Coluna do Fla
·27 November 2024
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O Botafogo está na final da Libertadores e lidera o Brasileirão após gastos exagerados de John Textor, dono da SAF do clube. Em recentes entrevistas, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, pediu fair play financeiro para ‘frear’ os gastos do rival. O clube de General Severiano rebateu o mandatário rubro-negro através do CEO Thairo Arruda, que fez uma comparação com financiamento imobiliário de uma pessoa comum. Além disso, o cartola ironizou, chamando Landim de “querido”.
— Uma resposta ao meu querido presidente Landim. O presidente Landim falou que a receita do Botafogo é de R$ 400 milhões e disse: “Como ele consegue ir ao mercado e gastar R$ 600 milhões? Não pode”. Vou dar um exemplo, até fazer uma analogia bem interessante. Imagina um profissional qualquer que ganha R$ 20 mil por mês. Ao longo do ano, o salário é de R$ 240 mil. Só que eu vou lá e vou comprar um apartamento de R$ 500 mil. Eu paguei R$ 100 mil à vista, os 20% do apartamento e financiei R$ 400 mil daquele apartamento. Esse financiamento no banco tradicional vai me dar lá um custo de R$ 4 mil por mês — disse Thairo.
— Então com o meu salário de R$ 20 mil por mês, eu gasto R$ 4 mil por mês, pago o financiamento do meu imóvel. Só que daqui a 3, 4 anos eu já não ganho mais R$ 20 mil, eu posso ganhar R$ 30 mil ou R$ 40 mil. Então eu vou lá e posso inclusive vender esse apartamento que eu comprei pra comprar um melhor. Ou do outro lado, se eu pego meu emprego, por exemplo, e já não ganho mais 50 mil por mês, eu posso vender aquele apartamento que eu comprei porque ele é um ativo. Então essa é a forma que a gente faz — acrescentou.
O CEO do Botafogo seguiu nas comparações para tentar se justificar das falas de Landim. Nesta temporada, por exemplo, o clube gastou mais de R$ 120 milhões com Thiago Almada, R$ 106 milhões com Luiz Henrique, entre outros. Porém, o faturamento do Botafogo no ano passado foi de R$ 322 milhões.
— Ele está dizendo que o profissional que ganha R$ 240 mil não pode gastar 600 mil, pelo apartamento que assumiu. Ora, mas existe financiamento para isso. É para a gente conseguir ter um custo de pagamento e conseguir honrar com esses compromissos. Por que eu estou fazendo essa analogia? Porque o fair play financeiro é fundamental de se implementar no Brasil, mas não dessa forma — destacou Thairo.
— A forma correta de implementar o fair play financeiro é controlar o pagamento. Ora, se ele comprou um apartamento, ele está pagando direitinho, ele está pagando em dia, então está tudo bem. A gente não precisa controlar o quanto que ele pode gastar. Mas sim a capacidade da pessoa de pagar aqueles compromissos assumidos — concluiu o representante do Botafogo.
Os botafoguenses costumam dizer que “esse será o time mais barato dos próximos dez anos”. A expectativa é que os investimentos aumentem nas próximas temporadas. Porém, o clube segue arrecadando pouco e com uma das maiores dívidas do Brasil.