Botelho da Costa: “Vamos arranjar espaço para ferir o FC Porto” | OneFootball

Após duas derrotas consecutivas (frente ao Nacional na prova principal e ao Fafe na Taça), o Moreirense recebe o FC Porto na segunda-feira, às 20h15, no encontro que fecha a 9.ª jornada da Liga portuguesa. O treinador Vasco Botelho da Costa quer travar os dragões – que sofreram em Inglaterra a primeira derrota da temporada, diante do Nottingham Forest, na Liga Europa. «Se eu agora disser que o FC Porto também vai querer responder, diria que este jogo iria ficar empatado e eu até aceitaria esse resultado. São condições diferentes, é claro, mas tenho a dizer que é fácil ser treinador do Moreirense esta semana, porque se o chip não está ligado para um jogo com esta visibilidade, dificilmente estará ligado para os outros», afirmou o técnico dos minhotos, sublinhando que o clube está a «passar por algumas mudanças estruturais»: «Queremos criar uma identidade aqui, é muito para o que nos estamos a encaminhar. É factual dizer que se trabalha bem no futebol português como um todo, agora com a Liga 3 que trouxe um nível crescente. Temos bons jogadores e bons treinadores que saem de lá e há que ficar satisfeito.»

Vasco Botelho da Costa reconhece a dificuldade do confronto com os azuis e brancos, mas ambiciona somar pontos frente ao líder. «O FC Porto não é só o clube, portanto pode haver a tendência de olhar para os números, com um golo sofrido e tendo o melhor ataque, mas é mais a qualidade de jogo da equipa e a velocidade que o grupo impõe. Têm a capacidade de ser uma equipa versátil, que sabe sair longo, assim como curto, portanto são muito competentes. É a equipa mais competente do campeonato, se a classificação assim o diz, temos de respeitar. Vai ser um jogo onde, em momentos, não vamos conseguir ser a equipa que queremos ser sempre e vamos ter de ser a equipa que o FC Porto nos permitir ser. Acaba por ser normal, dada a qualidade do adversário. Vamos arranjar espaço onde ferir o FC Porto em determinados momentos. Têm uma pressão muito boa no campo todo, portanto vamos buscar um bocadinho ao jogo em Alvalade, onde também fomos pressionados em todo o terreno. Com a devida estratégia, vamos arranjar um bom jogo amanhã», explicou.

O Nottingham Forest e o Benfica são as únicas equipas que conseguiram travar o ímpeto do FC Porto, e o técnico do Moreirense admite inspirar-se nas abordagens desses adversários para explorar eventuais fragilidades dos dragões. «Sim e não, porque, de certa forma, é bom perceber que determinadas estratégias funcionam, mas os jogadores e a equipa são diferentes, o Moreirense não vai ter esses jogadores. Por outro lado, também sentimos que o FC Porto pode ter alguma fragilidade, isso pode dar-nos umas luzes do que tentar. No entanto, se eu estivesse no lugar do treinador do FC Porto, trabalharia sobre essas fragilidades, é o que fazemos aqui. Temos a nossa estratégia, de acordo com a nossa própria equipa, independentemente de já ter acontecido perderem ou não, não podemos afastar-nos das nossas características. Trabalhámos bem e estamos preparados», avaliou.

Perante as duas derrotas seguidas, foi questionado até que ponto esses desaires abalaram a confiança do plantel e poderão condicionar o jogo com o líder. «Por ser com o FC Porto, julgo que não vá ter. No momento em que ganhámos consecutivamente, vim aqui fazer o exercício de que as vitórias não nos podiam influenciar em demasia, também devemos fazer o contrário. Vou sempre posicionar os cinco maiores clubes da 1ª Liga num patamar diferente, é quase como jogar dois campeonatos. Honestamente, trabalhamos para que isto não pese, olhámos para o jogo com o Fafe e tiramos as nossas próprias ilações, percebendo o processo. Vamos ter de sair da nossa zona de conforto, mas isso é positivo, porque nós também queremos ser uma equipa muito versátil para ter várias armas à nossa disposição», concluiu, acrescentando que Kiko Bondoso se mantém lesionado e que Schettine fará um último teste no treino da manhã para verificar se está em condições de competir a 100% frente ao FC Porto.