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·23 October 2025
Flamengo vai comprar o Maracanã? Fabricio Chicca faz análise sobre possibilidade

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·23 October 2025

A notícia de que o Governo do Estado do Rio de Janeiro incluiu o Complexo do Maracanã em sua lista de imóveis para venda acendeu o imaginário da Nação. O que sempre foi tratado como um sonho distante, agora se torna uma possibilidade real.
No entanto, uma análise aprofundada de Fabrício Chicca, do canal Mundo Na Bola, revela que o caminho para o Flamengo se tornar dono do Templo Sagrado é repleto de variáveis complexas que vão muito além do simples desejo.
Com a decisão do governo, motivada pela necessidade de pagar dívidas com a União, o Flamengo se vê diante de um dilema estratégico: comprar um estádio pronto ou seguir com o projeto de sua arena própria no Gasômetro.
A análise de Chicca, baseada no novo cenário, destrincha os principais pontos que a diretoria rubro-negra terá que pesar.
O primeiro e mais óbvio obstáculo é o custo. Quanto o Governo do Estado pedirá pelo Maracanã? O Flamengo, sob sua atual gestão financeira, tem como pilar a responsabilidade fiscal, evitando endividamentos que possam comprometer o desempenho do futebol.
"O Flamengo não quer se endividar de maneira que esse endividamento dificulte o investimento na parte esportiva", aponta Chicca. O projeto do Gasômetro, com prazo de 11 anos, foi desenhado justamente para não sufocar as finanças do clube. Se o valor do Maracanã for muito elevado, a operação pode ser inviabilizada.
Um dos pontos mais críticos levantados pelo analista é o tombamento do Maracanã. Mesmo com a compra, o Flamengo não teria liberdade total para modernizar o estádio.
"O complexo do Maracanã ainda é tombado. [...] Isso compromete e dificulta modernizações, acréscimos de área, novas utilizações", explica.
Isso impacta diretamente o próximo ponto: a vantagem esportiva.
Para a torcida do Flamengo, ter um estádio que "pulsa" é fundamental. Fabrício Chicca é enfático ao afirmar que o Maracanã, por sua arquitetura, não cumpre essa função.
"O Maracanã não é um caldeirão. A torcida fica muito longe, a acústica é muito ruim, a inclinação da arquibancada é muito baixa".
O grande atrativo do projeto no Gasômetro é justamente a criação de uma arena "sob medida", projetada para maximizar a pressão da torcida. Realizar as reformas necessárias para transformar o Maracanã em um verdadeiro "alçapão" poderia ter um custo proibitivo, se é que seriam permitidas pelo órgão de patrimônio.
Chicca também lembra que o Maracanã é uma estrutura antiga que exigirá custos de manutenção elevados e crescentes, como a futura e inevitável troca da cobertura.
Além disso, há a questão da parceria com o Fluminense, que hoje divide a concessão (65% para o Fla, 35% para o Flu). Como ficaria essa divisão na compra? A situação se complica com a provável transformação do rival em SAF, com a possível entrada do BTG. Um novo sócio-investidor poderia ter interesses divergentes, como a priorização de shows, prejudicando o calendário do futebol.
A iniciativa do Governo do RJ força o Flamengo a tomar uma decisão estratégica. Comprar o Maracanã resolve o problema do estádio imediatamente e encerra a "frágil" relação de concessão atual. No entanto, o clube adquiriria um ativo com limitações estruturais, esportivas e custos de manutenção elevados.
Seguir com o Gasômetro significa um projeto a longo prazo, mas que resultaria em uma arena 100% moderna, rentável e, principalmente, desenhada para ser o "caldeirão" que a Nação tanto sonha. A diretoria rubro-negra, agora, tem um complexo quebra-cabeça para resolver.




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