FC Porto especialista nos cantos: caso raro na nata da Europa | OneFootball

O FC Porto voltou a vencer, usando novamente um dos trunfos mais importantes para a equipa na Era Farioli: a bola parada. Esse momento de jogo tem sido uma imagem de marca da versão 2025/26 do FC Porto

Os dragões bateram o Moreirense com dois golos provenientes de pontapés de canto. No primeiro, batido ao primeiro poste por Gabri Veiga, Froholdt foi puxado e o árbitro assinalou grande penalidade para a equipa azul e branca. No segundo, Mora bateu ao primeiro poste, Kiwior desviou com as costas e Deniz Gul apareceu sozinho ao segundo para completar a reviravolta dos dragões.

A importância da bola parada

Os pontapés de canto são um momento do jogo cada vez mais trabalhado no futebol atual e onde se podem criar vantagens com alguma facilidade através de bloqueios, enganos e ligeiros desvios da bola. É uma situação específica, com um aglomerado muito grande de jogadores na grande área, que parece pequena de tão povoada que fica.

Com uma equipa de alta estatura e agressiva no jogo aéreo, os dragões têm surpreendido as equipas adversárias com diferentes cantos ensaiados.

Gabri Veiga é um batedor exímio, tal como Rodrigo Mora, e, na grande área não faltam referências para o controlo do espaço aéreo Kiwior, Bednarek, Froholdt, Samu, Alan Varela, Pablo Rosário, Deniz Gul, Prpic, Luuk de Jong... Seja em que fase do jogo for, o FC Porto consegue conjugar em campo uma panóplia grande de bons cabeceadores.

O FC Porto leva seis golos de pontapé de canto na Liga Portugal Betclic, juntando mais dois diante do Celoricense na Taça de Portugal. Samu (3), Pablo Rosário, Froholdt, Nehuen Pérez, Bednarek e Deniz Gul já fizeram o gosto ao pé (ou à cabeça) nesta situação do jogo, o que mostra a diversidade e qualidade da equipa nos pontapés de canto ofensivos.

Olhando para as equipas das chamadas Big-5 e acrescentando a Liga Portuguesa a essa lista, apenas uma equipa tem mais golos de canto do que o FC Porto. A resposta é quase óbvia, pois já é uma imagem de marca da equipa desde a temporada passada: o Arsenal.

Os gunners já marcaram sete golos na sequência de pontapés de canto nesta edição Premier League, número impressionante olhando ao facto do Arsenal ter apenas 16 golos marcados na competição. Dos tentos, dez surgiram em lances de bola parada, para que se perceba a importância deste momento do jogo para Mikel Arteta. De seguida, surgem os dragões, juntamente com o, também londrino, Chelsea e os franceses do Lens, com seis golos marcados. 

Treinadores especialistas: o futuro

O principal responsável pelo sucesso do FC Porto neste capítulo é Lino Godinho. O treinador português, recrutado ao Torino no início desta temporada, é a figura de organização das bolas paradas da equipa e é quem se levanta do banco de suplentes a cada esquema tático, seja ofensivo ou defensivo.

Atualmente está muito em voga a contratação de especialistas para esse momento específico do jogo. Nicolas Jover é reconhecido pelo trabalho que tem feito no Arsenal e Arteta até já lhe atribuiu os louros por algumas vitórias dos gunners ao longo dos últimos dois anos.

Mais recentemente, no início desta temporada, o Newcastle contratou Martin Mark ao Midtjylland para ser - única e exclusivamente - treinador de bolas paradas. O clube inclusive anunciou o dinamarquês fazendo referência à quantidade de golos que a anterior equipa de Mark havia marcado de bola parada na época transada: 27 de 64 golos.

O FC Porto tem estado ao nível dos melhores neste capítulo, conseguirão os dragões - e Lino Godinho - continuar a surpreender os adversários?