer foi exigido pela primeira vez aos 18, quando espalmou o chute cruzado de Jones e, segundos depois, interceptou outro disparo de Gravenberch.
A Inter entendia que precisava controlar o ritmo, mas viu outra peça de sua estrutura se descolar aos 31: Acerbi, com dores no posterior da coxa, foi substituído por Bisseck. E o Liverpool acreditou que encontrara ali sua brecha, comemorando brevemente um gol de Konaté após escanteio subsequente ao corte do zagueiro que deixou o campo. Entretanto, o tento foi anulado depois de longa revisão no VAR, que identificou toque de mão de Ekitike antes da conclusão do zagueiro.
Ainda no primeiro tempo, a Inter perdeu Çalhanoglu e Acerbi por lesão (Getty)
O perigo acordou San Siro, e Barella respondeu com uma cobrança de falta venenosa aos 39, que passou raspando a trave de Alisson. No último lance relevante da etapa, já no sexto minuto dos longos acréscimos concedidos pelas várias interrupções da etapa inicial, Lautaro se antecipou a Van Dijk em cruzamento de Bastoni e cabeceou firme, obrigando o goleiro brasileiro a uma defesa imponente que manteve o 0 a 0.
O segundo tempo começou com um tremor inesperado: Sommer, tão seguro no primeiro tempo, deu um passe curto demais para Akanji, oferecendo a Isak a bola do jogo logo aos 47. O atacante, porém, desperdiçou – um alívio coletivo que reequilibrou emocionalmente a Inter. E a partir daí, o conjunto de Chivu foi tomando novamente o controle, com Barella modulando ritmo e Lautaro dando profundidade.
Entre os 60 e 62 minutos, a Inter empilhou três chances consecutivas: primeiro, o argentino foi travado no momento exato da finalização após boa jogada de Barella; na sequência, o próprio Barella e Mkhitaryan falharam em transformar superioridade territorial em vantagem concreta, com imprecisão em passes-chave. O Liverpool reagiu como pôde, e apenas aos 80 gerou sua grande oportunidade da etapa final, quando Bradley recebeu em profundidade após cochilo coletivo da defesa interista, parando em Sommer. O jogo caminhava para um empate que refletia mais a incapacidade ofensiva dos ingleses do que uma eventual perda de intensidade da Inter. Mas a história da rodada anterior se repetiu no San Siro.
A Inter lamentou pelo roteiro similar nas duas últimas partidas da Champions League: polêmica de arbitragem e derrota com gol no fim (Getty)
Aos 88 minutos, Felix Zwayer assinalou um pênalti que mudaria o rumo da partida e reacenderia a fúria interista contra a arbitragem europeia. Chamado pelo VAR para revisar um lance em que Wirtz valorizou um leve puxão de Bastoni, o árbitro alterou a sua própria marcação de campo – ele havia mandado o lance seguir – mesmo diante das imagens que mostravam o meio-campista se jogando quando percebeu que não alcançaria a bola.
O lance, descrita como “generoso” até por jogadores da equipe inglesa, selou o destino de um jogo pouco empolgante. Szoboszlai converteu a penalidade com categoria, fazendo 1 a 0 e praticamente salvando o Liverpool de um colapso esportivo que poderia contaminar toda a temporada. Restou à Inter um amargo déjà-vu: novamente um gol sofrido no fim, novamente decisões de arbitragem no centro do debate e novamente a sensação de que a performance merecia um desfecho melhor. Os nerazzurri saíram de campo zerados e poderiam ter somado ao menos dois pontinhos.
Ainda assim, o cenário classificatório continua ao alcance dos nerazzurri. Mesmo com a derrota, a Inter permaneceu na zona de classificação direta às oitavas de final, sustentando vantagem sobre os Reds no saldo de gols. O revés, embora frustrante, não alterou de forma irreversível o panorama da fase de liga, mas deixam a Beneamata numa situação de alerta, devido aos próximos compromissos. Em janeiro de 2026, os italianos terão o confronto mais exigente possível: receberão o Arsenal, líder da Premier League e ainda invicto na Champions League. Um duelo que exigirá perfeição. O Liverpool, por sua vez, viajará à França para enfrentar um Olympique de Marseille que ocupa a terceira posição na Ligue 1 e ainda vivo na busca pelos playoffs europeus.









































