Calciopédia
·4 December 2025
Entre projetos consolidados e favoritismos em xeque, a Serie B 2025-26 ganha forma

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Depois de 14 rodadas, a Serie B 2025-26 confirma tudo o que se dizia dela desde o pontapé inicial: uma mistura de histórias envolvendo tradição, crise e renascimento dividem o mesmo lugar, o que torna essa competição tão apaixonante. Neste momento, o Monza está na frente com 30 pontos, seguido por Frosinone, Modena, Cesena, Venezia e Palermo num bloco que respira ares de acesso direto, enquanto Empoli e Catanzaro fecham a zona de playoffs e nomes pesados, como Bari, Spezia, Sampdoria e Pescara lutam para não se afogarem na parte funda da tabela. Em paralelo, o campeonato já viu uma leva de trocas no comando técnico – nos quatro ameaçados e no Empoli –, deixando claro que a paciência continua sendo artigo de luxo na segundona italiana, ainda que as demissões tenham demorado mais do que o normal para ocorrerem.
Os números ajudam a desenhar esse cenário: o Frosinone ostenta o melhor ataque, com 26 gols marcados; Monza e Modena exibem a melhor defesa, vazadas apenas nove vezes; na outra ponta, o Pescara amarga a retaguarda mais frágil, já com 29 tentos sofridos, enquanto a Sampdoria tem o ataque menos produtivo, com apenas 12 bolas nas redes. O Monza é o time que mais venceu, com nove triunfos – após um começo envolvido em muita incerteza – enquanto o próprio Pescara soma somente uma vitória e Catanzaro, Juve Stabia, Carrarese e Südtirol lideram em empates, com sete jogos terminando igualados.
No plano individual, a edição é marcada até aqui por um artilheiro em estado de graça: artilheiro em 2023-24, Joel Pohjanpalo, do Palermo, lidera a tabela com oito gols, enquanto Ettore Gliozzi, do Modena, soma sete tentos – seis a partir de sua especialidade, na marca da cal – e Giacomo Calò, do Frosinone, aparece como principal garçom da competição, com cinco assistências. Entre os jovens protagonistas, brilham as cinco bolas na casinha de Bohdan Popov (Empoli), Alphadjo Cissé (Catanzaro) e dos gêmeos albaneses Stiven (Empoli) e Cristian Shpendi (Cesena), além do impacto de Andrea Tiritiello, zagueiro da Virtus Entella que já marcou seis vezes, todas em jogos em casa.
Na liderança, o Monza vive uma fase que não é exagero chamar de histórica. A equipe de Paolo Bianco disparou com sete vitórias consecutivas, sequência que estabeleceu um recorde absoluto do time na história da competição – esta fase foi coroada por um rotundo 3 a 0 na casa do Palermo e pelo 1 a 0 sobre o Cesena, com gol de Pedro Obiang, seu primeiro com a camisa brianzola. Mesmo tendo tropeçado recentemente diante da Juve Stabia, permitindo o empate em 2 a 2, a formação lombarda segue com 20 tentos marcados e apenas nove sofridos, sustentado por um elenco que, em teoria, teria nível para a Serie A. O destaque mais simbólico é Andrea Petagna, que precisou de 686 dias para voltar a marcar; a bola na rede contra a Juve Stabia não apenas encerrou um calvário pessoal como sinalizou que os bagai ganharam mais uma arma em um setor já recheado.
Calò, brilhando em gols e assistências, tem sido o motorzinho dos ciociari (Arquivo/Frosinone Calcio)
Se o Monza dita o ritmo na tabela, quem faz o mesmo em termos ofensivos é o Frosinone de Massimiliano Alvini, dono do melhor ataque com 26 gols – e com apenas dois pontos a menos do que os biancorossi. Os ciociari construíram uma campanha impressionante longe de casa: 17 dos 28 pontos foram conquistados como visitantes, incluindo uma vitória fundamental em Reggio Emilia, contra a Reggiana. O time se apoia na criatividade de Giacomo Calò, principal assistente da competição, e na chegada de ofensiva de Ilias Koutsoupias, já com cinco gols, além da evolução de Farès Ghedjemis – que anotou os mesmos cinco – nas pontas. O técnico, que chegou cercado de dúvidas depois de experiências irregulares, transformou um elenco desmotivado num conjunto agressivo, versátil e capaz de se adaptar a diferentes planos de jogo, como mostrou na já citada vitória sobre os granata, quando soube sofrer com bloco mais baixo e aproveitou, cirurgicamente, a única grande desatenção do adversário.
Dividindo o terceiro posto com o Cesena, o Modena de Andrea Sottil é, hoje, o time que melhor simboliza equilíbrio na Serie B. Segue com a melhor defesa do campeonato, vazada somente nove vezes, e mantém um ataque eficiente puxado por Ettore Gliozzi, artilheiro interno com sete gols, quase todos em cobranças de pênalti. A consistência defensiva continua sendo a base do projeto: a dupla de zaga e o goleiro Leonardo Chichizola dão segurança, enquanto jogadores como Francesco Zampano, Grégoire Defrel e Luca Zanimacchia ampliam as opções ofensivas nas alas, pontas e entrelinhas. Depois de anos de marasmo, o Modena reencontrou uma identidade competitiva que faz o torcedor, ausente da Serie A desde 2004, voltar a sonhar alto.
Ao lado do Modena, o Cesena de Michele Mignani aparece com 26 pontos e uma história que ganhou novo capítulo graças ao “fator Jonathan Klinsmann”. O goleiro, filho do ex-artilheiro alemão Jürgen Klinsmann, que atuou por Inter e Sampdoria, defendeu um pênalti de Gliozzi, do Modena, na última rodada – ele que já havia se notabilizado por pegar três penalidades na temporada passada –, e distribuiu uma assistência com um lançamento vertical para Jalen Blesa e ainda realizou defesas determinantes contra os canários e outros rivais diretos. À frente, Cristian Shpendi confirma o status de homem-gol, com cinco tentos nesta Serie B e a lembrança recente dos 11 marcados na edição anterior. Entre um goleiro que decide partidas e um ataque jovem, o Cesena se consolida como candidato real ao acesso, deixando de ser apenas a surpresa simpática da temporada passada para se tornar protagonista.
O Venezia de Giovanni Stroppa é outro nome forte na briga pela subida. Os lagunari têm o segundo melhor ataque do torneio, sustentado por uma diversidade de recursos que impressiona: são 12 jogadores diferentes marcando gols, seis pênaltis conquistados e uma série de atuações ofensivas dominantes em casa – com três tentos anotados nas vitórias recentes sobre Frosinone, Südtirol, Sampdoria e Mantova. O ponto alto da campanha até aqui talvez seja a bicicleta de Andrea Adorante contra o Mantova, que sintetizou a confiança de uma equipe em ascensão. No entorno, o equatoriano John Yeboah vive fase exuberante: desde o início de outubro são oito jogos, com quatro bolas na rede e quatro assistências, fazendo dele um dos dois únicos jogadores da liga a atingir ao menos quatro tentos e quatro passes decisivos – o outro é Calò, do Frosinone.
Ex-Udinese, Sottil vem fazendo bom trabalho num Modena que sonha em voltar à elite (Arquivo/Modena FC)
Em sexto lugar, com 23 pontos, o Palermo tenta transformar potencial em regularidade sob o comando de Filippo Inzaghi – que foi promovido com o Pisa na última temporada. Depois de um início forte, com oito rodadas de invencibilidade, o time passou a tropeçar, somando três derrotas, e só manteve fôlego graças ao momento iluminado de Joel Pohjanpalo, que anotou três gols e deu uma assistência na goleada sobre a Carrarese, assumindo a ponta da artilharia com oito tentos. O primeiro tento de Antonio Palumbo com a camisa rosanero reforça o sentimento de que a engrenagem ofensiva começa a se ajustar. Falta ainda constância, mas a combinação entre um artilheiro em alta, um elenco reforçado por nomes experientes e, principalmente, um treinador especializado em levar equipes para a primeirona, faz da formação siciliana uma candidata natural ao acesso.
Rebaixado da Serie A, o Empoli viveu em poucos meses a transição de projeto com Guido Pagliuca para um retorno ao passado recente com Alessio Dionisi, oficializado como novo treinador após o período de instabilidade. O time aparece com 20 pontos e um ataque promissor liderado por Bohdan Popov, de apenas 18 anos, que já soma cinco gols e figura entre os artilheiros da competição – Stiven Shpendi, de 21, tem os mesmos números, mas com destaque um pouco menor. O elenco toscano mistura jovens formados em casa e peças vindas de centros maiores, como Marco Nasti, numa tentativa de repetir a fórmula que levou o clube à elite em tempos recentes. A goleada por 5 a 0 sobre o Bari simboliza o teto alto da equipe quando tudo encaixa – e reforça a expectativa de que, se o treinador conseguir estabilizar o rendimento fora de casa, os azzurri podem entrar de vez na conversa pelo retorno à elite.
Fechando a zona de playoffs, o Catanzaro de Alberto Aquilani vive uma temporada de adaptação em meio a sete empates que o transformam num dos reis da igualdade da B. O treinador, em seu segundo trabalho entre profissionais, tenta implementar um modelo propositivo de posse e mobilidade, sucedendo anos de estabilidade com Fabio Caserta. A grande figura do time é Alphadjo Cissé, que vive período simplesmente extraordinário: o atacante foi eleito melhor jogador da Serie B pelo segundo mês consecutivo, conquistando o Troféu MVP de outubro e também foi escolhido como jogador da semana após a 10ª rodada. No recorte de outubro, Cissé marcou três gols, igualando nomes como Massimo Coda, Dany Mota, Mattia Bortolussi e Gabriele Moncini, sendo o mais jovem entre todos os atletas com essa marca nos principais campeonatos europeus e suas segundas divisões.
Logo atrás, com os mesmos 19 pontos do Catanzaro e um jogo a menos, a Juve Stabia continua a desafiar os prognósticos, apesar das turbulências extracampo, que levaram ao adiamento da partida com o Bari. Em outubro, o time foi colocado sob intervenção judicial, devido a infiltração mafiosa, e semanas depois o grupo irlandês Brera Holding, que detinha 52% das quotas, adquiriu a totalidade das ações. Depois do quinto lugar heroico na temporada passada, o time agora comandado por Ignazio Abate mantém a fama de pedra no sapato dos grandes, sobretudo em casa, onde ainda não foi derrotado. O empate em 2 a 2 com o líder Monza, após sair atrás duas vezes, foi um recado claro: as vespas seguem competitivas. O técnico mostrou leitura fina ao redesenhar a equipe no segundo tempo do confronto e liberar Fabio Maistro para atacar, papel que culminou no gol do empate. Com uma identidade baseada em juventude, intensidade e coragem para pressionar alto, a Juve Stabia se mantém viva na luta por mais uma ida aos playoffs.
Sob a liderança de um dos irmãos Shpendi, o Cesena briga pelo acesso (Ansa)
Ainda na primeira metade da tabela, também com 19 pontos, o Avellino encarna a história de resistência típica da competição. Recém-promovido novamente à segunda divisão, o clube vive um retorno animador sob o comando de Raffaele Biancolino, ídolo local que assumiu de forma definitiva com contrato até 2028. A equipe é compacta, competitiva e mostra capacidade de lidar com imprevistos: na viagem para enfrentar o Südtirol, problemas de voo atrasaram a chegada e exigiram mudança forçada na escalação – Tommaso Biasci entrou de última hora no lugar de Cosimo Patierno e marcou o gol da vitória, enquanto o goleiro Giovanni Daffara segurou o resultado com defesas importantes. O Avellino já soma 17 tentos anotados, rendimento que, combinado ao apoio fervoroso da torcida irpina, indica que o objetivo de permanência pode ser superado por algo mais ambicioso.
Em 11º lugar, com 17 pontos, a Reggiana vive um momento paradoxal. Os granata chegaram a figurar entre os ataques mais eficientes da competição, mas atravessam um período de seca: são três partidas consecutivas sem marcar, após o 3 a 2 sobre o Avellino em início de novembro. A equipe de Davide Dionigi ainda se mantém na parte média da tabela e apresenta boa taxa de aproveitamento de chances, com 18 gols, segunda melhor marca da liga, atrás apenas do Empoli. Mesmo assim, o jejum recente acendeu o alerta, e o treinador busca novas soluções para potencializar nomes como Manolo Portanova, Andrija Novakovich e Elayis Tavsan, todos com três tentos na temporada. A Regia está a apenas dois pontos da zona de playoffs, mas sabe que precisa recuperar rapidamente o caminho das redes para evitar a inevitável queda livre na tabela.
O Padova divide os 17 pontos com a Reggiana e protagoniza uma das histórias mais interessantes entre os recém-chegados. Comandado por Matteo Andreoletti, treinador jovem e estudioso, o time retornou à Serie B após seis anos, tentando retomar o papel de presença constante na divisão – são 39 participações. Em campo, o destaque é Mattia Bortolussi, já com seis gols, o que o coloca entre os vice-artilheiros da liga. A equipe ainda oscila, como é natural para quem sobe, mas a estrutura tática baseada em linha de três zagueiros e amplitude ofensiva dá ao Padova um teto de crescimento interessante, principalmente se o time conseguir reduzir o número de gols sofridos fora de casa. E o veterano Alejandro “Papu” Gómez, que voltou de uma suspensão de duas temporadas por doping, estreou pelos biancoscudati no fim de novembro e pode ajudar.
Com 16 pontos, a Carrarese de Antonio Calabro vai confirmando o retrato traçado ainda no início da temporada: um time disciplinado, bem organizado e consciente de suas limitações. O meia argentino Nicolás Schiavi é o principal farol ofensivo – é mais um com cinco gols –, enquanto a estrutura coletiva permite que o clube recém-afirmado na B sonhe com uma presença estável no meio da tabela e, em um cenário favorável, até com uma vaga de playoff. O ponto de dor mais recente foi, justamente, a goleada sofrida diante de um Palermo inspirado por Pohjanpalo, mas os marmiferi têm mostrado resiliência para reagirem após tropeços.
Pohjanpalo vai liderando a disputa por mais uma artilharia da Serie B (Arquivo/Palermo FC)
A Virtus Entella, com 15 pontos, vive a típica temporada de quem volta à Serie B após anos fora: muita disciplina, margem reduzida para erro e foco absoluto na permanência. O técnico Andrea Chiappella, de apenas 37 anos, mantém a proposta moderna que o notabilizou na Giana Erminio, trabalhando com linhas compactas e uso intensivo de jovens. O grande destaque é o zagueiro Andrea Tiritiello, autor de seis gols e protagonista de uma marca histórica: ele marcou em seis jogos consecutivos atuando em casa, algo que não se via na B desde Andrea La Mantia, em 2019. Com esse expediente, a Entella vai somando pontos preciosos para manter distância da zona de perigo.
Logo abaixo, com 14 pontos, o Mantova volta a flertar com a parte baixa da classificação. Depois de escapar por pouco do playout na temporada anterior, o time de Davide Possanzini começou mal também na atual, acumulando derrotas e exibindo uma defesa vulnerável. A pesada goleada sofrida diante do Venezia na Coppa Italia já havia funcionado como alerta, e a própria Serie B confirma a dificuldade: o clube aparece entre aqueles com maior número de derrotas na competição. A missão do treinador é repetir o “milagre” da salvação de 2024-25 e, se possível, construir um pouco mais de tranquilidade numa praça que ainda vive à beira do nervosismo.
O Bari, com 13 pontos, ocupa a 16ª posição é um dos símbolos da crise. As expectativas criadas pela gestão da família De Laurentiis – que resgatou o clube desde a Serie D – contrastam com uma sequência de decepções na B. Depois de um início vacilante, Fabio Caserta foi demitido, abrindo espaço para a chegada de Vincenzo Vivarini, que não vinha bem no Pescara. A estreia do novo técnico, porém, foi traumática: derrota por 5 a 0 diante do Empoli, em atuação classificada como partida de rebaixamento, seguida de um episódio tenso no voo de volta, em que jogadores se desentenderam com torcedores dentro do avião, exigindo intervenção da polícia e atrasando o retorno da delegação. A cena ilustra bem o estado emocional de um time que, dentro de campo, mostra fragilidade defensiva recorrente e, fora dele, convive com desgaste entre elenco, diretoria e arquibancada.
A partir do 17º lugar, a paisagem fica mais sombria – e já bem conhecida. O Südtirol, igualado em pontos com o Bari, mantém o estilo pragmático que se tornou marca registrada. Sob o comando do veterano Fabrizio Castori, o time prioriza a eficiência: linhas baixas, poucos riscos e contra-ataques bem calibrados. O atacante Silvio Merkaj, com três gols, é figura importante nesse desenho. Se o rendimento recente mostra queda – a equipe não vence desde setembro – o histórico do técnico na categoria faz crer que os biancorossi têm ferramentas para inverterem a tendência, desde que voltem a executar com precisão o plano de jogo que os levaram a campanhas tranquilas na B.
Donadoni estava fora de ação desde 2020, mas voltou à ativa para tentar salvar o Spezia do rebaixamento (Arquivo/Spezia Calcio)
Se o Bari decepciona, o Spezia talvez seja a maior frustração da temporada. Após flertar com o acesso na edição anterior, o clube entrou em 2025-26 com ambição elevada, mas rapidamente se viu atolado na zona de rebaixamento. O trabalho de Luca D’Angelo não resistiu, e o comando passou às mãos de Roberto Donadoni, cuja primeira vitória veio justamente no clássico lígure contra a Sampdoria, num jogo que marcou também o primeiro gol de Gabriele Artistico e o bom impacto do reintegrado Daniele Verde. Mesmo assim, os spezzini seguem com apenas 11 pontos, ataque pouco produtivo e três cartões vermelhos acumulados no recorte inicial de temporada, traço de um time desequilibrado. A defesa, antes orgulho bianconero, agora comete erros em sequência, e a sensação é de que o veterano treinador, parado desde de 2025, terá de promover um chacoalhão mental e tático para evitar que o sonho de retorno à elite se transforme num pesadelo de queda.
A Sampdoria, penúltima colocada com 10 pontos, continua presa a fantasmas que pareciam ter sido exorcizados no último playout. Depois de um início instável com Massimo Donati, o clube promoveu nova mudança e entregou o comando a Angelo Gregucci, histórico auxiliar do ídolo doriano Roberto Mancini, e que fora colaborador de Alberico Evani na sofrida salvação de 2025. Contudo, ele não treinava um time profissional desde 2021 e a reação ainda não passou de lampejos. O clássico perdido para o Spezia escancarou problemas já conhecidos: fragilidade em bolas paradas – mais um gol sofrido em lance do gênero, apesar das horas de trabalho dedicadas ao tema, como lamentou o treinador – e pouca contundência ofensiva, mesmo com um veterano do calibre de Massimo Coda, que segue somando gols e já se consolidou como maior artilheiro da história da Serie B, com 196 bolas na rede, sendo cinco na atual edição. A sensação é de que cada ponto conquistado tem sabor de reconstrução, mas, se a equipe não melhorar rapidamente, a ameaça de uma dolorosa queda à terceira divisão voltará a rondar Gênova, o que parece ser o cenário mais provável.
Lanterna com nove pontos, o Pescara reúne todos os sintomas de uma campanha problemática. A equipe tem a pior defesa da competição, com 29 gols sofridos, e aparece entre os times com menos vitórias, apenas uma até aqui. Depois de um ciclo inicial com Vivarini, o clube promoveu mudança no banco, e o novo técnico, Giorgio Gorgone, procura, antes de qualquer coisa, reorganizar a linha de trás, que segue acumulando falhas individuais mesmo com a chegada de reforços como Andreaw Gravillon e Riccardo Capellini. A trajetória deixa claro que, sem um ajuste rápido na consistência defensiva, o objetivo dos golfinhos não poderá ser outro senão tentar evitar uma queda que, hoje, assim como com a Samp, parece o caminho mais claro.
A artilharia de Pohjanpalo, os números de Calò em assistências, a ascensão de nomes como Popov, Schiavi, Cissé e os dois Shpendi, o impacto de veteranos como Petagna e Coda são o que permeiam o de melhor do certame até aqui. O que permanece inalterado é a essência da competição: a Serie B continua sendo o espelho mais fiel do futebol italiano – dramático, tático, apaixonado e absolutamente imprevisível.









































