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·20 October 2025

Betinho Marques – Chave do cofre: Sub-17 do Galo pode ser o início da ressurreição

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Épica! Assim podemos considerar a primeira conquista do Galo em sua nova casa. Contrariando as expectativas, a primeira taça alvinegra no novo terreno não veio com o time principal.mas teve “cheiro de novo”, sonho e transformação — com o Sub-17.

Depois de uma derrota indigesta, marcada por polêmicas de arbitragem, num 4 a 1 em Porto Alegre, a semana da categoria mais promissora do Atlético foi de ceticismo entre parte da torcida.


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“É esse o time que seria o futuro do Atlético?” — foi assim que as críticas nas redes sociais refletiram parte do termômetro da torcida após o primeiro jogo contra o tricolor gaúcho. Com boa dose de razão, o torcedor apenas reproduziu sua baixa crença na principal fonte de riqueza de um clube: a gestão de talentos das categorias de base.

Há pelo menos duas décadas, a formação alvinegra sofre com desconfianças, oscilações e mudanças constantes — em meio à busca por uma identidade de jogo, somada ao “desespero” financeiro do clube, que muitas vezes peca nas transições ou transferências de talentos.

O ALENTO CHEGOU?

Voltando à final do Brasileirão Sub-17, o time comandado pelo ótimo treinador Henrique Teixeira — depois de uma campanha consistente, tanto no jogo coletivo quanto no individual — precisava fazer ao menos três gols de diferença contra o poderoso Grêmio. E assim o fez.

Da ótima atuação do arqueiro Kaio Assis à dupla de zaga Xavier e Vitão, passando pelos laterais Samuel e Pascini, o Galudinho ainda tinha “um tal” de Luiz Peu, que fazia a saída de três com contundência e eficiência dignas de grandes nomes do futebol.

A necessidade de buscar muitos gols gerava riscos; por vezes, a estrutura alternava, mas era visível um ousado 2-3-5, com superioridade numérica no momento ofensivo. Mosquito, Jonatas, Mathias, Índio e Cauã Soares afundaram as linhas do Grêmio, que tentava ser letal no contragolpe.

Vale destacar que esse risco exigia solidariedade e organização na recomposição, algo que só surge quando se potencializam as valências coletivas e individuais. Os zagueiros precisavam fazer o balanço para recuperar as segundas bolas, e o ótimo Cauã Soares precisava aproveitar as chances — assim o fez, e com muita qualidade.

Não bastasse o estado de graça do time — no qual um corria pelo outro — Henrique ainda teve a felicidade máxima ao substituir o ótimo Mosquito, que estava fadigado, e colocar Ronaldo em campo. Era o dia! Ronaldo, sem a liberdade plena de chute, mandou uma “bananinha” certeira, tirando a bola da possibilidade de corte do zagueiro ou da chegada do goleiro gremista Vitão — um GALAÇO que levou o jogo para as disputas de pênaltis. Era o Galo sendo MUITO Galo, com todos os requisitos possíveis de roteiros cinematográficos.

FALA, VITÃO

Na disputa, o emocional, a energia e o ambiente estavam a favor do Galinho. Kaio Assis defendeu uma das cobranças com os pés, e aí já sabemos… Deu Galudinho na cabeça, depois de uma bola explodir na trave do arqueiro que viveu o inferno e o céu em apenas uma semana.

Vitão, destaque das categorias de base da seleção e recém-integrado ao profissional, cravou:

“Eles (CBF) vacilaram com a gente — o cerimonial soltou fitas azuis na comemoração atleticana —, mas NUNCA duvidem do GALO, nunca duvidem do GALO, o GALO nunca desiste.”

A RESSURREIÇÃO DA BASE

Sem deixar de reconhecer que grande parte da equipe campeã Sub-17 teve início e captação sob o comando de Erasmo Damiani, gerente anterior, as perspectivas de um futuro promissor — abrindo caminhos ao CAM com o novo comando de Luiz Carlos Azevedo — passam por três condições básicas de colheita:

Boa colheita

1. Mundo ideal: a revelação da base sobe para o profissional, performa bem, ganha títulos e é bem negociada depois; 2. O jogador revelado ganha títulos no Galo, mas não é tão interessante comercialmente; 3. O jogador revelado é bem negociado, mas não chega a atuar pelo clube, gerando “apenas” riqueza.

Tragédia de transição 1. A revelação perde potencial e não obtém sucesso técnico ou financeiro; 2. O clube se desespera, negocia o potencial por valor baixo, perde talento, dinheiro e se posiciona no mercado como “barriga de aluguel”.

Em algumas oportunidades, falamos aqui sobre como a sustentabilidade do clube passa pela lapidação de talentos. Voltando à fala do Vitão: que o Atlético — e quem trabalha no clube — também não duvide do Atlético.

Passando por extremos como Bernard, negociado por cerca de R$ 76 milhões em 2013, e Savinho, adquirido pelo Grupo City por aproximadamente R$ 35,6 milhões em 2022, o mundo do futebol mostra como se lê.

MUDANÇAS

Portanto, o Atlético precisa, neste momento, mudar sua mentalidade. Mas sem esse papo chato de coach sobre mindset — é mudar de verdade. Não é marketing nem terminologia para se pertencer; é dar valor ao árduo trabalho de garimpar e saber se posicionar como o gigante que é.

O mar de talentos está se abrindo — agora é cuidar. Não se esqueça do seu tamanho, CAM. Qualquer necessidade, chamem o Vitão para um café. Afinal, líder nato e sabedor de onde pisa não se encontra todo dia. O Galo é, o resto está. É transformar de verdade a mentalidade, mas sem essa de mindset.

Galo, som, sol e sal é fundamental

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