Leonino
·20 December 2024
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Rúben Semedo, central que passou pelo Sporting e está atualmente ao serviço do Al Khor, do Qatar, concedeu uma entrevista à Marca, e recordou o período conturbado que atravessou no momento em que esteve preso. O defesa central lembra os erros do passado e que Gelson Martins foi o único que o visitou na prisão.
"É algo a que não estava habituado, à semelhança do que se vê nos filmes, muito assustador. Não a vivi, mas vi muitas coisas. E são assustadoras, obviamente que são assustadoras. O que acontece é que não se pode mostrar. Dizer? Já não me lembro, apaguei tudo. Do que mais sentia falta não era de jogar futebol, era de estar em casa, a ver Netflix ou jogar às cartas, a beber um copo de vinho, estar com a família".
"Lá dentro recebi muitas cartas, mas quando saí, na verdade senti o apoio de muitos colegas. Tenho um muito bom amigo, que jogou no Atlético de Madrid, Gelson Martins. Ele foi visitar-me, dos meus colegas do futebol foi o único. Não é um colega, é meu irmão, adoro-o imenso. Não vou chorar, como é óbvio".
"Sim, um dia até escrevi ao Gelson. As cartas na prisão são como quando se dá um telemóvel a um miúdo de 10 anos. Dá-nos muita vida, é diferente. Quando saí, senti muito apoio e foi aí que fiz o clique para selecionar as pessoas boas para a minha vida", continuou.
"Ele veio de surpresa e foi muito complicado. Vê-lo e não poder tocar nas pessoas que amamos. É sempre o mais complicado. E pior: eu não podia falar e ele não podia falar. Podíamos falar, mas não era possível. Não conseguíamos que as palavras saíssem. Olhámos um para o outro e ficámos assim. E eu dizia, 'então...' e ele... Foi algo muito frio", relatou.