Calciopédia
·23 October 2025
Em noite tranquila, a Fiorentina superou o Rapid Wien pela Conference League

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·23 October 2025

Sob a chuva fina que insistia em cair sobre Viena, a Fiorentina reencontrou seu futebol – ou pelo menos deu mostras de que pode achá-lo. Depois de quase um mês sem vencer, a equipe de Stefano Pioli dominou o Rapid Wien pela segunda rodada da Conference League e venceu por 3 a 0, num jogo em que demonstraram de maneira inequívoca sua superioridade técnica. Os italianos impuseram seu ritmo desde o início e, sem forçar além do necessário, mantiveram 100% de aproveitamento na competição.
Pioli, desta vez, poupou pouco e fez um rodízio bastante moderado na equipe. Kean e Gosens sequer viajaram para a Áustria, enquanto Fortini e Parisi ocuparam as alas e Dzeko formou dupla de torres com Piccoli no comando do ataque. No meio, Fagioli e Nicolussi Caviglia foram absolutos, ditando o ritmo da partida com serenidade e precisão, sendo a chave para encrencarem o time austríaco, que chegaria à quinta derrota consecutiva ao apito final. O técnico Ferdinand Stöger está em posição delicada.
Bastaram somente nove minutos de bola rolando para o domínio da Fiorentina se transformar em vantagem: Dzeko arriscou um chute cruzado, o goleiro Hedl rebateu mal e o garoto Ndour, sempre atento, completou para o gol, dando início a uma noite positiva para os jovens da equipe visitante. Foi o segundo tento consecutivo do meia ítalo-senegalês na competição – e o primeiro sinal de que o Rapid viveria uma longa noite.
Ndour abriu o placar para a Fiorentina logo no início e, depois do intervalo, Dzeko ampliou (Getty)
O cenário não mudou nos minutos seguintes. Antes mesmo do gol, a Fiorentina já havia ameaçado duas vezes, com Viti e o próprio Dzeko exigindo um salvamento sobre a linha de Ahoussou. Depois da abertura do placar, o jogo esfriou em emoção, mas não em controle. O Rapid tentou reagir explorando as pontas, reclamou de um possível pênalti por toque de mão de Ndour – o braço estava em posição congruente com o seu movimento corporal – e se animou brevemente quando Kara obrigou Pablo Marí a um susto desnecessário, após um passe mal calculado. Foram lampejos isolados de uma equipe que carece de confiança e convicção.
Enquanto isso, do outro lado, Fagioli fazia a sua melhor partida na temporada, após voltar a atuar como meia mais solto – Pioli declarou, na semana passada, que não iria mais tentar utilizá-lo como regista. Em um dos lances mais bonitos do primeiro tempo, escapou da pressão adversária com um toque de categoria e lançou Piccoli em profundidade. O atacante controlou bem, mas hesitou diante de Hedl e perdeu o segundo gol. Um erro que não custaria caro, pois a diferença de talento era abissal.
No segundo tempo, a Fiorentina tratou de liquidar qualquer dúvida. Logo aos 48 minutos, Fortini cruzou da direita e Dzeko, posicionado entre os zagueiros, concluiu de primeira para anotar o 2 a 0. Um gesto técnico simples, natural, daqueles que só jogadores com muita experiência na elite do futebol executam com tanta calma. Aos 65, o Rapid Wien tentou reagir num chute de Seidl que obrigou De Gea a voar no ângulo, contando ainda com a ajuda do travessão. Os toscanos responderam na casa dos 68, com um arremate de Sohm que foi para fora.
A Fiorentina dominou o duelo com o Rapid Wien e quase não sofreu em sua viagem à Áustria (AP)
Pioli, por sua vez, já havia começado a pensar na dura sequência em que seu time está envolvido na Serie A – a Viola, na zona de rebaixamento, já perdeu para o Milan e encara Bologna, Inter e Roma nos próximos 10 dias. Fagioli e Nicolussi Caviglia foram substituídos pelo citado Sohm e por Mandragora, para evitar desgastes, Dzeko ganhou merecido descanso e o treinador aproveitou para dar minutos a Gudmundsson e ao jovem Kouadio. O islandês e o ítalo-marfinense aproveitaram da melhor maneira possível. Aos 88, após bela arrancada do zagueiro recém-entrado, o camisa 10 gigliato recebeu dentro da área e finalizou com precisão, fechando a conta com um toque de categoria.
Com o 3 a 0, a Fiorentina venceu e deu um passo importante para tentar afastar a crise – ainda não ganhou na Serie A e só acumula triunfos na Conference League. Certamente o Rapid Wien é um adversário mais modesto do que a maior parte daqueles que a Viola encara em âmbito nacional, mas a vitória mostrou como a equipe voltou a funcionar coletivamente. O aspecto mais positivo do jogo foi o controle estabelecido por Fagioli e Nicolussi Caviglia no meio campo.
A Fiorentina saiu de Viena com a confiança restaurada e a sensação de que pode virar a chave na temporada a partir dessa noite. Esta convicção será posta à prova a partir do domingo, quando recebe o Bologna no Dérbi dos Apeninos, pela Serie A. Na Conference League, a Viola volta a campo no início de novembro, pela terceira rodada, para o seu compromisso teoricamente mais complicado – contra o Mainz, atual 16º colocado da Bundesliga alemã. Já o Rapid, terceiro na Bundesliga austríaca e zerado no torneio continental, buscará a reação europeia contra o Universitatea Craiova, da Romênia.









































