Esporte News Mundo
·18 November 2025
Conmebol avalia novo formato para Eliminatórias da Copa do Mundo

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·18 November 2025

A Conmebol avalia a criação de um novo torneio continental, com taça própria e premiação em dinheiro, para definir as seleções sul-americanas classificadas para a Copa do Mundo de 2030. A proposta surge em um contexto excepcional, visto que três países da região já têm vaga garantida no Mundial por serem sedes da abertura da edição centenária.
A Copa de 2030 será disputada em Espanha, Portugal e Marrocos, mas terá partidas inaugurais em Argentina, Paraguai e Uruguai, em homenagem aos 100 anos da primeira edição, realizada em 1930, em Montevidéu. Por isso, os três sul-americanos já estão automaticamente classificados, o que altera de forma significativa o equilíbrio e o interesse das Eliminatórias.
A Conmebol considera essencial manter a competição atrativa e garantir que Argentina, Paraguai e Uruguai não passem o ciclo sem disputas oficiais relevantes.
Além disso, há forte pressão das federações nacionais para preservar o calendário atual, com nove partidas como mandante por seleção. Esse é um pilar fundamental de receita das equipes por causa da renda com direitos de transmissão e bilheteria.
Por isso, a entidade busca um modelo que una competitividade, calendário cheio e engajamento geral. A ideia de criar uma “Liga de Nações” sul-americana surge como solução possível para manter todas as equipes envolvidas, inclusive as que já têm vaga garantida.
Uma das alternativas em estudo é adaptar o modelo que passou a ser utilizado na classificação para a Copa do Mundo Feminina de 2027, que será disputada no Brasil. Na versão feminina, a Liga das Nações reúne nove seleções em um torneio de oito rodadas: as duas melhores garantem vaga direta e as 3ª e 4ª colocadas vão ao playoff da Fifa.
Para o torneio masculino, a tendência é que o formato seja ampliado. A Conmebol trabalha com a possibilidade de manter o sistema tradicional das Eliminatórias com pontos corridos, todos contra todos, em turno e returno, mas adicionando diferenciais como um título oficial e premiações em dinheiro, para estimular o engajamento de todas as seleções, classificadas ou não.
Mesmo com a mudança de formato, o número de vagas da América do Sul não deve ser alterado. A Copa de 2030 seguirá com seis vagas diretas e uma para a repescagem mundial. Como Argentina, Paraguai e Uruguai já ocupam três dessas vagas diretas, restariam três lugares em disputa mais a vaga para o playoff.
Diante da importância financeira das Eliminatórias, a Conmebol evita qualquer formato que reduza o número de datas ou diminua os nove jogos como mandante.
Foi esse fator que barrou mudanças no ciclo passado, quando a região ganhou duas vagas extras com a ampliação da Copa. Houve receio de que as maiores seleções, como Brasil e Argentina, perdessem interesse na disputa, mas a manutenção do calendário completo garantiu a continuidade das receitas e a relevância do torneio.
A expectativa é que uma decisão seja tomada logo após a Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México.
Até lá, a Conmebol também tentará avançar em outra frente: convencer a Fifa a ampliar o Mundial de 2030 para 64 seleções. Isso, entretanto, enfrenta resistência, inclusive dentro da própria América do Sul.
Se concretizada, a criação de uma “Liga de Nações” masculina seria a maior mudança no formato das Eliminatórias sul-americanas desde sua implementação em 1996, alterando a dinâmica esportiva e financeira do futebol continental para o próximo ciclo.









































